Curso de Desenvolvimento Gerencial reúne cerca 280 gestores em Campinas

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Cerca de 280 servidores com atribuições de gerenciamento em unidades da 15ª Região participaram na última sexta-feira (5/9) do Curso de Desenvolvimento Gerencial – Capacitação em Gestão de Pessoas, realizado no Hotel Fazenda Solar das Andorinhas, em Campinas. Esse foi o primeiro de quatro módulos que compõem a ação de treinamento, a ser concluída até novembro próximo.

A mesa de honra de abertura do evento foi composta pelo presidente do TRT, desembargador federal do trabalho Luiz Carlos de Araújo; pelo diretor-geral de Coordenação Administrativa, Adlei Cristian Carvalho Pereira, e pela diretora de Pessoal substituta, Regina Maria Camillo de Aguiar.

Para o desembargador Luiz Carlos, o Judiciário está mudando “e estamos cumprindo nossa obrigação em perceber os novos rumos”. O magistrado lembrou que órgãos como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) direcionam e recomendam metas. Ressaltando que a 15ª já acumula uma carência de aproximadamente 1.400 servidores, o magistrado agradeceu o empenho da grande maioria dos funcionários. “Tem sido de fundamental importância a atuação dos senhores construindo o bom nome dessa justiça nos quatro cantos do País”.

Em nome da Diretoria de Pessoal, Regina de Aguiar deu as boas-vindas aos “gerentes do Tribunal”. Segundo ela, todo o processo de estruturação do encontro foi proveitoso, especialmente o que envolveu a organização do curso. “Foi um trabalho de equipe de quase todo o TRT.” Ela manifestou confiança em que o objetivo de incrementar o desenvolvimento da competência gerencial será alcançado em todas as etapas do curso, dando aplicabilidade, sobretudo, ao que foi aprendido.

Desafios no ambiente profissional

A primeira palestra do dia foi ministrada pela psicóloga organizacional do trabalho Ana Cristina Limonge França. Com larga experiência no trato dos temas do mundo corporativo, ela é professora do Departamento de Administração e diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho da USP. Ao abordar o tema “Gestão de Pessoal no TRT - Conceitos, Caminhos e Desafios”, Ana Cristina enfatizou que a administração pública tem sido alvo de exigências cada vez maiores, o que acarreta desafios a serem enfrentados com ações de treinamento, entre outras. A expositora ressaltou que o treinamento depende de uma agenda apropriada e de um plano estratégico bem estruturado, devendo agregar valor em termos de gestão pública.

Ana também traçou um perfil da figura do líder, que, segundo ela, depende de grupos de relacionamento para concretizar seus objetivos. Entre os atributos de liderança que ela descreveu estão a capacidade mental, inteligência emocional, conhecimento técnico e administrativo, desenvolvimento pessoal e forte senso de si próprio.

A professora discorreu, em especial, sobre os desafios representados pela compatibilidade entre a busca de altas performances e as necessárias práticas voltadas à qualidade de vida, como lazer, descanso e convivência familiar. Ela repassou o conceito de um hipotético “contrato psicológico de trabalho”, em que o profissional define, da forma mais clara possível, o que almeja na carreira e o preço que está disposto a pagar para atingir os objetivos.

Assédio moral

Coube ao psicólogo Roberto Heloani a segunda palestra do dia. Ele tratou do assédio moral nas organizações e suas conseqüências para a saúde do trabalhador. Doutor em Psicologia Social pela PUC-SP, o palestrante é professor da Unicamp e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).

Heloani entende que assédio moral é antes de mais nada uma violência, que muitas vezes leva à depressão e até ao suicídio. Segundo a definição passada pelo especialista, “o assédio moral é uma conduta abusiva, freqüente e repetitiva, que ocorre no ambiente de trabalho e que visa diminuir, humilhar, vexar, constranger, desqualificar e demolir psiquicamente o indivíduo ou um grupo, degradando as suas condições de trabalho, atingindo a sua dignidade e colocando em risco a sua integridade pessoal e profissional.”

Para ele, só conseguiremos debelar a prática se reconhecermos que ela existe entre nós. Na visão do palestrante, essa forma de violência existe “desde que o homem é homem”, embora venha crescendo. Por outro lado, lembrou que assédio moral não é qualquer desentendimento. É preciso diferenciar um destempero eventual do efetivo assédio. Quanto aos sintomas relacionados ao problema, elencou: crises de choro, palpitações, alcoolismo, insônia e angústia, entre outros. Como solução, propôs desde uma primeira tentativa de conciliação e o trabalho educativo, até o aprimoramento da legislação. Segundo o expositor, cerca de 80 municípios já discutem propostas de leis para coibir a prática.

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