Exposição de Élon Brasil permanece na sede do TRT até 21 de setembro

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Durante vernissage, o desembargador Buratto afirmou que a obra do artista "resgata e apresenta a miscigenação do povo brasileiro como o mais importante registro de nossa identidade cultural, social e humana"

 

Por Ademar Lopes Junior

Os motivos étnicos predominam nas 36 telas a óleo de Élon Brasil, no Espaço Cultural do TRT da 15ª, que integram a exposição que se iniciou nesta terça-feira, 21/8 e que se estende até 21 de setembro. Índios, negros, mestiços e até cangaceiros se multiplicam nas cores terra, verde, ocre, preto e alguns tons muito fortes de amarelo, azul, laranja e vermelho. Algumas telas retratam cenas urbanas, com seus automóveis, arranha-céus, calçadas e vidraças indiscretas, onde uma jovem se despe. Uma das maiores, porém, um verdadeiro painel de nome "Amazonas", foge ao tema. Sem a presença humana, a exuberância das águas se confunde com a flora verde.

 

Na abertura do evento, o presidente do TRT, desembargador Renato Buratto, afirmou que o conjunto da obra de Élon Brasil "resgata e apresenta a miscigenação do povo brasileiro como o mais importante registro de nossa identidade cultural, social e humana".

 


 

Buratto agradeceu à desembargadora Mariane Khayat, coordenadora do Espaço Cultural, "por sua dedicação e estímulo, sem os quais não seria possível o sucesso na realização deste evento", e também ressaltou a finalidade do Espaço Cultural do TRT, que é o de "aproximar o Tribunal da comunidade de Campinas e região, através da expressão artística e cultural brasileira, descortinando a sensibilidade de todos que transitam pelo ambiente solene de uma corte de justiça".

 

O artista agradeceu pela oportunidade da exposição e considerou "importante divulgar sua obra no Tribunal". Élon Brasil disse que estava ansioso para que chegasse logo a exposição, especialmente porque "a triagem dos quadros foi feita com muito carinho". Para o acervo do Espaço Cultural do TRT, o artista doou a obra "O pequeno guerreiro iniciado" (óleo sobre tela, 100 x 100cm).

 

Dentre os desembargadores presentes, estavam o vice-presidente judicial, Lorival Ferreira dos Santos; o vice-diretor da Escola Judicial, Samuel Hugo Lima; a coordenadora do Espaço Cultural, Mariane Khayat, além de Manuel Soares Ferreira Carradita, Maria Madalena de Oliveira, Suzana Monreal Ramos Nogueira, Manoel Carlos Toledo Filho e Helcio Dantas Lobo Junior.

 

Inspiração mutante


 


       Élon Brasil é nome próprio, de batismo mesmo, mas o próprio artista reconhece que "artisticamente caiu bem". Artista profissional, Élon está às voltas com as tintas desde criança. Aos seis anos ele já rabiscava seus desenhos, mas garante que só alcançou a identidade de artista aos 35 anos, depois que visitou os índios no Xingu.

 

O pai, Milton Brasil, também artista, nunca ensinou ao filho as técnicas da pintura ou do desenho, mas proporcionou apenas as ferramentas de seu ateliê. Élon garante que do pai só herdou mesmo a alma de artista, todo o trabalho de aprendizado, como autodidata, veio com o tempo e com suas viagens. Nem a temática da obra do pai inspirou o artista. "A obra do meu pai tinha uma religiosidade eclética, com traços de espiritualidade", afirmou Élon, que não negou "uma certa religiosidade" em seus próprios quadros, porém ela aparece mais no seu aspecto cultural, na profundidade de seus personagens.

 


       Élon Brasil afirma ter uma "inspiração mutante", e que acorda todos os dia querendo fazer alguma coisa diferente. Em seu ateliê, mantém horários de trabalho e até funcionários que o ajudam a receber clientes e a confeccionar telas com lonas e tecidos sobrepostos, uma marca em sua obra.

 

Pai de três meninas, o artista, que nasceu em 1957 em Niterói (RJ), começou a fazer arte usando crayon em pastel, fase que perdurou até seus 24 anos, aproximadamente. O aspecto social já aparecia forte, mas só se intensificou e ganhou personalidade depois de suas viagens ao Xingu, onde morou por três meses entre os índios, e também à África, onde teve contato com a cultura aborígine e seus orixás, sua culinária exótica e até seus feitiços (foi acompanhado por um feiticeiro quando viajou por Benin, Togo e Nigéria).

 


 

Serviço: Exposição de Artes Plásticas de Élon Brasil

 

Local: Espaço Cultural do TRT da 15ª Região

Rua Barão de Jaguara, 901 – 1º Andar

 

Horários: de segunda a sexta-feira: das 12 às 18h

sábados: das 10 às 18h

domingos: das 14 às 18h

 

Entrada Franca

Unidade Responsável:
Comunicação Social