Para Belluzzo, crise econômica poderá causar aumento na terceirização

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O professor titular das Faculdades de Campinas (Facamp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo fez a conferência de abertura do segundo dia do Congresso, com o tema “Crise econômica mundial e os reflexos no Brasil”. O economista, conhecido internacionalmente, foi apresentado pelo deputado federal Regis Fernandes de Oliveira (PSC-SP). Belluzzo foi secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.

Na primeira parte de sua apresentação, o palestrante demonstrou como a crise que está assolando a economia mundial tomou vulto. Ele ressaltou que o entusiasmo com os ganhos oriundos da especulação com papéis com garantia duvidosa contaminou inúmeros agentes econômicos, inclusive autoridades que deveriam zelar pela saúde dos mercados.

O palestrante destacou que os números mais recentes mostram que ainda vai levar algum tempo para a recuperação da economia dos países desenvolvidos, incluindo a norte-americana. Dessa forma, previu que as economias emergentes continuarão a ser afetadas, ainda que apresentem sinais de melhora, como no caso do Brasil. “Na média o crescimento mundial vai cair”, alerta.

Segundo o conferencista, um dos aspectos menos ruins da crise mundial para as chamadas “economias complementares” é que a demanda de matérias-primas e alimentos tem caído mais devagar, se comparada à dos produtos manufaturados. Belluzo defendeu a ajuda que os governos estão prestando aos agentes econômicos privados ao longo do mundo. Se não o fizessem, “viveríamos o armagedom econômico”.

Nesse contexto, Belluzzo acredita que o mundo do trabalho vai continuar com dificuldades para recuperar o ritmo de crescimento visto até meados do primeiro semestre do ano passado. Mais especificamente, prevê ser possível aumentar o percentual de terceirização e parcialização do trabalho.

Em sua avaliação, as ações do Governo com políticas de incentivo à produção e ao consumo devem minimizar o problema. Ao encerrar sua exposição, o economista defendeu que os governantes democraticamente eleitos tenham mais autonomia para usar os recursos públicos. Para ele, o administrador público se vê hoje impossibilitado de colocar em prática os projetos pelos quais foram democraticamente eleitos.

Por José Francisco Turco

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