Magistrados e servidores do FT de São José do Rio Preto avaliam índices de qualidade de vida e estresse

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Por Ana Claudia de Siqueira

O Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP), sob coordenação do juiz auxiliar, Flavio Landi, esteve entre os dias 21 e 24 de maio, no Fórum Trabalhista de São José do Rio Preto, que é composto por quatro Varas do Trabalho, Serviço de Distribuição dos Feitos (SDF), Central de Mandados e Posto Médico. Magistrados e servidores participaram das dinâmicas aplicadas pelo grupo, com ênfase em indicadores de estresse e qualidade de vida.

As atividades do GMP ganharam o reforço especial da servidora Maria Martha de Lima dos Santos, da área de enfermagem. Alguns exercícios de relaxamento e de ginástica laboral têm permeado as intervenções iniciais do GMP em todas as unidades visitadas, e Martha, entusiasta destas técnicas, comandou a série de movimentos em cada um dos encontros realizados no FT. A servidora é adepta da prática desde quando ingressou na Justiça do Trabalho em 1997, ainda no Fórum Trabalhista de Bauru. Ao se transferir para Rio Preto, deu continuidade aos trabalhos, com o apoio da Secretaria de Saúde do TRT. "Além da prevenção de doenças e da promoção da saúde, os exercícios de relaxamento, bem como a ginástica laboral, auxiliam no combate ao estresse", assinala Martha, referindo-se que a breve pausa na rotina de trabalho traz momentos de descontração e de convivência em grupo, que são muito benéficos.

Na autorreflexão sobre qualidade de vida e estresse proposta pelo GMP às unidades judiciárias, um dos indicadores avaliados diz respeito à prática da atividade física, aliada a alimentação adequada. Dados coletados nestes quatro meses de atuação do GMP indicam um alto índice de sedentarismo entre magistrados e servidores. Em outras palavras, poucos são adeptos aos exercícios.

Estudos médicos comprovam a importância da atividade física na prevenção de diversas patologias. Esta inclusive é a tônica de uma nova campanha interna, encabeçada pela Secretaria de Saúde do TRT, que estimula a prática esportiva. Com o tema "Saúde e Prevenção" e slogan "Mexa-se TRT15", a campanha busca difundir informações como forma de conscientização. A médica Heloísa Helena Zakia, secretária de Saúde do TRT, enumera os benefícios da atividade física. "Os exercícios praticados com regularidade auxiliam no controle do peso corporal, na diminuição da hipertensão arterial, na melhoria do perfil lipídico (colesterol e triglicérides) e da mobilidade articular, além de aumentar a força muscular e a densidade óssea, entre outros".

Exemplos a serem seguidos no FT de Rio Preto

Antes de trabalhar no FT de Rio Preto, Regina Mari Enomoto Tabarini, 43 anos, atuou na VT de José Bonifácio e encarava a estrada praticamente todos os dias. Apesar da proximidade, a viagem, aliada à rotina de trabalho e aos afazeres domésticos, a deixava estressada e até de mau humor. Certo dia recebeu a ligação de uma academia de ginástica, informando que tinha sido matriculada. "Era presente-surpresa do marido", revela Regina, entre risos. Passou a praticar exercícios físicos em 2007 e aderiu à corrida. Atualmente, encara outro tipo de estrada. Como meia-maratonista, percorre 21 quilômetros com muita naturalidade. Sua estreia nas competições ocorreu em 2010, na Meia-Maratona de Buenos Aires e já iniciou os preparativos para corrida similar, no Rio de Janeiro, em agosto. "É impressionante o efeito da atividade física, que resulta em maior disposição, impõe desafios e altera a forma de levar a vida". A servidora, que é assistente de diretor na 4ª VT de Rio Preto, constatou ainda outros benefícios como por exemplo, o aprimoramento do senso de disciplina e planejamento. Regina frequenta a academia três vezes por semana, das 7 às 8 horas. Aos sábados corre 10 quilômetros, acrescentando mais dois quilômetros a cada semana, até chegar aos 18. Depois vai reduzindo o percurso gradualmente, também em dois quilômetros. A prática regrada integra a preparação para as competições oficiais.

