Palestra aborda o estresse no dia-a-dia dos magistrados
Cerca de 30 juízes de primeira e segunda instâncias acompanharam na manhã desta sexta-feira, 31/8, a palestra "Resiliência: o mediador essencial no stress da vida". Outros 11 magistrados assistiram on-line à exposição, via Internet. O evento foi promovido pela Escola da Magistratura da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Ematra XV). Proferida pela psicóloga Juliana Barros de Oliveira, analista judiciário do TRT da 15ª, atualmente compondo o núcleo psicopedagógico de capacitação da Escola, a palestra foi realizada no auditório do 1° andar do edifício-sede do Tribunal, em Campinas.
O evento contou com a presença do juiz Lorival Ferreira dos Santos, coordenador da Ematra XV, que presidiu a mesa de abertura, composta também pelos juízes Fernando da Silva Borges, Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani e Alzeni Aparecida de Oliveira Furlan, membros do Conselho Consultivo e de Programas da Escola, além do juiz Eduardo Benedito de Oliveira Zanella, ex-diretor.
Novo enfoque
Depois de proferir palestra com o mesmo tema para os servidores do Tribunal, em 17 de agosto passado, desta vez a psicóloga Juliana Barros de Oliveira procurou dar à sua exposição um enfoque especificamente voltado à atividade dos magistrados. Formada em 1993 pela Universidade de São Paulo (USP) em Psicologia Clínica, área em que se tornou mestre pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, Juliana Barros de Oliveira é doutoranda em Psicologia, também pela PUC-Campinas.
Sócia fundadora da Associação Brasileira de Estresse, a palestrante realizou uma pesquisa, por ocasião de seu curso de mestrado, em 2004, entrevistando juízes e servidores da Justiça do Trabalho da 15ª. O estudo detectou que 72% por cento dos entrevistados apresentavam sintomas decorrentes do estresse excessivo. Novo levantamento feito este ano com o mesmo público, já como parte do curso de doutorado da palestrante, revelou que foi mantido o percentual, um índice preocupante, adverte Juliana, uma vez que, entre a população do Estado de São Paulo em geral, de 30 a 35% estão estressados.
A psicóloga apresentou aos juízes as fases em que se divide a evolução do estresse, bem como os recursos que podem ser empregados para evitar o problema. Ela enumerou um conjunto de habilidades que possibilitam ao indivíduo desenvolver a chamada resiliência, termo emprestado da Física e da Engenharia. Entre essas habilidades estão a regulação emocional - habilidade de manter-se calmo diante de adversidades -; o controle dos impulsos; a análise causal, modo como se analisam os problemas e se identificam suas causas; a manutenção do otimismo; a empatia e o sentimento de auto-eficácia. Outro recurso importante é designado pela expressão "reaching out", ainda sem tradução para o português e que, segundo Juliana, trata-se de "uma disposição para buscar novas experiências e desafios".
Ao encerrar o evento, o juiz Lorival Ferreira dos Santos ressaltou a importância da palestra para os magistrados, profissionais cujo cotidiano se caracteriza pela constante falta de tempo para conciliar as atividades jurisdicionais com as pessoais. "Sem dúvida foi uma palestra enriquecedora, com ensinamentos positivos, de grande importância para os juízes presentes", enfatizou o coordenador da Escola da Magistratura.
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