16 de março - Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas

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O Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas não é apenas uma data para chamar a atenção da população para as alterações que estão ocorrendo mas, principalmente, uma data para refletir sobre a necessidade de ações que reduzam o impacto dessas mudanças sobre a Terra.

Inicialmente, precisa-se classificar o que são as mudanças climáticas e diferenciá-las entre as que dependem ou não da ação humana. Elas são variações de temperatura, precipitação, nebulosidade, ventos quando consideradas em escala global e ao longo do tempo. Ocorre, porém, variações que são naturais, ou seja, não dependem da ação do homem para que ocorram. Segundo a Convenção Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima (CQNUMC), a elas é dado o termo de “variabilidade climática”. Já às alterações que tenham como causa direta ou indireta a ação do homem, a Convenção denomina de “mudança climática”.

Quanto à variabilidade climática, existe a possibilidade da alteração ser de influência externa. Nesses casos, são exemplos os ciclos solares, a variação orbital e o impacto de meteoritos, ou seja, são causas externas ao planeta. Ainda sobre mudanças naturais, existem aquelas causadas por influências internas, tais quais: Deriva dos continentes, El Niño e La Niña.

Há o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), órgão das Nações Unidas, responsável por produzir informações científicas, que define como mudança climática aquela que é estatisticamente significante. Portanto, esclarece-se que, a preocupação é com mudanças significativas e que tenham, sim, a ação humana como causa, ainda que de forma indireta.
Entre as causas dessas mudanças encontra-se, principalmente a emissão dos gases formadores do efeito estufa, conhecidos pela sigla GEEs. São eles: o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e perfluorcarbonetos (PFC's ).

De maneira geral, o dióxido de carbono é emitido em processos de combustão, como em motores e caldeiras. O metano é originado, principalmente, em processos biológicos como o tratamento de efluentes líquidos e em aterros sanitários, bem como em atividades agropecuárias. Outra atividade emissora de metano é a extração e refino do petróleo.

O óxido nitroso, por sua vez, pode ser emitidos em processos industriais e na agricultura, por exemplo.

O que é e como funciona o Efeito Estufa?

O Efeito Estufa é uma camada de gases, aqueles ditos anteriormente (CO2, CH4 e N2O) além de vapor d'água. Essa camada é natural e importante para a manutenção da vida terrestre uma vez que ela é responsável por manter parte do calor que chega através dos raios solares na atmosfera. Dessa forma, a temperatura mantém-se compatível com a atual vida no Planeta Terra.

Se o Efeito Estufa é um fenômeno natural e importante, por que tanto se fala em combatê-lo?  

Ocorre que o aumento exponencial da emissão desses gases presentes nessa camada, devido às atividades humanas, tem aumentado consideravelmente sua espessura de modo que mais calor seja retido e, consequentemente, as temperaturas dos oceanos e atmosféricas aumentem além do esperado. A isso se dá o nome de aquecimento global.

Quais as consequências do Aquecimento Global?

O aquecimento global, conforme foi dito, é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da terra. Fatores naturais também contribuem para isso mas as atividades humanas, com emissão dos gases formadores do efeito estufa, acentuaram e aceleraram esse processo de maneira que o ecossistema não tenha tempo hábil de adaptação. Nesse contexto, os cientistas tem notado a elevação do nível do mar devido ao derretimento das calotas polares. É observada uma maior frequência de eventos externos climáticos como tempestades tropicais, nevascas, tsunamis, tornados e furacões e é previsto que a frequência continue a aumentar.  

Quais ações podem ser tomadas para combater o aquecimento global?

A redução da emissão dos gases de efeito estufa é o ponto central na tentativa de combater o aquecimento global.
Sabe-se que as principais atividades humanas que envolvem a emissão desses gases são:  desmatamento, transporte, fermentação entérica, termelétrica a combustíveis fósseis e processos industriais.

Reduzir as emissões está diretamente ligada à diminuição do desmatamento, reflorestamento e conservação de áreas naturais, incentivo do uso de energias renováveis não convencionais (solar, eólica, biomassa, etc) e o uso de biocombustíveis (etanol, biodiesel) ao invés daqueles derivados do petróleo.

Nesse sentido, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês), base de cooperação internacional, estabelece entre seus países membros, políticas para isso.

No dia 8 de agosto de 2019, o IPCC lançou o Relatório Especial sobre mudanças climáticas e terra apontando a importância, cada vez mais urgente, de combater o desmatamento, promover a recuperação florestal, mudar práticas agrícolas e frear a degradação das terras. Com isso, não se visa apenas o combate mas a adaptação da sociedade a essas mudanças.

Nesse contexto, o Brasil tem um enorme potencial por possuir a maior floresta tropical do planeta. Ele também possui vantagens competitivas podendo se tornar um líder global em produção com redução de emissões de acordo com o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – Plano ABC.

O documento divulgado em outubro de 2019 no Fórum Econômico Mundial – The Global Competitiveness Report 2019 – pontua a subida do Brasil em uma posição no ranking de competitividade, porém afirma que o país ainda precisa de progressos mais significativos em alguns aspectos como estabilidade econômica e estabilidade governamental.

Em 2017 discutia-se a viabilidade de edifícios sustentáveis e autossuficientes nas questões energética e hídrica. Chamados Net Zero, esses edifícios tem se espalhado pelos mais diversos segmentos do mercado e é uma iniciativa fantástica. No Brasil, ainda falta quebrar certos preconceitos e criar programas públicos de financiamento, mas a possibilidade existe e a cada dia os edifícios autossustentáveis passam a se tornar mais próximos da realidade.

Na Câmara dos Deputados, a produção de energia eólica e solar foi tema de debate recentemente, demonstrando uma preocupação cada vez maior com a questão ambiental sem deixar de lado o impacto econômico.

O mundo está voltado para os desafios ambientais e a preocupação com as mudanças climáticas está em evidência. A Agenda 2030 é um exemplo disso. Trata-se de um plano de ação com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em que a preservação do Planeta é um tópico relevante, envolvendo as ODS de 11 a 15. Sendo os temas: Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS11), Consumo e Produção Responsáveis (ODS12), Ação Contra a Mudança Global do Clima (ODS13); Vida na Água (ODS14) e Vida Terrestre (ODS15).

É possível, quebrando preconceitos, manter o desenvolvimento de maneira sustentável, com implicações positivas no clima terrestre. Que esta data não seja somente um dia de reflexão, mas de posicionamento e mudança de atitudes. O planeta é responsabilidade de todos.


 

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Comunicação Social