Presidente do TRT fala a novos servidores da Corte em curso de integração

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Por Luiz Manoel Guimarães

Foi realizada nos dias 4 e 5 de julho, na sede do TRT da 15ª Região, em Campinas, mais uma edição do Curso de Integração para Novos Servidores, com a participação de cerca de 60 técnicos e analistas judiciários que ingressaram no quadro de pessoal da Corte nos últimos quatro meses. Logo de início, o próprio presidente do Tribunal, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, falou ao grupo, numa cerimônia de abertura marcada pela informalidade e pela descontração.

O magistrado enfatizou que a aprovação num concurso público é um marco na vida de qualquer pessoa. "Nossa vida muda concretamente. É sem dúvida uma grande conquista." Ele lembrou, no entanto, que o exercício de um cargo público envolve também responsabilidade. "Daqui para a frente trata-se de uma outra conquista, a conquista da reputação."

Cooper observou que vários desembargadores do TRT iniciaram carreira no serviço público como servidores da Justiça do Trabalho, inclusive alguns da atual Administração. "O vice-presidente administrativo do Tribunal, desembargador Fernando da Silva Borges, foi secretário de audiência, e o vice-corregedor, desembargador José Pitas, diretor de secretaria de junta de conciliação e julgamento, como eram chamadas as unidades de primeira instância na época", exemplificou. "A passagem pelo TRT é sempre enriquecedora."

O presidente sublinhou que uma das prioridades de sua gestão é "prover um bom meio ambiente do trabalho" para magistrados e servidores. "É uma condição primordial para que possamos, entre outras coisas, prestar um serviço de qualidade."

Sobre o grande volume de trabalho na Justiça Trabalhista da 15ª Região, situação mencionada por alguns dos novos servidores na conversa com o desembargador, Cooper salientou que a 15ª sofre ainda de uma defasagem de quase 900 profissionais e recorreu a uma imagem interessante para sugerir o melhor caminho na superação do desafio. "Pensem numa montanha, que precisamos escalar. Quando nos deparamos com ela, nos vemos diante de um enorme embate a vencer e, se pensarmos negativamente, podemos esmorecer. Mas, se fizermos a escalada aos poucos, de forma bem planejada, bem conduzida, apreciando a paisagem, desfrutando de tudo o que a jornada tem a nos oferecer, quando menos esperarmos já estaremos no topo", ensinou. "Eu quero que vocês se sintam muito bem-vindos à Justiça do Trabalho da 15ª Região e desejo que todos sejam muito felizes aqui", arrematou o presidente da Corte.

Sonho realizado

A turma inclui servidores das áreas judicial – de 1ª e 2ª instância – e administrativa. Das varas do trabalho, por exemplo, vieram profissionais de Leme, Jundiaí, Jaboticabal, Caraguatatuba, Ubatuba, Assis, Campinas, Rio Claro, Itapeva, Itatiba e Campo Limpo Paulista, entre outras cidades da 15ª Região.

Lotada na 6ª Vara do Trabalho (VT) de Campinas, Laura Sant'Ana Castro entrou em exercício na 15ª em 18 de fevereiro deste ano. As prerrogativas do emprego público, entre elas a estabilidade, estão entre as razões que a levaram a fazer o concurso para o cargo de técnico judiciário. Embora já acumulasse uma experiência de sete anos na advocacia (é formada pela PUC-Campinas), Laura confessa que no início sentiu dificuldade no trabalho na VT. "Tudo era novidade. Eu nunca havia advogado na área trabalhista, e o volume de informação com que nós lidamos é muito grande", lembra ela, que, na secretaria da VT, faz "de tudo um pouco".

A adversidade inicial logo se transformou em apreço pelo novo local de trabalho, revela a servidora. "Estou gostando muito. Tem sido um aprendizado muito bom e o ambiente é ótimo", sintetiza Laura, que agora pretende tentar preencher, no próximo concurso para a JT da 15ª, previsto para o final deste ano, uma das vagas para o cargo de analista judiciário.

