O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região celebra o Dia da Árvore, no próximo dia 21 de setembro, com um ato simbólico. Cada uma das 153 unidades judiciárias do Regional recebeu um cartaz comemorativo, produzido em papel semente de angico-vermelho para ser plantado. Com o slogan Vamos buscar a sustentabilidade. Plante essa ideia, o Regional convida à reflexão sobre a importância da preservação dos recursos naturais e estimula a consciência ecológica. O TRT divulga também um balanço das práticas adotadas para reduzir o consumo de papel, produto elaborado a partir da celulose, matéria-prima extraída das árvores.

O TRT da 15ª Região aboliu, por meio do Ato Regulamentar nº 4/2009, de 26/5/2009, a utilização de papel clorado em todas as unidades, substituindo por material reciclado, impondo ainda, a impressão no padrão frente e verso. A prática atende à Resolução nº 11 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e registra resultados positivos. O consumo de papel pelos gabinetes dos desembargadores, por exemplo, caiu 48,5% de 2008 para 2011.

Em âmbito geral, houve um aumento de consumo de 3,82% no mesmo período, todavia, a porcentagem é considerada satisfatória, uma vez que a demanda de ações ajuizadas a cada ano tem crescido substancialmente. O presidente do Regional, desembargador Renato Buratto, aponta ainda para a redução drástica da utilização do papel no Poder Judiciário, principalmente na Justiça do Trabalho, em um futuro muito próximo, com a implantação do Processo Judicial Eletrônico – o PJe. "A ferramenta eletrônica, ao mesmo tempo que representa extraordinário avanço na utilização racional e inteligente da tecnologia da informação em prol de uma Justiça do Trabalho mais célere, acessível, econômica e eficiente, permite ganhos ambientais até então inconcebíveis, com a tramitação virtual de todo o processo e a eliminação do papel nos próximos anos", explica Buratto.

Para se ter uma ideia do impacto do processo eletrônico, a Justiça do Trabalho brasileira recebeu em 2011 cerca 2 milhões e 155 mil novos processos com trâmite em papel. Considerando que, em média, um processo no TST tem 540 folhas e nas 1ª e 2ª instâncias tem 200 folhas, isso exige cerca de 431,4 milhões de folhas de papel A4 por ano. Desse modo, a implantação do PJe em todas as instâncias da Justiça do Trabalho, vai gerar uma economia anual estimada de 2.019 toneladas de papel, o que equivale à preservação de mais de 50 mil árvores, uma verdadeira floresta por ano.

O PJe está sendo implantado de forma gradativa pela Justiça do Trabalho em todo o país. No TRT da 15ª Região, o processo já está em operação na Vara do Trabalho de Piedade (região de Sorocaba) e em 2ª instância, na 2ª Turma (Classe Recursal) e na 1ª Seção de Dissídios Individuais (Mandado de Segurança). Neste segundo semestre o TRT de Campinas estenderá o sistema para mais 14 varas do trabalho, visando cumprir a meta 16 estabelecida pelo CNJ de implantação em pelo menos 10% do total de unidades existentes em cada Regional Trabalhista.

O angico-vermelho, ideal para praças e parques

 
As dicas são do desembargador Luiz Roberto Nunes, Coordenador da Comissão Ambiental do TRT da 15ª Região, estudioso do angico-vermelho. Segundo ele, esta espécie arbórea deve ser plantada preferencialmente em praças e parques amplos, visto que atinge facilmente a altura de 15 a 20 metros. A árvore emite poucos galhos e ainda assim, concentrados no dossel superior. Quando plantada próxima de outras árvores, cresce retilínea, da mesma forma que o eucalipto. Não é recomendado o plantio em calçadas estreitas e próxima à fiação elétrica. "A escolha foi acertada também pelo aspecto da validade do período germinativo. As sementes secas acabaram de se desprender das árvores no mês passado e portanto, estão ótimas para serem plantadas", explica Nunes.

A germinação é extremamente rápida (5 a 10 dias), bastando que a semente seja colocada em um pequeno recipiente (um copo plástico, por exemplo) com areia, a ser regada todos os dias. Logo após a germinação, a semente deve ser plantada em saco de muda (saco plástico preto), que seja bastante alto (pelo menos 40 cm), já que o angico emite a raiz central (chamada de pião) bastante longa, a qual não deve ser cortada e tampouco mantida enrodilhada, em hipótese alguma. Sem esta raiz central, a árvore perde seu vigor e sua sustentabilidade durante as ventanias. A madeira do angico-vermelho tem um tom avermelhado escuro e é muito resistente e de longínqua durabilidade, já que não é atacada por cupins e outros insetos. As flores, embora não sejam tão vistosas, contém alto teor de néctar e portanto, são melíferas.