Servidores da VT de Ituverava participam de dinâmicas do GMP

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Fotos e texto: Ana Claudia de Siqueira

Em visita à Vara do Trabalho de Ituverava, o Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de 1ª Instância do TRT da 15ª Região (GMP) propôs aos servidores uma reflexão conjunta acerca da qualidade de vida pessoal e profissional. Participaram também da atividade os funcionários que atuam no Posto Avançado de Igarapava, vinculado à VT. Convidados a responder questionários temáticos, os servidores puderam analisar como andam suas relações interpessoais no trabalho, os níveis de estresse e a saúde, em geral.

A VT de Ituverava foi inaugurada no dia 14 de novembro de 1989 para atender à população dos municípios de Aramina, Buritizal, Igarapava, Guará, Miguelópolis e Jeriquara, além da sede. Em dezembro de 2008, entrou em operação o Posto Avançado de Igarapava, fruto de uma parceria com a prefeitura municipal para facilitar o acesso à Justiça de moradores de cidades mais distantes da sede da VT. O posto passou a atender também Aramina e Buritizal. De acordo com dados censitários apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as sete cidades somavam em 2010 mais de 119 mil habitantes. De economia predominantemente agrícola, a região de Ituverava se destaca pelo cultivo da soja, cana-de-açúcar, milho e algodão, e registra também forte desenvolvimento do setor de serviços.

A movimentação processual da VT reflete esse cenário. É uma das poucas unidades judiciárias da 15ª em que o número de ações ajuizadas provenientes da indústria é inferior ao da agropecuária, 213 na fase de conhecimento no ano passado contra 499. As informações são da Coordenadoria de Pesquisa e Estatística do TRT e apontam ainda a liderança do setor de serviços (reparação, limpeza, serviços técnicos, entre outros), com mais de 900 novos processos ajuizados em 2012, superando em 96%, o registrado no ano anterior. No total, a movimentação processual da VT registrou 1.996 processos só na fase de conhecimento, sem contar a etapa de execução.

Uma ideia em um minuto

Imagens chocantes, embaladas por uma trilha sonora eletrizante, profetizam o caos provocado pelo desequilíbrio do ecossistema terrestre. O alerta, realizado em apenas 60 segundos, recebeu o nome de Sistema Imunológico e leva a assinatura de Renato Assis, assistente de juiz da VT de Ituverava. Amante da sétima arte – o cinema forçou sua primeira tentativa de ingressar na vida acadêmica, na USP – Assis encontrou nos curta- metragens uma oportunidade de exteriorizar esta paixão. "Minha relação com o cinema começou na primeira sessão de matinê, em um tedioso domingo infantil. De lá pra cá, nunca mais consegui abandonar o cinema e os filmes", revela. Com câmera digital, webcam ou até mesmo o celular, desenvolve projetos, que são inscritos no Festival do Minuto. Para ele, o grande desafio é conseguir extrair a ideia do tema dado pelo festival e enquadrá-la naquela fração da hora. Sistema Imunológico pode ser conferido no endereço: www.festivaldominuto.com.br/videos/27159?locale=pt-BR.

Como todo cinéfilo, Assis hesita na hora de apontar a melhor película de todos os tempos. "Tenho dois filmes no topo, ‘Um Corpo Que Cai', do mestre Alfred Hitchcock e ‘2001 - Uma Odisseia no Espaço', de Stanley Kubrick (1968)". Quanto aos diretores, não costuma perder nenhuma produção de Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e Quentin Tarantino.

Assis ingressou na Justiça do Trabalho em Ituverava em 1991. É formado em Direito, uma conquista que credita à atividade exercida na VT. Além do interesse pelo cinema, dedica-se também à prática do arco e flecha, e confeccionou o seu próprio equipamento. Filho de marceneiro, considerado o melhor de Ituverava, Assis insiste em dizer que não herdou o dom do pai, mas, da madeira reutilizada e de lâminas de aço retiradas de uma velha suspensão de fusca, criou um arco de 18 libras, que utiliza, em média, três vezes por semana, durante uma hora diária. Ele também toca percussão e foi instrutor de fanfarra por dois anos.

És livre, escolhe, ou seja: inventa.

Da leitura da obra de Jean-Paul Sartre, ainda na adolescência, o servidor da VT, Márcio Botelho, apaixonou-se pela Filosofia. "Ao contrário do que as pessoas geralmente acham, filosofia é uma prática de reflexão constante, acessível a qualquer um que queira buscar um entendimento maior de si e do que o cerca de forma metódica, clara e crítica. Ela traz exatamente os instrumentos conceituais e lógicos para realizar tal reflexão de modo profícuo", pontua. Nascido em Manaus, adotou Franca como sua cidade natal, onde vive desde os cinco anos. Ingressou na Justiça do Trabalho em 2004, já em Ituverava, como oficial de justiça avaliador. Antes, trabalhou na Justiça Comum de Franca, na Vara do Júri da Infância e da Juventude e Execuções Criminais, como escrevente de sala, fazendo audiências e auxiliando em despachos e sentenças. É Bacharel em Direito e licenciado em Filosofia.

