Audiência foi na sede da empresa: Cameron e trabalhadores fecham acordo
Conciliação foi conduzida pelo vice-presidente administrativo, desembargador Luiz Antonio Lazarim, que se deslocou
a Taubaté em busca do entendimento entre as partes
Um impasse nas negociações entre a Cameron do Brasil Ltda., fornecedora de equipamentos de prospecção de petróleo para a Petrobras, e os cerca de 500 empregados da empresa sobre os valores a serem pagos a título de participação nos lucros e resultados (PLR), principal reivindicação dos trabalhadores, levou o vice-presidente administrativo do TRT da 15ª, desembargador Luiz Antonio Lazarim, a marcar uma audiência de conciliação – a quarta no processo – na própria sede da Cameron, em Taubaté. Mas valeu a pena. As partes aceitaram a proposta formulada pelo magistrado durante a audiência, ocorrida na manhã de hoje, 22 de julho, pondo fim à divergência.
Foi mantida a garantia do valor mínimo de R$ 2.200 para a PLR. Além disso, foram fixados para essa verba os montantes de R$ 2.750 como valor inicial, R$ 4.000 como meta neste ano e R$ 4.500 como valor máximo. Os empregados pleiteavam R$ 3 mil, R$ 4,5 mil e R$ 5 mil, como mínimo, meta e máximo, respectivamente. Já a Cameron oferecia R$ 2,2 mil, R$ 3,6 mil e R$ 4,5 mil.
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, para celebrar a conciliação firmada hoje, a Cameron fugiu ao padrão que aplica em todas as suas unidades no mundo no que diz respeito à PLR. "Foi negociada a mudança do desenho do plano de participação nos lucros e resultados anteriormente em vigor, aplicado pela matriz da Cameron no mundo todo, de forma a atender aos anseios dos empregados da planta de Taubaté", afirmou a assessoria.
Os trabalhadores chegaram a paralisar as atividades da empresa. A greve começou em 6 de julho, mas foi encerrada uma semana depois, após a primeira audiência de conciliação no TRT, em Campinas. O desembargador Lazarim negociou, na ocasião, o retorno imediato dos grevistas ao trabalho, mediante o compromisso da empresa de pagar normalmente os salários, sem qualquer desconto, e de conceder garantia de emprego por 90 dias. Por sua vez, os empregados se comprometeram a compensar metade dos dias parados.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Oficinas Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico, Siderúrgicas, Automobilísticas e de Autopeças de Taubaté e Região representou os empregados nas negociações. Na audiência de hoje, o Ministério Público do Trabalho (MPT) foi representado pelo procurador Luís Fabiano de Assis.
Por Luiz Manoel Guimarães
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