Chegada de contentores racionaliza recolhimento de material reciclável no TRT
Por Ademar Lopes Junior
Na última semana de maio chegaram os primeiros seis contentores de lixo reciclável ao TRT da 15ª. A aquisição é parte de um projeto de aproximadamente 20 medidas “verdes”, elaborado pela Comissão Ambiental do TRT. A proposta é implementar as iniciativas até 2014, sendo oito delas ainda este ano. Está prevista, por exemplo, a compra de mais conjuntos de lixeiras para coleta seletiva e coletores de pilhas e baterias usadas, além de porta-copos descartáveis, para fixação em paredes, e recipientes de PVC para coleta dos copos após o uso.
De acordo com a diretora administrativa do Tribunal, Adriana Martorano Amaral Corchetti, o Regional já aprovou a aquisição de pelo menos um contentor de mil litros para cada fórum trabalhista (desde que haja espaço disponível), além de coletores de pilhas e baterias (um para cada prédio da 1ª instância) e coletores de copos descartáveis para as Sedes Judicial e Administrativa e para unidades de 1º grau, além de lixeiras nas cores azul e vermelho, de 50 e 100 litros, para os refeitórios das duas sedes.
A diretora administrativa afirmou que “todos os materiais destinados às unidades de 1ª instância serão encaminhados na próxima entrega de materiais de consumo semestral, que ocorrerá em setembro”. Segundo ela, a quantidade de cada item dos materiais “verdes” vai respeitar as peculiaridades de cada localidade, assinalada pelo Serviço de Material e Patrimônio por ocasião da entrega.
Contentores
Os novos contentores, nas cores azul e vermelho, destinam-se ao lixo de papel e plástico produzido no edifício-sede e na Sede Administrativa. Fabricados em polietileno de alta densidade, com tratamento UV contra a ação dos raios solares, possuem base de ferro e dreno no fundo e são dotados de quatro rodízios com rodas de borracha maciça resistente. Cada um possui capacidade de mil litros. Eles estão instalados na garagem dos dois prédios (quatro no edifício-sede e dois na Sede Administrativa). Segundo Nadir Tereza Alves, membro suplente da Comissão Ambiental do TRT da 15ª, “a chegada dos contentores vai liberar espaço nas garagens, onde antes o lixo era acondicionado sem critério”.
A coleta do material reciclável do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª é feita pela Cooperativa Barão (Cooperbarão) uma ou duas vezes por semana. Os catadores recolhem, todo mês, cerca de cinco toneladas de papel e plástico em sacos de ráfia próprios para a coleta.
O papel do TRT na Cooperbarão
Há aproximadamente dois anos a Cooperativa Barão coleta o material reciclável produzido nos prédios do TRT em Campinas. A retirada é feita numa “Pampa”, pequena caminhonete que pertence a um dos 23 cooperados. São quatro locais de coleta: além das Sedes Judicial e Administrativa, o Fórum Trabalhista e o almoxarifado.
A maior parte dos recicláveis produzidos nas dependências do TRT é de papel e plástico e representa uma fatia importante no orçamento da Cooperbarão, por causa de sua alta qualidade (pouca mistura com orgânicos). A cooperativa processa em média 80 toneladas de recicláveis por mês, incluindo material fino (latas e alumínio), ferro (sucata) e vidro, frutos da coleta seletiva da região de Barão Geraldo, que é entregue pela Prefeitura semanalmente, além da participação dos catadores e do fornecimento de alguns condomínios residenciais.
De acordo com Rosane de Ávila, diretora da Cooperbarão, as 80 toneladas trabalhadas todo mês pela cooperativa representam uma quantidade viável para o espaço disponível. O barracão e o terreno, que juntos somam aproximadamente 600 metros quadrados, não permitem aumentos consideráveis na produção.
O trabalho dos cooperados se resume a coleta, separação e confecção de fardos. Todo material é vendido a pequenos compradores, que ainda adquirem a produção de outras cooperativas e revendem às empresas de reciclagem que só compram grandes quantidades.
A cooperativa tenta adquirir, por intermédio da Prefeitura de Campinas, um local mais amplo para funcionar. Atualmente, a Prefeitura já paga o aluguel do barracão da cooperativa, mas o terreno ao lado custa aos cooperados R$ 1.750 todo mês, além das despesas de água, luz, telefone e impostos. Cada um dos 23 cooperados recebe uma média de R$ 550 mensalmente. “Houve época que já rendeu muito mais, outras menos”, afirmou Ávila.
Nesse ramo de recicláveis, os valores variam constantemente de acordo com o mercado. Atualmente, as alterações exigem da Cooperbarão pesquisas semanais pelo melhor preço.
A maior quantidade de recicláveis vem do papel, mas é no plástico que se ganha mais. Em média, o quilo de plástico proveniente de embalagens de produto de limpeza rende R$ 1,60. Em seguida, as garrafas pet rendem em média R$ 1 o quilo, e as sacolas plásticas, de R$ 0,40 a R$ 0,80. O papel, pela quantidade, também é boa fonte de rendimentos, e varia de R$ 0,10 (jornal, misto e reciclados) a R$ 0,38 (papel branco) o quilo. O papelão se encaixa em três categorias de qualidade e pode atingir até R$ 0,30 o quilo.
Para a cooperada Ozelita Ana dos Santos, falta apoio da Prefeitura e dos órgãos públicos para as cooperativas de reciclagem. A atuação desses anônimos catadores de material reciclável, que para a maioria das pessoas se chama lixo, está cada vez mais consoante às recomendações das políticas internacionais de preservação do meio ambiente. Mesmo assim, faltam campanhas de conscientização da população da importância da separação do lixo e da reciclagem como fonte de renda.
Quanto aos catadores, dos 30 cooperados que iniciaram em agosto de 2002 a Cooperbarão, apenas oito se mantêm no grupo. Segundo Ozelita dos Santos, “a rotatividade entre os catadores é muito grande, principalmente pela dificuldade do trabalho”.
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