Força-Tarefa começa a atuar na 4ª Vara do Trabalho de Campinas para regularização dos serviços

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Por Luiz Manoel Guimarães

Com uma reunião informal na secretaria da unidade, o corregedor da 15ª Região, desembargador Luiz Antonio Lazarim, deu início nesta segunda-feira, 16 de abril, aos trabalhos de regularização dos serviços na 4ª Vara do Trabalho (VT) de Campinas. Uma força-tarefa de sete servidores se juntou aos 13 já lotados na VT, num projeto de recuperação que foi solicitado pela própria Vara à Corregedoria Regional, em 3 de fevereiro deste ano, por ocasião da correição anual ordinária. Ainda em fevereiro a proposta foi encaminhada pela Corregedoria à Presidência do Regional, sugerindo medidas para o saneamento dos serviços prestados pela VT. O presidente do Tribunal, desembargador Renato Buratto, deu então o sinal verde no sentido de que fossem providenciados os meios para o início do esforço concentrado, que, por delegação da Presidência, será coordenado pela Corregedoria.

Além do corregedor regional, participaram da reunião na secretaria da Vara o vice-corregedor, desembargador Gerson Lacerda Pistori, o juiz titular da VT, Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo, as juízas Luciene Pereira Scandiuci Ridolfo – substituta de Lobo na unidade, uma vez que o magistrado está convocado para atuar no Tribunal – e Daniela Macia Ferraz Giannini – auxiliar na VT –, o diretor-geral de Coordenação Administrativa do TRT, Evandro Luiz Michelon, o secretário da Corregedoria, Vlademir Nei Suato, a diretora da secretaria da Vara, Maria Alice Silva Piovezanni, e o coordenador da força-tarefa, Norton Luiz Bechtlufft, além dos demais servidores que irão atuar no mutirão.

O encontro também contou com a presença dos servidores Adelina Maria Pessinatti Ohashi, Gilberto Antonio Semensato e Walkíria de Magalhães, da equipe psicossocial da Diretoria de Saúde da Corte. Eles irão aplicar na VT o projeto “Promoção da Saúde no Trabalho, Qualidade de Vida e Clima Organizacional”.

Nova fase


“Estamos dando início hoje a uma nova etapa, para a qual vocês estão plenamente capacitados”, afirmou o desembargador Lazarim, que ressaltou a ótima recepção do presidente do Tribunal à proposta de recuperação da 4ª VT de Campinas. “O desembargador Buratto aprovou prontamente o plano de trabalho, inclusive no que concerne à convocação do grupo de servidores para compor a força-tarefa que vai auxiliar os colegas da unidade a atualizar os serviços”, destacou o corregedor regional. “Não fosse pelo fato de estar viajando a Brasília, a trabalho, tenho certeza de que o desembargador Buratto estaria aqui conosco, nesta reunião que certamente dá início a uma nova fase da 4ª Vara do Trabalho de Campinas”, complementou.

Lazarim assinalou que desde 2011 a Corregedoria tem identificado, por intermédio das correições ordinárias, as Varas do Trabalho da 15ª “que se encontram numa situação diferenciada”, com vistas a elaborar e implementar as medidas necessárias à solução dos problemas encontrados.

O corregedor lembrou ainda que a 15ª Região está na iminência de deflagrar a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe). “A Vara do Trabalho de Piedade será a primeira da 15ª a receber o Processo Judicial Eletrônico, em agosto próximo”, adiantou Lazarim, acrescentando que o mutirão na 4ª VT incluirá atividades visando à preparação dos servidores para lidar com o PJe.

A propósito da proximidade da mudança, o vice-corregedor recorreu à parábola do monge medieval que, aturdido diante de uma “grande novidade tecnológica”, se vê obrigado a recorrer a um colega que, já conhecedor da nova tecnologia, ensina ao perplexo religioso, passo a passo, como lidar com o “revolucionário objeto”. Tratava-se apenas – ao menos apenas do ponto de vista do homem contemporâneo – do advento do livro, em lugar do pergaminho. “O Processo Judicial Eletrônico não é um bicho de sete cabeças. Da mesma forma que vimos que o livro era muito melhor do que o pergaminho, veremos que o PJe é muito melhor do que o processo em papel”, sentenciou o desembargador Gerson.

Já o diretor-geral de Coordenação Administrativa ratificou o apoio do presidente do Regional aos trabalhos de regularização dos serviços na 4ª VT campineira e reiterou a importância do engajamento dos servidores no esforço concentrado iniciado nesta segunda-feira. “Tenham a certeza

Juiz Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo
de que o Tribunal está junto de vocês nesse trabalho. Estamos todos remando para o mesmo lado.”

O juiz Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo agradeceu o apoio da Administração do Regional à Vara no sentido de suprimir a sobrecarga experimentada pela unidade atualmente. O magistrado ressaltou a confiança depositada pela Presidência do TRT e pela Corregedoria Regional na 4ª VT. “Recebemos um voto de confiança especial. A solução dos problemas foi confiada à própria equipe da unidade, com o apoio de um segundo grupo de servidores.”

Eficiência sim, mas com qualidade de vida


Segundo a equipe da Diretoria de Saúde, esta é a primeira Administração do TRT15 que investe dessa forma em medidas de caráter psicossocial na solução dos problemas de sobrecarga das unidades da 15ª. “É muito importante analisar como as relações entre as pessoas influenciam no surgimento desses problemas. Elas tanto podem favorecer quanto dificultar a boa fluência dos trabalhos”, afirmou Gilberto Antonio Semensato.

No projeto “Promoção da Saúde no Trabalho, Qualidade de Vida e Clima Organizacional”, desenvolvido em parceria com a Diretoria de Pessoal do TRT, a equipe psicossocial atua em dois aspectos principais: orientação de desenvolvimento de equipe e orientação de desenvolvimento gerencial. Num primeiro momento, a equipe faz o diagnóstico dos problemas enfrentados pelos servidores, por meio de dinâmicas de grupo e entrevistas. No estágio seguinte, feito o mapeamento das dificuldades de caráter de gestão de pessoas e de relacionamento humano, tem início a efetiva intervenção do trio no sentido de obter as soluções, especialmente com trabalhos em grupo.

Sucesso na experiência inicial

A primeira participação da equipe psicossocial num projeto desse tipo ocorreu no ano passado, na VT de Botucatu. Segundo Walkíria de Magalhães, o trabalho desenvolvido naquela unidade significou “um resgate da dignidade dos servidores”, além da “capacitação e atualização de todo o quadro”.

Paralelamente aos problemas de gestão de pessoas, a VT de Botucatu registrava também dificuldades na organização e no desempenho de tarefas administrativas. Nesse campo, a Corregedoria, com seu método de gestão por relatórios, desenvolvido pelo desembargador Luiz Antonio Lazarim, foi fundamental para a recuperação da VT. Mudanças estratégicas foram postas em prática, inclusive na própria organização do espaço da secretaria da unidade, além de alterações nas rotinas dos procedimentos.

Os resultados não demoraram a aparecer. Um relatório divulgado pela Corregedoria em 5 de dezembro passado revelou que a VT de Botucatu alcançou o primeiro lugar, em toda a 15ª, na primeira etapa da estatística do Panorama dos Trabalhos de Inscrição de Devedores no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT). Na ocasião, a Vara analisou 4.100 processos e incluiu 2.800 no Banco. “Essa é a prova de que, com planejamento, é possível alcançar resultados sem abrir mão da qualidade de vida”, ressaltou, na época, o secretário da Corregedoria Regional, Vlademir Nei Suato.

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