Juízes e servidores vestem rosa nesta quarta, 31, em apoio a campanha de prevenção ao câncer de mama

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Por Patrícia Campos de Sousa

A Diretoria de Saúde do TRT convida os magistrados e servidores do Regional a se vestirem de rosa na próxima quarta-feira (31/10), para manifestar sua adesão ao movimento Outubro Rosa, campanha promovida nacional e internacionalmente para conscientizar a população, sobretudo a feminina, sobre a importância dos exames periódicos para a prevenção do câncer de mama ou sua detecção ainda em estágio inicial. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é hoje o tumor maligno mais frequente na população feminina e o que mais leva brasileiras à morte, sendo observado também em homens, ainda que em escala bem menor. Embora seja relativamente raro nas mulheres antes dos 35 anos, sua incidência cresce rápida e progressivamente a partir dessa idade.

De acordo com a doutora Heloisa Helena Mazon Zakia, diretora de Saúde da Corte, a maioria dos nódulos (ou caroços) detectados na mama é benigna, mas isso só pode ser confirmado por meio de exames médicos. Segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), se no momento do diagnóstico o tumor tiver menos de um centímetro, as chances de cura chegam a 95%. Tumores desse tamanho, contudo, são pequenos demais para serem detectados por palpação, mas são visíveis na mamografia, o que, segundo Heloísa, torna fundamental que toda mulher a partir dos 40 anos realize ao menos uma mamografia por ano.

Fatores de risco

Segundo a diretora, o câncer de mama – e o câncer de forma geral – não tem uma causa única. Seu desenvolvimento deve ser compreendido em função de uma série de fatores de risco, alguns deles modificáveis, outros não. "O histórico familiar é um importante fator de risco não modificável para o câncer de mama. Mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que tiveram a doença antes dos 50 anos podem ser mais vulneráveis." Entre outros fatores de risco não modificáveis para o câncer de mama, Heloísa cita ainda o aumento da idade, a menarca precoce (primeira menstruação antes dos 11 anos de idade), a menopausa tardia (última menstruação após os 55 anos), nunca ter engravidado ou ter tido o primeiro filho depois dos 30 anos. Os fatores de risco modificáveis, por sua vez, são relacionados ao estilo de vida, como o excesso de peso, o sedentarismo e a ingestão regular de álcool.

Detecção precoce

O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ser curada. A detecção precoce, como se viu, é uma estratégia fundamental na luta contra a doença, que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, somente em 2010 matou 12.705 mulheres no País. É hoje consenso entre os médicos que a mamografia é o único exame diagnóstico capaz de detectar o câncer de mama quando ele ainda tem menos de um centímetro, uma vez que, com esse tamanho, o nódulo ainda não pode ser palpado.

De acordo com a doutora Heloísa, o autoexame continua sendo importante, embora secundário. "Ele é essencial para que a mulher conheça seu corpo, em especial sua mama, e possa perceber qualquer alteração. Deve ser feito visualmente e por meio da palpação, uma vez por mês, após o final da menstruação. Para as mulheres que não menstruam mais, o ideal é definir uma data e fazê-lo uma vez ao mês, sempre no mesmo dia". Embora útil, o autoexame, defende a diretora, "não substitui o exame clínico feito por um profissional da saúde por meio da palpação, e menos ainda a mamografia".

Heloísa ressalta porém que, como todo exame médico, a mamografia está sujeita a deficiências. "Acredita-se que cerca de 10% dos casos comprovados de câncer de mama não sejam detectados na mamografia, principalmente em mulheres jovens, que têm a mama densa. A ultrassonografia também pode auxiliar no diagnóstico e ser muito útil para detectar lesões duvidosas."

Sintomas

O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor mamária, mas podem surgir ainda nódulos palpáveis na axila e alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. Tais alterações, porém, aparecem numa fase já adiantada da patologia, o que diminui bastante a chance de cura. Essa situação, conclui Heloísa, "só vem reforçar a ideia de que não se deve esperar o aparecimento de sintomas e que a melhor forma de combater o câncer é o diagnóstico precoce".

Unidade Responsável:
Comunicação Social