Maria Lúcia Pinto Cesar, 49 anos, servidora da 3ª VT, também é meia-maratonista e adota rotina rigorosa. Corre, religiosamente, cinco dias por semana, a partir das 6 horas e ainda descalça, fato que a tornou famosa na região. Sua relação com o esporte é intensa e teve início no Curso de Educação Física. Ela também estudou Biologia e finalizou em 2011, curso de especialização em Fisiologia do Esporte pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). Isso porque, em meados de 2000, ao se dedicar à corrida, passou a ter dores no joelho, sendo forçada a trocar as pistas pela natação. Conquistou diversas competições na categoria máster, mas acabou desenvolvendo uma tendinite crônica e deixou de nadar. Persistente, Maria Lúcia retornou às corridas, mas seus tendões não responderam adequadamente, o que a motivou a se dedicar à pesquisa acadêmica sobre fisiologia do esporte. "O estudo me permitiu entender o que ocorre com o corpo durante a prática esportiva, reconhecendo em mim todos os efeitos", explica Maria Lúcia. Ela optou por não usar tênis durante as corridas como forma de eliminar as dores nos tendões e revela que correr descalça é o mais natural. "Tênis não é opção para mim, pois causa desconforto", complementa. Maria Lúcia aponta ainda que o esporte contribui para uma maior estabilidade emocional.

A disposição de Maria Lúcia "contagiou" a servidora Ana Mônica Gorayb, 45 anos, da 2ª VT de Rio Preto. Frequentadora da mesma academia, Ana Mônica passou a treinar e a moldar seu condicionamento físico para meia-maratona. Já participou de competições em Belo Horizonte e São Paulo e quer disputar provas no exterior, principalmente a Meia-Maratona de Berlim. Além do esporte, a servidora também tem habilidades no cultivo de plantas.

"Nesta terra, em se plantando tudo dá"

"Dar-se-á nela tudo", relatou Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal na célebre carta sobre o "achamento da terra nova", em 1500. Os tempos são outros e a frase, abrasileirada, certamente se aplica até os confins do interior paulista, à região de São José do Rio Preto, e mais precisamente, ao solo do Fórum Trabalhista local. Em pequenos jardins que cercam o prédio e o estacionamento, é possível encontrar, em meio às plantas ornamentais, amora, pimenta, limão, hortelã, alecrim, erva-cidreira, figo e até cana-de-açúcar. Nos canteiros que circundam as janelas da 2ª VT já se produziu alguns quilos de abóbora, sob olhares atentos dos servidores, em especial de Ana Mônica. A produção foi compartilhada no FT e degustada.

No pequeno e disperso pomar tem também goiabeira e o pé de uma fruta exótica mexicana, chamada canistel. Boa parte desse "acervo" foi plantada nos finais de semana pelo servidor Juscelino Gama, do SDF. Nascido e criado em sítio, na cidade de Paracatu (MG), Juscelino poderia ser comparado ao personagem do livro Tistou Les Pouces Verts, escrito em 1957 pelo francês Maurice Druon. Mais do que resgatar o sabor de infância, a empreitada, iniciada há cerca de dois anos, decorre de um compromisso assumido com seus dois filhos, Omar (15 anos) e Aron (12 anos). "Quando estão envolvidos com isso esquecem do videogame. Quero que desenvolvam a consciência ecológica", afirma.

O "nosso" homem do dedo verde já plantou cerca de 200 árvores frutíferas em Rio Preto, além de pau brasil e ipê, com a ajuda dos meninos e a meta deles é chegar a 1.000 mudas. Pequenas estacas no terreno em frente ao FT indicam que o trio já passou por ali. São cerca de 50 árvores plantadas e a comunidade residente no entorno já usufruiu de alguns frutos, como porexemplo, tomate tipo cereja. As mudas são adquiridas na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro a preço justo. "O cultivo, em si, é mais dispendioso, mas vale a pena", finaliza Juscelino.

Solo fértil atraiu mineiros

Por Priscila Jordão

Fundada em 1852, São José do Rio Preto, iniciou sua população com a migração de mineiros atraídos pelo solo fértil e a criação de animais domésticos. A cidade que recebeu esse nome da junção de São José com o rio que corta o município, Rio Preto passa por uma evolução econômica, no início do século XX com a chegada da Estrada de Ferro Araraquarense, assumindo uma posição de pólo comercial de concentração de mercadorias produzidas no então conhecido "Sertão de Avanhandava" e de irradiação de materiais vindos da capital. Posteriormente é reconhecido como centro de influência regional, função que exerce também no âmbito da Justiça do Trabalho.

O TRT da 15ª Região é dividido administrativamente em oito circunscrições e São José do Rio Preto é sede de uma delas. Ao todo, esta circunscrição abrange 114 municípios, onde residem quase 2 milhões de habitantes. A região possui relevância no cenário nacional pela produção agropecuária e pela crescente atividade sucroalcooleira. Já o FT de Rio Preto é responsável pelo atendimento de jurisdicionados de 14 cidades, além da sede: Jaci, Mirassol, Uchoa, Bady Bassitt, Palestina, Onda Verde, Nova Granada, Guapiaçu, Potirendaba, Paulo de Faria, Orindiuva, Cedral, Ipiguá e Neves Paulista. Só a cidade de São José do Rio Preto conta com mais de 400.000 habitantes (IBGE/ Censo 2010).

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