GMP promove atividades com servidores da VT de Porto Ferreira

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Por Ana Claudia de Siqueira e Letícia Boaretto

Dando continuidade à série de visitas às unidades de 1ª instância do TRT da 15ª Região, o Grupo Móvel da Presidência (GMP) reuniu-se com servidores da Vara do Trabalho de Porto Ferreira. Sob orientação da psicóloga da equipe, Juliana Barros de Oliveira, os servidores puderam fazer uma auto-análise sobre estresse e qualidade de vida por meio de um questionário, seguido de exemplos, dicas e orientações.

Na VT de Porto Ferreira, o GMP identificou um bom clima organizacional, que segundo os próprios servidores, é capitaneado em parte pela atuação da diretora de secretaria Maria Nazareth Marin da Silva Centivilli, considerada uma "mãe" por todos. Elogios espontâneos surgiram durante a reunião do GMP. "Nazareth é uma líder nata e muito competente, além de extremamente solidária. Quando me mudei para Porto Ferreira não tinha amigos e ela me acolheu e não foi só profissionalmente, na VT", assinala a servidora Maura Cury. O título de "maezona" foi reforçado ainda pela servidora Maria Angélica Panisa, 65 anos, que curiosamente é amiga de infância da diretora da VT.

Nazareth contabiliza mais de 30 anos dedicados à Justiça do Trabalho. Ingressou no Poder Judiciário em 1978, para atuação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Com o desmembramento e criação do TRT15 em 1986, Nazareth passou a trabalhar na Junta de Conciliação e Julgamento (JCJ) de Limeira, onde permaneceu por cerca de três anos. De 1989 a 2000, a servidora dedicou-se a Vara do Trabalho de Porto Ferreira. Nos cinco anos posteriores acumulou passagens pelas VTs de Capão Bonito, São João da Boa Vista e Mococa. Entre 2007 e 2012, atuou na vizinha VT de Pirassununga, retornando a unidade de Porto Ferreira depois de mais de 12 anos. Em todos os lugares, Nazareth foi criando laços fortes de amizade e companheirismo. "Quando anunciado que ela voltaria, recebemos ligações de outras unidades recomendando que cuidássemos muito bem dela", relata o servidor da VT de Porto Ferreira, Rodrigo Bruno Arantes.

Não é para menos. Com seus 58 anos, quatro filhos, três netos e "muitos agregados do trabalho", esta senhora de jeito afável e olhar doce revela os segredos de tanta motivação. "Venho trabalhar como se fosse o meu primeiro dia, pois ao meu ver nossas atividades precisam sempre ser gratificantes. O trabalho é uma extensão da nossa casa e considero também que naquelas pilhas de processos existem pessoas necessitadas, e isso nos motiva", afirma Nazareth. A aposentadoria já chegou a ser cogitada, mas sob protestos dos demais colegas.

Os inventários propostos pelo GMP a fim de coletar dados acerca da qualidade de vida de juízes e servidores revelam níveis de satisfação pessoal e profissional, com identificação das fontes de estresse. Nazareth, assim como muitos servidores da 15ª, possui habilidades para analisar as causas das adversidades. Para os colegas de trabalho, a diretora da VT tem a capacidade também de se colocar no lugar do outro, o que, dentro da análise proposta pelo GMP, é chamado de empatia.

O céu é o limite

Qual seria a sensação de dominar uma máquina pelos céus, muito mais pesada que o ar? Em 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris, o aviador Alberto Santos Dumont, aos 33 anos, desafiou a natureza a bordo de seu 14-Bis, voando por uma distância de 60 metros, a três metros de altura. Suas façanhas nortearam o desenvolvimento da aviação e exerceram fascínio por gerações. Mais de um século depois, o meio de transporte tornou-se comercial, mas pilotar ainda é para poucos. Nei Hamilton, servidor da VT de Porto Ferreira, integra este seleto grupo e encara a atividade de forma muito natural. "Para mim, pilotar um avião é, acima de tudo, uma diversão e um relaxamento", comenta.

Nei (na foto, à esquerda) estudou na Escola Preparatória de Cadetes do Ar. Ingressou na instituição em 1987 e três anos depois já estava na Academia da Força Aérea, que forma Oficiais de Carreira da Aeronáutica dos Quadros de Oficiais Aviadores, Intendentes e de Infantaria. "No início da instrução aérea pilotávamos o T-25", relata Nei, em clima de saudosismo. O modelo, utilizado em treinamento, é um pouco mais simples do que aqueles da Esquadrilha da Fumaça.

