Texto e fotos: Ana Claudia de Siqueira 

Criado em 5 de fevereiro de 2013, pelo presidente do TRT da 15ª Região, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, com o objetivo de coletar demandas institucionais de aspectos estruturais, organizacionais e verificar indicadores de qualidade de vida de juízes e servidores de 1ª Instância, o GMP (Grupo Móvel da Presidência de Atenção às unidades judiciárias) completou seis meses de atividades, interagindo por meio de dinâmicas, com os servidores e juízes de 52 unidades, das quais, 37 Varas do Trabalho, seis Serviços de Distribuição dos Feitos, cinco Centrais de Mandados, dois Postos Avançados da Justiça do Trabalho e dois Postos Médicos. Fechando o ciclo destes seis meses, o GMP esteve em visita à VT de Orlândia. O município integra a chamada Região da Alta Mogiana, assim como Ituverava, Igarapava, Morro Agudo e São Joaquim da Barra, locais também visitados pelo GMP no período.

A denominação Alta Mogiana está relacionada à famosa Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (CMEF), fundada em 1872, que classificou sua malha ferroviária (Baixa, Média e Alta) a partir da distância dessas regiões em relação à sede, situada em Campinas. Os trilhos acompanhavam o potencial da produção agrícola, em especial a cafeicultura, visando o escoamento de produção até o Porto de Santos (SP). O ramal de Igarapava teve trechos construídos entre os anos de 1899 a 1915. A região, essencialmente agrícola, vivenciou os tempos áureos da produção cafeeira, assistiu a mão de obra escrava ser substituída pelos imigrantes e posteriormente, pela mecanização. A malha férrea, por sua vez, teve grande representatividade no processo de interiorização e desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo.

O município de Orlândia originou-se a partir da inauguração, em 1901, da Estação Coronel Orlando, uma homenagem ao Coronel Francisco Orlando Diniz Junqueira, grande fazendeiro da região, plantador de café, criador de gado e de cavalos da raça Mangalarga. Ao redor da estação surgiram as primeiras casas, compondo a chamada Vila Orlando. A elevação à categoria de município, com o nome de Orlândia, ocorreu em 30 de março de 1910. Antes, em meados de 1890, chegou a pertencer à vizinha Batatais.

A Orlândia do século XXI possui economia mais diversificada, que aponta para o crescimento do comércio e da indústria da transformação. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho (Caged) indicam uma variação positiva na criação de novos postos de trabalho no ano passado pelo comércio, com 1.247 admissões, diferentemente dos outros setores produtivos.

A Vara do Trabalho de Orlândia foi inaugurada em 27 de outubro de 2005, com jurisdição sob os municípios de Sales de Oliveira, Nuporanga e ainda Morro Agudo, onde funciona um posto avançado. Com um volume processual que registra a entrada de mais de 1.500 novas ações em 2011 e 2012, a VT acompanha os passos da economia local. O setor agropecuário liderou o ranking de ações trabalhistas ajuizadas em 2011, cerca de 580, registrando no ano seguinte queda de 42%. Serviços diversos tais como reparação, manutenção, limpeza, segurança, entre outros, foram responsáveis pelo maior número de ações ajuizadas em 2012: 653. A indústria e suas ramificações (alimentação, bebidas, fumo, construção civil, metalúrgica, mecânica, material elétrico, entre outros) vêm na sequência, com o ajuizamento de 608 processos no ano passado. O comércio é uma das atividades que menos gerou ações tanto em 2011 (50) quanto em 2012 (21). Os dados são computados pela Coordenadoria de Estatística e Pesquisa do TRT.

Meca do futsal

"Orlândia é a capital nacional do futsal", dispara Reinaldo Realino Júnior, secretário de audiências da VT, durante a reunião do GMP, ao se referir aos diferenciais da cidade. Não é muito de praticar esportes, mas ‘dá conta de tudo' e acompanha de perto as competições. "Aqui em Orlândia atua o maior jogador de futebol de salão do mundo", emenda Reinaldo. Alessandro Rosa Vieira, mais conhecido como Falcão, brilha nos Mundiais com a camisa da seleção brasileira e atualmente joga como ala na equipe da ADC Intelli/Orlândia, uma das favoritas ao título da Liga Futsal 2013. O time também conta com o reforço de outros dois jogadores da seleção canarinho, o goleiro Guitta e o ala Diece.

Avesso aos esportes coletivos, o calculista da VT, Otacir de Paula Malta optou pela "magrela" e pela caminhada, sempre a passos largos em busca de belas paisagens. De bicicleta ou praticando trakking, já percorreu a Estrada Real (Rota do Diamante, de Ouro Preto à Diamantina/MG); Circuito Vale Europeu Catarinense (SC); alguns cânions no Parque Nacional de Aparados da Serra/RS; o caminho da fé de Franca à Aparecida (SP); Serra da Canastra/MG e Serra Fina/Serra da Mantiqueira (MG). "Aconselho a fazer algo que envolva a natureza, pois relaxa muito e isso é importante para o trabalho. Volto ‘zerado' e energizado. Não precisa de muito dinheiro e nem tempo, apenas a vontade de superar um desafio. Basta um final de semana", comenta Otacir, que convida servidores interessados, inclusive de outras VTs, para a criação de um grupo, com o objetivo de praticar esportes mais radicais, não só mountain bike ou trakking, mas também rafting, montanhismo e rapel. Para estes ele apenas recomenda a necessidade de um bom preparo físico.

Malta atua como calculista há três anos. É formado em Ciências Econômicas pela Faculdade de Franca (FACEF). Prestou concurso para o Tribunal de Justiça, onde atuou por cinco meses, e também para a 15ª. No TRT, iniciou sua carreira na VT de São Joaquim da Barra, transferindo-se para Franca e posteriormente para Orlândia, ávido pelo desafio de trabalhar numa nova área, de cálculo, também mais condizente com sua formação acadêmica. "Trata-se de um trabalho de análise minucioso, que exige cuidado e preocupação na conferência dos dados. É uma atividade importante dentro da dinâmica da VT e isso é muito gratificante", finaliza.

Fontes: Prefeitura Municipal de Orlândia, CMEF, Caged/MTE e Consórcio dos Municípios da Região da Alta Mogiana.