Desembargadores do TRT fazem visita institucional à Academia Militar das Agulhas Negras

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Por Patrícia Campos de Sousa

O presidente do TRT, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, realizou nesta terça-feira (4/6) uma visita institucional à Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no município de Resende (RJ), em companhia dos desembargadores Manoel Carlos Toledo Filho e José Otávio de Souza Ferreira. A instituição é responsável pela formação de oficiais combatentes de carreira das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, do Quadro de Material Bélico e do Serviço de Intendência do Exército brasileiro.

Os magistrados foram recebidos com formalidades militares pelo comandante da Aman, o general-de-brigada Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, e por uma comitiva de oficiais integrada pelo subcomandante da Academia, coronel Bruno, pelo comandante do Corpo de Cadetes, coronel Costa Neves, pelo assessor especial da Aman, coronel Carlos Peres, pelo ex-subcomandante da instituição, coronel Athos Amorim, e pelo major McDonnell.

Durante a visita, os desembargadores e os oficiais trataram de assuntos estratégicos e ligados ao trabalho em sociedades desorganizadas, especialmente sobre a experiência do Exército brasileiro como integrante da Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti e na pacificação da Comunidade do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, onde hoje existe uma vara itinerante da Justiça do Trabalho e uma ouvidoria do TRT da 1ª Região.

Os magistrados também tiveram a oportunidade de conhecer a estrutura física e educacional da Academia e assistir a uma minuciosa apresentação do general Tomás sobre a organização e o trabalho contemporâneo do Exército e da Aman, bem como sobre a atuação de missões comandadas pelo general Tomás. Além da Força de Paz da ONU no Haiti e da pacificação da comunidade carioca, o general comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), localizada em Campinas, e a 11ª Brigada de Infantaria Leve de Campinas, antes de assumir o comando da Aman.

Ao término da visita, que trouxe luzes para diversas áreas do conhecimento estratégico dos desembargadores, o presidente Cooper convidou o general Tomás a participar de um evento que será realizado pela Escola Judicial do TRT no segundo semestre deste ano.

Instituição bicentenária

A Academia Militar das Agulhas Negras tem sua origem em 1792, com a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, a primeira escola militar das Américas, instalada no Rio de Janeiro pelo Conde de Resende. Com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, foi inaugurada, em abril de 1811, no mesmo local, a Academia Real Militar, também chamada de Casa do Trem da Artilharia, onde hoje funciona o Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.

Em 1812 a Academia foi transferida para o Largo de São Francisco, também no Rio, local que oferecia melhores condições para o exercício da arte da guerra. Com a Independência do Brasil, em 1822, passou a chamar-se Imperial Academia Militar e, em 1858, foi transferida para as dependências do Forte da Praia Vermelha, ali permanecendo até 1904.

De 1906 a 1910 a formação dos oficiais de Infantaria e Cavalaria passou a ser exercida pela Escola de Guerra, instalada em Porto Alegre. Em 1913 foi criada no Rio de Janeiro a Escola Militar do Realengo, que centralizou a formação da elite dos oficiais do Exército por quase quarenta anos. Visando aperfeiçoar a formação de oficiais para um Exército em franco crescimento, foi criada, em 1º de janeiro de 1944, a Escola Militar de Resende, município do sul do Estado do Rio de Janeiro. Em 1951 a Escola passou a se chamar Academia Militar das Agulhas Negras.

Hoje a Aman é a maior e mais importante escola de oficiais do Exército. Com uma área total de 67 quilômetros quadrados, conta com cerca de 1.800 cadetes, como são chamados seus alunos.

O título de cadete é confirmado com o recebimento do espadim, que é entregue ao aluno do primeiro ano em cerimônia realizada em meados de agosto. Durante quatro anos o cadete recebe uma formação técnico-militar minuciosa, em que desenvolve conhecimentos humanísticos, científicos e tecnológicos necessários ao bacharel em Ciências Militares e ao prosseguimento da carreira militar. Ao fim do quarto ano, o espadim é restituído em solenidade na qual o cadete é declarado aspirante-a-oficial, recebendo a espada e as estrelas de oficial do Exército Brasileiro. A partir daí, segue para uma das diversas unidades militares espalhadas pelo Brasil.

Para ingressar na Academia o jovem deve realizar um concurso público para a Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas, onde cursará um ano de ensino superior, antes de seguir para a Aman.

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