TST combina tecnologias para preservar seu acervo de documentos
Na tarde da terça-feira, 2/10, o II Encontro Nacional da Memória da Justiça do Trabalho prosseguiu com a palestra “Digitalização e Microfilmagem - Sistema Híbrido”, apresentada pela coordenadora da Gestão Documental do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ana Rosa de Sá Barreto. Ela apresentou as vantagens e desvantagens dos dois sistemas e demonstrou como o TST, ao conciliar as duas tecnologias, tem buscado uma alternativa que possa trazer melhores resultados a longo prazo.
A integração das tecnologias digitais e micrográficas, esclareceu Ana, é feita no TST por meio de uma microfilmadora eletrônica, “garantindo a preservação da informação”. O sistema híbrido traz benefícios como a redução e até mesmo eliminação de erros em relação à microfilmagem tradicional, produzindo um filme de excelente qualidade, assegurou a palestrante. Permite ainda inserir até 20% a mais de informação no mesmo microfilme, afirmou.
Já estão sendo tomadas medidas de âmbito nacional para a preservação do acervo da Justiça do Trabalho brasileira, informou Ana. Pela Resolução nº 30 de 2006, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) instituiu um grupo de trabalho para prestar consultoria na área de gestão documental. O grupo é composto por quatro servidores da Justiça Trabalhista, entre eles a palestrante.
Prós e contras
Segundo Ana Rosa, a microfilmagem tem, como principais vantagens, o baixo custo de armazenagem, maior durabilidade e excelente compactação. Além disso, destacou Ana, é aceita como meio legal, e existem normas que regulamentam o processamento, duplicação e armazenamento dos documentos por meio desse método. Já como desvantagens, a microfilmagem apresenta perda de resolução devido à copiagem sucessiva e acesso individual - apenas uma pessoa pode consultar o documento a cada vez. Também pode causar cansaço, explica a palestrante, e, se não for indexada, possui uma velocidade de recuperação baixa.
Por sua vez, a digitalização permite “excelente acesso, distribuição e transmissão dos registros”, avaliou Ana. O recurso possibilita também que várias pessoas acessem o arquivo ao mesmo tempo. Gera ainda imagens de qualidade superior, permitindo impressão de alto nível, e a “copiagem sucessiva não provoca degradação”, garantiu a palestrante. Em contrapartida, essa tecnologia não é aceita como meio legal e, por causa do constante avanço dos softwares e hardwares, os arquivos digitais precisam também constantemente migrar para as novas mídias ou serão perdidos, advertiu. O alto custo para manter a informação acessível a longo prazo também é um problema. Sem falar nos eternos riscos representados pelos vírus.
Justiça Eleitoral também participou
“A Natureza do Documento Digital e o Desafio para a sua Preservação” foi o tema da palestra de Alex Ricardo Brasil, servidor do Arquivo Geral do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Ele também alertou para a precariedade do armazenamento de documentos pelo meio digital. “Documentos digitais não sobrevivem a longo prazo sem que exista uma atitude consciente para a sua preservação”, advertiu Alex, para quem os microfilmes ainda são a melhor opção para preservar imagens por longo tempo.
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