Liberdade, escolha e invenção. Apreciador de Friedrich Nietzsche, Arthur Schopenhauer, Ludwig Wittgenstein e Comte-Sponville, além, obviamente, de Sartre, Botelho é também poeta. "A escrita para mim é uma forma essencial de expressão e em certos momentos sinto uma necessidade irrefreável de escrever. Entendo que a arte é uma forma de autocompreensão, de autoconhecimento e deveria ser praticada por todos, sem obrigação de excelência. É algo essencial na busca do bem estar e da felicidade", assinala. Suas principais influências são Vinícius de Moraes, Paulo Leminski, Ferreira Gullar e Fernando Pessoa, e os modernistas (como Oswald de Andrade e Drummond entre outros). Em duas de suas poesias, Botelho estabelece um diálogo com obras de Gullar e Pessoa. Também é fã de traduções livres que, segundo ele, permitem um exercício criativo sem compromisso de fidelidade ao original. Vez ou outra traduz um rubai (que é uma quadra poética de estrutura específica) de Omar Khayyam (a partir da famosa tradução do "Rubaiyat" para o inglês realizada pelo poeta Edward FitzGerald). "É uma brincadeira interessante, e sem aspirações maiores, porque muitos grandes já fizeram tal tradução", afirma.

Márcio Botelho nutre ainda interesse pela fotografia, atividade que pratica com regularidade há pelo menos dois anos. Atualmente está fazendo um curso no SENAC de Franca e participa de jornadas fotográficas. Quanto aos esportes, pratica rapel (descida de cachoeiras por meio de cordas) e trekking (caminhada por trilhas rurais, de dificuldades variadas). É membro da "Equipe Ecolife" e já desceu de algumas cachoeiras na Serra da Canastra e na cidade de Cristais Paulista. Segundo ele, o rapel é um esporte de muita adrenalina, que causa um choque positivo no modo de perceber a vida e os valores. "Posso dizer que revolucionou meu olhar sobre o mundo e me trouxe um entusiasmo que até então eu não tinha", revela. Para contrapor a adrenalina do rapel Botelho busca a tranquilidade em outro esporte, o balonismo, uma prática mais recente. O primeiro e único voo até o momento, em Sales de Oliveira, foi registrado com uma câmera GoPro.

Esporte é saúde

Tudo começou em 2010, a partir de um quadro nada animador, marcado pelo sedentarismo, obesidade, tabagismo e estágio inicial de hipertensão. Antonio Ribeiro, servidor da VT de Ituverava, é exemplo clássico que reforça as constantes campanhas sobre a importância da prática de atividade física, apregoadas pela Diretoria de Saúde do TRT. Apaixonado por bicicletas e sem pedalar desde a adolescência, ele passou a praticar mountain bike nos finais de semana. "Senti muita diferença na minha qualidade de vida, pois parei de fumar, passei a ter maior disposição para o dia a dia, e perdi cerca 20 quilos em seis meses. Minha pressão voltou ao normal sem qualquer medicação", conta.

Atualmente anda de bicicleta de quatro a cinco vezes por semana, sendo que nos demais dias pratica musculação e pilates para o fortalecimento da musculatura mais exigida no mountain bike. O cuidado com a alimentação também é essencial para a prática deste esporte. "Em alguns trechos chego a gastar 5000 calorias em cinco horas de treino", comenta. Ribeiro ressalta também que o esporte contribui para um melhor desempenho profissional, uma vez que estimula "o trabalho em equipe e traz serenidade, que são fundamentais para encarar grandes desafios".

Formado em Direito pela Faculdade de Franca (SP), prestou concurso público para o TRT15, tomando posse em 2008. "Tenho muito orgulho em trabalhar na JT considerando que é uma instituição muito respeitada. Aqui que tenho a possibilidade de dar minha contribuição para sociedade, realizando o meu trabalho da melhor forma possível, sempre zelando pela efetividade da prestação jurisdicional".

Salto brilhante

Trilha dos bandeirantes, Ituverava tem sua origem ligada ao fluxo de ocupação do centro-oeste brasileiro, a partir da criação de um posto de abastecimento para tropeiros e o surgimento de uma pequena comunidade de proprietários rurais. Quando de sua fundação, em 1818, pelo Alferes João Alves de Figueiredo, a região integrava o "Velho Caminho de Goiás". Foi em março de 1885, a partir da elevação à categoria de município que o vilarejo deixou de ser Distrito de Paz de Nossa Senhora do Carmo da Franca do Imperador, para receber o nome de Ituverava, ou "salto brilhante", em tupi. A denominação é inspirada numa cachoeira, localizada no Parque do Recreio, importante ponto turístico da cidade. A cultura do café impulsionou o desenvolvimento econômico, cultural e social da região, culminando na construção de estradas de ferro e rodovias para o escoamento da produção. A história é preservada pelo Museu Histórico de Ituverava, que reúne objetos, utensílios indígenas e fotos que remontam o passado do município. No local há também um espaço dedicado às conquistas de Gustavo Borges, um dos maiores nomes da natação mundial. Nascido em Ribeirão Preto, o atleta foi criado em Ituverava e treinou no clube local. A Praça Dez de Março, ponto turístico da cidade, exibe monumento ao nadador.

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