Nei acabou deixando a FAB por duas razões. "Ingressei na Academia em pleno governo Collor e tivemos a informação de que a nossa turma seria somente de aviadores. No terceiro ano tive miopia. Embora em grau pequeno, não havia tolerância para o curso de formação de oficiais e, na época, a cirurgia não ‘zerava' o problema como ocorre hoje. Sem a opção de passar para Intendência ou Infantaria, tive que deixar a FAB". Após sair da Força Aérea, Nei prestou concurso para o TRF-SP e para o TRT-15, sendo aprovado em ambos. Optou pela 15ª, iniciando sua jornada como servidor público na 3ª JCJ de Campinas, e depois na VT Porto Ferreira. Com duas pós-graduações no currículo - uma em Direito e Processo do Trabalho e outra em Processo Civil - está cursando atualmente, MBA em Gestão de Pessoas. Além da paixão por avião, Nei é adepto de artes marciais, como Jiu-Jitsu e Aikido, e pretende no futuro retornar a pilotagem.

Agulhas Negras

A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) – primeira escola militar das Américas originária em 1792, com a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho - também é para poucos. Para ingressar na AMAN é necessário prestar concurso público para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), localizada em Campinas, cursar um ano de Ensino Superior e, obtendo aproveitamento, segue-se para a academia, que fica em Resende (RJ). Esta é exatamente a trajetória de Walter Conde Quintas Júnior (na foto acima, à direita), servidor da VT de Porto Ferreira.

Depois de finalizar o ensino médio da EsPCEx em 1989, Walter ingressou na AMAN, onde permaneceu por um ano, uma experiência que considera extremamente válida. "A vida na ‘caserna' e a respectiva formação espartana acabaram por influenciar, de forma ímpar, meu jeito de ver o mundo. A convivência com pessoas de diversos lugares, costumes e culturas diversas só vieram a contribuir com uma enorme experiência de vida, apesar da pouca idade do meu ingresso na vida militar, com 17 anos", assinala.

Formado em Direito, pela FADISC (Faculdade de Direito de São Carlos), Walter também possui dois cursos de pós-graduação (lato sensu) em Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho (FATEC), e em Direito Processual (PUC-Minas). Ingressou na Justiça do Trabalho em 1994, após concurso público, tendo iniciado sua carreira na Junta de Conciliação e Julgamento de Santa Bárbara D´Oeste. No mesmo ano transferiu-se para Porto Ferreira, onde permanece até hoje, exercendo a função de calculista.

Para Walter a vivência militar continua contribuindo para o seu dia a dia, principalmente no trabalho. "Aprendi a ter humildade, ouvir antes de falar, respeitar as pessoas e as autoridades, a organização e me empenhar no trabalho, o qual, na verdade representa como dizíamos na caserna, ‘o farol é a nossa missão', ‘missão dada, missão cumprida' ou, ainda, ‘o difícil fazemos agora, o impossível, daqui a pouco'", finaliza.

Origem de Porto Ferreira divide opiniões

A origem de Porto Ferreira – que, anteriormente, era terra de aldeias Tupi Guarani – divide opiniões: alguns historiadores acreditam que a partir do crescimento de demanda dos serviços de João Ferreira, o balseiro da região, cresceu também a população ao redor das margens do Rio Mogi Guaçu; outros creem que a história começou quando Vicente José de Araújo fundou uma serraria nas margens do córrego dos Amaros, cujas águas moviam a indústria de transformação, razão pela qual o riacho passou a ser denominado Serra D'Água. Apesar das duas teorias, a cidade germinou com a chegada da estrada de ferro, inaugurada em 1880, o que fez do município um importante empório hidro-ferroviário.

A cidade localiza-se junto a Santa Rita do Passa Quatro, Pirassununga, Santa Cruz das Palmeiras e Descalvado. Porto Ferreira tem cerca 51.400 habitantes (IBGE, 2010), e as principais fontes de renda do município são, respectivamente, o setor de serviços e de indústrias, em que se destacam as fábricas de cerâmica.

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