Capital Nacional do Folclore, Olímpia recebe o Grupo Móvel da Presidência do TRT
A origem do nome da cidade é das mais curiosas. Consta que deriva de Maria Olímpia, filha única de Antônio Olímpio Rodrigues Vieira, que, segundo os registros históricos, chefiava a política local no início do século passado. Desmembrada de Barretos, Olímpia foi criada em 7 de dezembro de 1917, pela Lei Estadual 1.571, e hoje faz jus ao título de "Capital Nacional do Folclore", graças ao festival realizado no município desde 1965 para celebrar as tradições populares do País.
A Vara do Trabalho (VT) local, instalada na Rua São João, 915, recebeu o Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP), criado pelo presidente do TRT da 15ª Região, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, para ser um canal direto de comunicação entre o 1º grau e a Presidência da Corte. Com jurisdição que inclui outros seis municípios – Altair, Cajobi, Embaúba, Guaraci, Icém e Severínia –, a unidade atende cerca de 105 mil pessoas.
Atendimento multidisciplinar
Coordenado pelo juiz Flávio Landi, o GMP desenvolve atividades que incluem uma reflexão conjunta acerca da qualidade de vida pessoal e profissional. Os servidores de cada unidade visitada são convidados a responder um questionário com temas como relações interpessoais no trabalho e sintomas e fontes de estresse. Posteriormente, recebem um feedback com as conclusões das especialistas do Grupo no tema, a psicóloga Juliana Barros de Oliveira e a assistente social Maria Angela Caparroz Arelano Cordeiro. O GMP também registra demandas de caráter estrutural ou administrativo, por intermédio da servidora Maria Auxiliadora Ortiz Winkel, assistente da Presidência do Regional. Já os problemas relativos à área de segurança são analisados pelos agentes Luís Cláudio da Silva e Jenner Eduardo dos Santos, que também integram a equipe.
Outra missão do Grupo é traçar um perfil dos servidores da 15ª. A proposta é mostrar quem são e como vivem esses profissionais, ou pelo menos uma parte deles, que, espalhados por cerca de uma centena de cidades paulistas, são mais de quatro mil, somando os do próprio quadro do Regional com os cedidos por outros órgãos públicos. Desse "exército" faz parte Flávio Norberto Vetorazzi, nascido em Mirassol, criado em São José do Rio Preto e que, em 17 de maio de 2007, foi parar na cidade gaúcha de Triunfo, a aproximadamente 75 quilômetros de Porto Alegre. Explica-se: a primeira experiência de Flávio como servidor da Justiça do Trabalho foi na 4ª Região (RS), até ser "repatriado" a São Paulo em 2 de fevereiro de 2010, quando uma nova aprovação em concurso lhe garantiu uma vaga na 15ª. Por aqui ele passou rapidamente pelas VTs de Penápolis e Tanabi, antes de se transferir, em 20 de setembro de 2011, para a sede do Tribunal, em Campinas. Ficou exatamente um ano no TRT e foi então para Catanduva, de onde saiu em 5 de março passado, finalmente, para a VT de Olímpia.
Os 12 anos de advocacia anteriores ao ingresso no serviço público têm sido importantes para Flávio no seu trabalho atual, de assistente de juiz, função que ele já havia exercido no Rio Grande do Sul, por sinal. A quantidade de trabalho, porém, mudou bastante em relação ao início da carreira, em Triunfo. "Embora a cidade seja um polo petroquímico, lá eram só seiscentos processos por ano, mais ou menos. De maneira geral, na 15ª a demanda é bem maior."
Mas a qualidade da vida na terra dos Pampas ia muito além de um dia a dia profissional menos acelerado, lembra o servidor, a começar pelos belos pôres do sol no Rio Guaíba e pelas tardes de futebol no Beira-Rio, programas que estão entre os favoritos dos porto-alegrenses. No Sul, Flávio engrossou as hostes coloradas, mas, ironicamente, dos jogos que viu por lá o que mais boas lembranças lhe traz não envolve o Internacional de Porto Alegre, mas, sim, o arquirrival Grêmio. Não é difícil entender: a partida, disputada em 2 de dezembro de 2007, terminou empatada (1 a 1) e decretou o rebaixamento do adversário do tricolor gaúcho naquele dia, o Sport Club Corinthians Paulista, para a Série B do Campeonato Brasileiro. Flávio, já é possível deduzir, é palmeirense.
"Mal" de família
O garoto tem a quem puxar. O pai também cresceu na companhia do esporte, em especial o futebol, o vôlei e o basquete. Uns cinco anos atrás, porém, depois de um período de "relaxo", Flávio viu o "sinal amarelo" do sobrepeso acender e começou a praticar corrida de rua. "Além dos benefício à saúde, é sempre uma oportunidade para pensar na vida, ‘dar uma desopilada'", argumenta.
Logo ele estabeleceria uma rotina que, ao longo desse período, tem sido seguida com aplicação. "Corro três ou quatro vezes por semana. Comecei correndo cinco quilômetros por vez e hoje já faço o dobro disso."
Não demorou para o servidor começar a competir. Já disputou cerca de 20 provas, incluindo a Meia Maratona do Rio em 2012 e, no último dia 10 de agosto, os 16 quilômetros da 2ª Etapa do Circuito Athenas, na orla da Barra da Tijuca, também na capital fluminense. Em 2015, quando completa 42 anos, Flávio pensa em vencer, pela primeira vez, exatamente os 42 quilômetros e 195 metros da mais nobre corrida de fundo do atletismo – estão em seus planos as Maratonas de Porto Alegre (18 de maio) e Buenos Aires (6 de setembro).
A disciplina empregada na atividade física se reflete em tudo o que faz, garante o servidor. "Você aprende que, seguindo fielmente o que planejou, alcança seu objetivo", afirma ele, que engrossa o coro dos que asseguram ter adquirido mais disposição e ter melhorado a capacidade de concentração, entre outros benefícios, com a atividade física. "Faço uma planilha de treinos, prevendo quantos quilômetros eu vou correr a cada vez e quantas vezes por semana vou fazer isso. Também cuido da alimentação. Todo esse planejamento me dá uma disciplina muito grande, que eu trago para o trabalho", enfatiza Flávio, que estampa em si mesmo os resultados dessa dedicação. "Perdi 15 quilos desde que voltei a São Paulo, há quatro anos."
A volta à "terrinha" também ajudou, observa ele, que conheceu no Sul o que é ter amor às origens. "Aprendi a valorizar o apego do gaúcho à terra. É um sentimento que, até viver lá, eu não tinha em relação ao meu próprio lugar. Hoje posso dizer que sou paulista com muito orgulho. Nada como estar na sua cidade, onde estão as suas raízes, sua família, seus amigos. " (Com informações da Prefeitura de Olímpia, do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal e do IBGE).
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