Essa também é uma das possibilidades vislumbradas por Gyslaine Cristhina Soares, lotada na Seção de Controle de Encargos e Portarias, vinculada à Secretaria de Gestão de Pessoas do TRT. Também em exercício desde 18 de fevereiro passado na 15ª, essa psicóloga de 31 anos, nascida em Dracena, no oeste paulista, diz estar realizando um sonho. Não é para menos: a posse no cargo de técnico judiciário significou deixar para trás a dureza de nove anos como agente de segurança penitenciária em presídios femininos do estado. "Foram seis anos aqui mesmo em Campinas, na penitenciária feminina instalada no Bairro São Bernardo, e os últimos três em Piracicaba", recorda Gyslaine. "É uma realidade que, aqui de fora, a gente não conhece. Vi muita maldade, gente de classe média que infringiu a lei mesmo sem ter nenhuma necessidade que a levasse a isso. Para muitos o crime é uma escolha", afirma a psicóloga, num tom de voz mais contido.

No TRT, no entanto, o sentimento é de "vida nova", comemora a servidora. "Adoro o ambiente da seção em que trabalho. A educação das pessoas aqui no Tribunal já é uma coisa que conquista. Elas têm muita paciência e boa vontade para ensinar", celebra. "Existe muito comprometimento com o trabalho."

Comprometimento também é a palavra lembrada pelo analista judiciário Luís Henrique Salina, para se referir ao dia a dia do gabinete da juíza convocada Maria Inês Corrêa de Cerqueira Cesar Targa, no qual o servidor está lotado. Formado em Direito pela Unesp de Franca, Luís advogou de 2007 a 2009, quando assumiu o cargo de procurador da Unicamp. O início da carreira no TRT também se deu em 18 de fevereiro de 2013. "A integração e a qualidade do trabalho da equipe da qual faço parte são dignas de elogio. Trabalhar com eles é uma oportunidade muito grande, tanto de aprender quanto de contribuir", afirma o servidor, que não descarta a possibilidade de tentar futuramente o ingresso na Magistratura Trabalhista.

Espectro amplo

A programação da quinta-feira incluiu, ainda pela manhã, a palestra "A construção da identidade do servidor público", proferida pelos servidores Gilberto Antônio Semensato e Adelina Maria Pessinatti Ohashi, da Equipe Psicossocial da Secretaria de Saúde do TRT. À tarde, o assessor jurídico da Presidência do Tribunal, João Augusto Germer Britto, abriu as atividades falando sobre "Servidor público: uma breve visão cultural e disciplinar". Na sequência, "Ética e alteridade no serviço público" foi o tema do juiz Jorge Luiz Souto Maior, titular da 3ª VT de Jundiaí, e o fisioterapeuta Fauzi El Kadri Filho, também servidor da Secretaria de Saúde do Tribunal, palestrou sobre "Prevenção em ergonomia".

Uma visita ao Centro de Memória, Arquivo e Cultura (CMAC) do TRT, na sede administrativa, também em Campinas, completou o primeiro dia de curso dos novos servidores, que puderam ainda assistir a uma apresentação do Coral do TRT-15, no mesmo edifício.

PJe

A nova realidade da 15ª Região, fruto da implantação do Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho (PJe-JT), não foi esquecida. Nesta sexta, 5, as atividades do curso tiveram início com a palestra "Procedimentos e rotinas da 1ª instância: o que muda com o advento do PJe", ministrada pela diretora de secretaria da VT de Araras, Iara Cristina Gomes Uliani Martins dos Santos, e a programação da manhã se completou com o secretário do Tribunal Pleno, Márcio das Virgens Caiado, a quem foi delegado o tema "Competência recursal/originária e as alterações promovidas pelo PJe".

O roteiro vespertino começou com as palestras "Justiça do Trabalho – história e perspectivas" e "Relação humana e comportamental na Justiça do Trabalho", a cargo, respectivamente, das desembargadoras Gisela Rodrigues Magalhães de Araújo e Moraes e Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla. "Homens comuns.com potencial Extraordinário", tema do servidor Vidal Machado, do TRT da 2ª Região (sediado em São Paulo, capital), marcou o encerramento do curso.

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