Reflexo da crise: aumenta o nº de processos na Justiça do Trabalho da 15ª
O primeiro trimestre de 2009 registrou um crescimento de 10,66% na demanda processual na Justiça do Trabalho da 15ª Região, em relação a igual período de 2008. De janeiro a março do ano passado, foram autuados em toda a 1ª instância da 15ª – que tem jurisdição sobre 599 municípios paulistas –, 57.051 processos, contra 63.138 nos três primeiros meses deste ano. Conhecida como "justiça do desempregado", a justiça trabalhista reflete diretamente a variação no ritmo de dispensas ou contratações no mercado de trabalho.
Em Campinas, município-sede da 15ª Região, uma surpresa: o aumento foi de apenas 1,1% (de 4.917 processos para 4.973, considerados os mesmos períodos). O dado revela que a cidade sofreu menos do que outras o reflexo dos problemas na economia mundial no nível de emprego. A crise tem sido mais cruel, aliás, com cidades de pequeno e médio porte: Americana, Bragança Paulista, Mogi Mirim, São Carlos e São João da Boa Vista, por exemplo, tiveram aumento, respectivamente, de 50%, 70%, 90%, 44% e 75% na demanda. Em Itararé, na divisa com o Paraná, o recorde: 564% de aumento – de apenas 61 processos para 405. Já Ribeirão Preto, segunda maior cidade da 15ª Região, registrou variação bem menor, a exemplo de Campinas: apenas 2,75% (de 2.589 para 2.661).
Os dados foram fornecidos pelo Serviço de Estatística e Informações do TRT e reforçam constatação feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou, na quarta-feira passada (29/4), levantamento no qual se constatou o fechamento de mais postos de trabalho, em decorrência da crise, nas cidades do interior do que nas capitais. Da mesma forma que a estatística produzida pelo TRT, a pesquisa do Ipea descobriu que as consequências da crise foram menores em municípios que, mesmo não sendo capitais, lideram aglomerações urbanas que já se tornaram ou que se comparam a regiões metropolitanas, caso de Campinas.
Por Luiz Manoel Guimarães
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