Exposição Errâncias Desurbanas é aberta na sede do TRT

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Por Beatriz Assaf

A exposição "Errâncias Desurbanas: a paisagem no acervo do MAV/ Unicamp", que reúne cerca de 50 obras de arte, teve seu vernissage nesta terça-feira (7/5), no Espaço Cultural do TRT-15, localizado no edifício-sede do Regional.

Dentre os presentes estavam o presidente do Tribunal, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper; o secretário-geral da Presidência, Paulo Eduardo de Almeida; a curadora do Espaço Cultural, desembargadora Mariane Khayat, além de outros desembargadores, juízes, servidores e convidados.

Em seu discurso, a desembargadora Mariane Khayat enalteceu a mostra, por tratar-se de uma parceria do Tribunal com a Unicamp, o que possui um significado especial. A desembargadora contou brevemente a história do MAV, lembrando que o museu ainda não possui sede própria, embora já possua terreno e projeto arquitetônico aprovado.

Mariane Khayat ressaltou a importância das obras expostas, bem como os objetivos do Museu de Artes Visuais da Unicamp. A curadora afirmou que "os objetivos do MAV casam com o do Tribunal de promover a arte e a cultura". Mariane Khayat concluiu agradecendo a "valorosa participação das professoras Maria de Fátima Morethy Couto e Ana Angélica Albano na exposição" e acrescentou que coloca o Espaço Cultural da Corte à disposição.

A diretora do Museu de Artes Visuais da Unicamp, Maria de Fatima Morethy Couto, que também é curadora da exposição, reforçou a história do MAV e da Galeria de Artes da Unicamp. "A galeria é fruto de um sonho realizado por um grupo de professores de arte, da Unicamp, que compreenderam a importância da arte para alunos e professores e criaram um local onde eles pudessem expor suas obras", disse. A professora lembrou que o museu da Unicamp teve início no ano de 1984, ainda quando era uma simples galeria e ocupava uma pequena sala ao lado do refeitório da Unicamp. Hoje, o acervo conta com aproximadamente mil obras de artistas locais e internacionais.

Além disso, Maria de Fatima Couto afirmou que essa foi a primeira vez que as obras do acervo saíram da Unicamp e que o tema para esta exposição foi escolhido a partir do poema de Manoel de Barros: "As fontes de minha poesia, estou certo, vêm de errâncias desurbanas".

Em breve discurso, o presidente da Corte, Flavio Cooper, valorizou a parceria feita entre o TRT-15 e a Unicamp, e reconheceu o trabalho da desembargadora Mariane Khayat como curadora do Espaço Cultural, ao qual se dedica, segundo Cooper, "com tanto zelo e carinho". O presidente disse ainda que, ao observar as obras expostas, lembrou-se de seu pai, um grande apreciador das artes. Para o presidente, "cada quadro é um encanto e enriquece a vida das pessoas que passam por eles".

Sobre as obras

As 50 obras que compõem a exposição integram o acervo do Museu de Artes Visuais da Unicamp (MAV), de cerca de mil obras, que inclui importantes artistas plásticos brasileiros dos séculos XX e XXI.

"Errâncias Desurbanas" é um recorte de trabalhos variados, como pinturas, gravuras e desenhos, que retratam, sobretudo, paisagens de recantos de Campinas em constante transformação. Parte das obras foi realizada por artistas atuantes em Campinas desde os anos 1950, como Mário Bueno, Thomaz Perina, Maria Helena Motta Paes, Fúlvia Gonçalves e Francisco Biojone. Estes artistas tiveram atuação decisiva na renovação do cenário artístico local e no abandono das tradições acadêmicas então vigentes.

Na mostra há, também, trabalhos que remetem a outras épocas e a espaços imaginários, como as pinturas de Anatol Wladislaw (pintor de origem polonesa, integrante do grupo concretista) e as gravuras de Renina Katz, George Gutlich, Marco Butti, Maria do Céu Diel.

Maria de Fatima Morethy Couto e a professora Ana Angélica Albano destacaram a gravura "Maré", realizada pelo artista Ernesto Bonato com alunos do curso de graduação em artes visuais da Unicamp, no âmbito do Programa do Artista Residente da Unicamp (2011).

Todas as obras foram doadas ou adquiridas nos vinte anos de atuação do Instituto de Artes da Unicamp e incorporadas ao acervo em 2009.

Opinião dos participantes

A diretora associada do MAV, Ana Angélica Albano, destacou que a parceria entre a Unicamp e o Tribunal traz oportunidades para ambos: "para o TRT, a exposição permite ampliar o repertório imagético, e para a Unicamp é muito interessante poder expor em um lugar importante e central".

A desembargadora Maria Madalena de Oliveira disse estar encantada com os quadros. Segundo ela, "há obras belíssimas de pintores que conhecia apenas de nome e foi um prazer poder encontrá-las aqui, logo que bati o olho me emocionei e acho que arte é isso, é emoção".

O juiz auxiliar da Vice-Presidência Judicial, Firmino Alves Lima, afirmou que "a exposição traz um importante resgate da identidade de Campinas com a arte", os quadros intitulados "Espaço /s/ data", de autoria de Maria Helena Motta Paes, são os que mais chamaram a atenção do magistrado, por "lembrarem a paisagem campestre campineira".

Na opinião do desembargador Carlos Alberto Bosco, a exposição está maravilhosa e "a iniciativa de trazer estas obras foi muito boa".

Para o juiz Edison dos Santos Pelegrini, titular da 1ª Vara do Trabalho de Bauru, a mostra está encantadora. Para ele, " as obras emprimem um sentimento bastante gostoso".

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