De quase médica à Justiça do Trabalho, servidora de Santa Cruz do Rio Pardo está feliz com a escolha
Avenida Carlos Rios, 178, no Centro da cidade, é o endereço da Vara do Trabalho (VT) de Santa Cruz do Rio Pardo, que atende também os municípios de Bernardino de Campos, Espírito Santo do Turvo, Fartura, Ipaussu, Piraju, Sarutaiá, Tejupá e Timburi. São quase 135 mil jurisdicionados e, só no ano passado, a unidade recebeu 3.020 ações, ficando em sexto lugar em toda a 15ª Região na demanda processual.
A origem do nome de Santa Cruz do Rio Pardo é atribuída a uma estratégia dos primeiros colonizadores para espantar os índios que já habitavam a região: uma grande cruz erguida às margens do rio, iluminada, à noite, com tochas e velas. Hoje o município se destaca pela produção de calçados, estimada em cinco milhões de pares anuais, e pelo beneficiamento de arroz – maior polo do ramo em São Paulo, responde por cerca de um quarto do consumo do produto no estado. São números que revelam um contexto bem diferente daquele que havia no final da década de 1960, quando Santa Cruz do Rio Pardo "parou" para o "Baile do Semáforo", evento promovido pela Prefeitura à guisa de comemorar a instalação do primeiro equipamento dessa natureza nas ruas da cidade.
A VT local recebeu a visita do Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP), criado pelo presidente do TRT-15, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, para ser um canal direto de comunicação entre o 1º grau e a Presidência da Corte. Coordenado pelo juiz Flávio Landi, o GMP desenvolve atividades que incluem uma reflexão conjunta acerca da qualidade de vida pessoal e profissional. Os participantes são convidados a responder um questionário com temas como relações interpessoais no trabalho e sintomas e fontes de estresse. Posteriormente, no retorno da equipe à sede do Tribunal, em Campinas, os resultados são analisados, e as conclusões, enviadas a todos os que participaram das atividades.
Outra missão do Grupo é dar aos servidores da Justiça do Trabalho da 15ª Região a oportunidade de conhecerem uns aos outros. A proposta é mostrar quem são e como vivem esses profissionais, que, espalhados por mais de cem cidades do Estado de São Paulo, são mais de quatro mil, somando os do próprio quadro do Regional com os cedidos por outros órgãos públicos.
Feliz na JT
Da equipe da VT faz parte Joana Carla da Silva Barros, assistente da diretora da secretaria da unidade, Benice Castilho. Nascer, nascer mesmo, literalmente, ela nasceu em Ourinhos, na Santa Casa local, mas a família na época era de São Pedro do Turvo, município a pouco mais de 20 quilômetros de Santa Cruz do Rio Pardo, para onde a servidora se mudou em 2009.
Na Justiça do Trabalho desde 25 de julho de 2005, quando tinha apenas 23 anos, Joana, 1,80 m de altura, foi modelo dos 13 aos 16, carreira que a filha Maria Fernanda, 13 anos e apenas cinco centímetros mais baixa, pensa em tentar. "Ela também fala em ser agrônoma, para trabalhar com animais. Deixou a vontade de ser veterinária de lado porque não gosta de ver sangue", conta a mãe coruja.
Joana chegou a começar o curso de medicina em Marília, SP, mas logo trocou pelo direito, devidamente concluído nove anos atrás, na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). "Encontrei-me totalmente", garante ela, apaixonada confessa pela Justiça do Trabalho. "Isso aqui é a minha vida, eu me sinto realizada. Adoro meu trabalho e quero seguir carreira na 15ª, como servidora." (Com informações da Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo e do IBGE)
Texto Luiz Manoel Guimarães
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