Tribunal forma brigada de incêndio com 140 participantes

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Por Luiz Manoel Guimarães

 

A Presidência do TRT da 15ª Região, por intermédio da Assessoria de Segurança, realizou na manhã desta quinta-feira, 22, no Auditório 1 da Escola Judicial da Corte, em Campinas, um curso de formação de brigada de incêndio, com a participação de servidores e trabalhadores terceirizados do Tribunal. Outra edição do curso, para uma segunda turma de inscritos, está marcada para a próxima segunda, 26. No total serão cerca de 140 brigadistas, que irão atuar na sede judicial do TRT, na Rua Barão de Jaguara. As aulas estão a cargo do sargento Luís Carlos Dicara, do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros de São Paulo, auxiliado pelo soldado Rafael Oliveira. Com 24 anos de carreira, há 15 o sargento concilia o dia a dia na corporação com a atividade de palestrante e treinador de brigadistas.

 

Engajamento voluntário

 


O coronel Pacelli ressaltou a importância do caráter voluntário no brigadista

 

Na abertura do curso, o assessor de Segurança do Regional, coronel Eugênio Pacelli Castro, destacou que a participação no curso é totalmente voluntária. "A essência do brigadista é o voluntariado."

 

Segundo Pacelli, 1.046 pessoas, entre magistrados, servidores e funcionários terceirizados, trabalham no edifício-sede do Tribunal. Além disso, complementa o coronel, aproximadamente 2.500 pessoas circulam pelo prédio diariamente. Ele antecipou que o TRT investirá na formação de uma brigada para a sede administrativa, que está localizada na esquina das Ruas Dr. Quirino e Conceição, também no Centro de Campinas, além de uma para o Fórum Trabalhista da cidade, na Avenida José de Souza Campos (conhecida como Norte-Sul).

 

Prevenção em primeiro lugar

 

 

"O curso de formação de brigadistas proporciona ao aluno saber como agir em caso de sinistro, incluindo o conhecimento dos materiais e equipamentos usados no combate ao fogo", resume o sargento Dicara. "Entre outros aspectos, o integrante da brigada está habilitado a acionar e recepcionar o Corpo de Bombeiros sempre que necessário, passando à corporação as primeiras informações sobre a ocorrência, como, por exemplo, o caminho mais fácil para chegar até ela", acrescenta o palestrante. "As primeiras medidas são fundamentais", enfatiza Dicara. "Se a brigada agir corretamente, são grandes as chances de controlar o fogo logo no início."

 

O sargento sublinhou, no entanto, que, quando o assunto é fogo, prevenir é o mais importante. "O incêndio acontece onde falha a prevenção." Se não for possível evitar a ocorrência, detalha Dicara, é preciso dificultar seu desenvolvimento, facilitando a extinção do problema.

 

As aulas incluem a simulação do trabalho de um brigadista na prática. Até no "intervalo" as atividades não foram interrompidas, e o sargento aproveitou a "pausa" para demonstrar aos alunos como evacuar corretamente o edifício, em caso de incêndio. Além de fiscalizar se os equipamentos de combate ao fogo estão em ordem no prédio e se as rotas de fuga estão desimpedidas, entre outros fatores, o integrante da brigada atua na orientação das demais pessoas sobre como agir em caso de sinistro. Procedimentos simples, como, por exemplo, deixar o prédio usando as escadas, podem salvar muitas vidas. "No Joelma [edifício da capital paulista, incendiado em 1º de fevereiro de 1974] 14 pessoas morreram presas no elevador, que virou um verdadeiro forno de micro-ondas", lembra Dicara. No incêndio, um dos maiores da história do País, houve quase duzentos mortos.

 

Outra atitude errada, alerta o militar, é, em meio a um forte cheiro de gás, acender a luz. "O gás é armazenado no botijão em estado líquido. Em contato com o ar, ele se expande 270 vezes. Basta vazar um litro para termos o risco de um grande incêndio." Nesse tipo de situação, o correto é fechar o registro do gás, abrir todas as janelas e, se possível, pôr o botijão para fora de casa, orienta Dicara.

 

A instalação correta dos recipientes de gás também é fundamental. "O incêndio naquele shopping em Osasco [2008, sem vítimas] aconteceu porque instalaram botijões perto de ralos. Se há vazamento, como é mais pesado do que o ar, o gás desce e penetra no piso pelo ralo, formando uma situação extremamente perigosa", adverte o sargento.

 

Educar as pessoas sobre como agir quando um incêndio tem início, insiste o palestrante, é a mais importante de todas as medidas preventivas, que incluem ainda iniciativas como a organização de estoques e a manutenção eficiente das instalações elétricas. "As causas mais comuns de incêndios são os curtos-circuitos, além de imprudência e negligência, fatores que podemos evitar com a prevenção", arremata o sargento. Sempre que possível, o brigadista pode, inclusive, dar o primeiro combate ao incêndio, completa.

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Comunicação Social