O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região inaugura nesta segunda-feira (30/11) um novo Plenário, mais amplo e moderno, no 1º andar do edifício-sede da Corte, na Rua Barão de Jaguara, 901, em Campinas. Usado fundamentalmente para os julgamentos feitos pelas seções especializadas e pelo Tribunal Pleno, o espaço abriga ainda as sessões administrativas e algumas solenidades. Com início às 17h30, a cerimônia de inauguração será encabeçada pelo presidente do TRT, desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva.

Esta e outras obras na sede do Tribunal foram necessárias após a sanção, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em julho passado, de dois projetos de lei aprovados pelo Congresso Nacional e que ampliam o quadro de magistrados e servidores da Justiça do Trabalho da 15ª Região. Um dos projetos deu origem à Lei 12.001 de 2009, que aumentou a composição do TRT de 36 para 55 desembargadores.

O primeiro Plenário da Corte foi inaugurado em 1987 – logo após a instalação do TRT, ocorrida em dezembro de 1986 –, no edifício da Rua Conceição, onde hoje funciona a Sede Administrativa da Corte. Após sofrer uma reforma e ampliação, o Plenário foi reinaugurado em 1993, na gestão comandada pelo desembargador Adilson Bassalho Pereira. Em 2002, foi transferido, junto com a sede do Tribunal, para o prédio atual, na Barão de Jaguara. Na época o presidente do TRT era o desembargador Carlos Alberto Moreira Xavier.

Instalações foram concebidas com
foco na funcionalidade e praticidade

O novo Plenário mede aproximadamente 390 metros quadrados, sem contar as salas anexas. Foram instaladas 229 poltronas para o público, além de duas para obesos e outras duas para pessoas com mobilidade reduzida e quatro espaços especiais para os cadeirantes. O antigo Plenário, com cerca de 300 metros quadrados, dispunha de 211 lugares no total, todos convencionais.

Também o novo sistema de som e imagem e a acústica foram pensados para auxiliar o acompanhamento dos trabalhos. Os microfones, por exemplo, são operados por computador, enquanto a iluminação será controlada por partes do salão. Existem ainda dois telões de 150 polegadas e dois televisores de plasma de 50 polegadas. A captação de imagens será feita por três câmeras com controle automático para gravação. Foi montada ainda uma sala de controle, com equipamentos de última geração, para apoio e supervisão de todo sistema de som e imagem.

Espaço leva o nome de famoso
jurista, intelectual e artista

Desde 8 de dezembro de 1990, o Plenário do TRT leva o nome do ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Coqueijo Costa. Falecido em 1988, além de renomado jurista Carlos Coqueijo Torreão da Costa foi compositor, maestro, jornalista, poeta, letrista, homem de teatro, cronista e cantor. Multi-instrumentista, tocava violino, piano, violão, órgão e bandolim, entre outros.

Como cronista, manteve colunas diárias ou semanais no “Jornal da Bahia” e no jornal “A Tarde”, intituladas “Crônicas de Viagens”, “Crônicas da Segunda-Feira” e “Mais Dia, Menos Dia”, título, esse último, sugerido pelo amigo Stanislaw Ponte Preta. Em 1966 escreveu e dirigiu a peça “Flor dos Vinicius de Moraes e Mello também”, apresentada no Teatro Vila Velha, em Salvador. Lecionou Filosofia, Sociologia e Direito do Trabalho na Universidade de Brasília. Manteve correspondência sobre música com Carlos Drummond de Andrade, seu parceiro em uma canção chamada “Cantiguinha”. Até o ano em que faleceu, foi juiz do Tribunal Administrativo da Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em Washington, EUA. Referindo-se às múltiplas atividades do ministro, Jorge Amado escreveu: “O numeroso Coqueijo”.

Espaço cultural

Com 250 metros quadrados, o saguão do 1º andar do edifício-sede abrigará o tradicional Espaço Cultural do TRT. O Espaço acolhe exposições de artes e manifestações culturais. Nele foi instalado um telão que também será usado para o acompanhamento das atividades dentro do Plenário.

Por José Francisco Turco