Desembargadores da 15ª que estão se aposentando são homenageados

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 Por Ademar Lopes Junior

Cinco desembargadores do TRT-15 que se aposentam neste ano foram homenageados nesta quinta-feira, 22/5, durante a sessão do Tribunal Pleno, no Plenário Ministro Coqueijo Costa, no edifício-sede da Corte. Os desembargadores Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva (decano), Maria Cecília Fernandes Álvares Leite, Nildemar da Silva Ramos, Ana Maria de Vasconcellos (aposentada em 7/4) e Suzana Monreal Ramos Nogueira (aposentada em 8/4) receberam de presente a toga, uma caneta e o prisma de madeira de identificação, com o nome, utilizado no antigo Plenário do Tribunal.

O presidente do Regional, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, ressaltou que "o momento é especial e carinhoso, em que se homenageiam amigos desembargadores depois de convívio e trabalho operoso". Ao desembargador Lorival Ferreira dos Santos coube a tarefa de porta-voz na saudação aos colegas, destacando um breve currículo dos cinco homenageados e a importância de cada um deles na construção do TRT-15, um dos mais produtivos do país. A cerimônia foi prestigiada pela procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho na 15ª Região, Catarina Von Zuben, e pelo presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra XV), juiz Alessandro Tristão.

O desembargador Lorival reservou parte de seu discurso para homenagear, de modo especial, as três desembargadoras, destacando a importância das mulheres no mundo, principalmente na tomada de decisões. Inspirado na poeta Cora Coralina, o porta-voz lembrou um verso dela que diz: "Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri no caminho incerto da vida, que o mais importante é decidir".

Lorival ressaltou a força das mulheres, porém lembrou que essa "força é comedida, calibrada pelo supremo e indelével sentimento materno que todas carregam, tendo ou não um dia acalentado um filho". O desembargador encerrou sua exposição citando um pensamento de Mahatma Gandhi que diz da "capacidade de escolher novos rumos" e "o respeito àquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E quando tudo o mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída".

O desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, em nome dos colegas homenageados, também fez um breve discurso, ressaltando a identidade da dor que existe na chegada ou na partida, e que "dores e alegrias são constantes na vida, e indicam desafios". Sotero encerrou com um poema de autor desconhecido, que conclama a todos contar "seu jardim pelas flores, nunca pelas folhas caídas", aconselhando, igualmente, que "através de toda a sua existência conte sua idade pelos amigos que conquista e nunca pelos anos que vive".

Sobre os homenageados

Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva (decano)

Admitido aos 14 anos como auxiliar do Primeiro Cartório de Notas e Ofício de Campinas, Sotero chegou a escrevente habilitado, após ser aprovado em concurso. Foi procurador do Ministério Público do Trabalho, onde chegou a ocupar o cargo de procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região, sendo promovido, em 1994, por merecimento, a procurador regional.

No mesmo ano, foi nomeado como desembargador do TRT-15, ingressando pelo quinto constitucional do MPT. No Tribunal, exerceu diversos cargos, como o de diretor da Escola Judicial (1999/2000). Também presidiu a 2ª Turma (2001/2002 e 2003/2004), bem como a 4ª Câmara (2003/2004). Foi corregedor regional e presidente da 1ª Seção dos Dissídios Individuais (2004/2006), chegando à Presidência do Tribunal no período de 2008/2010. Dentre as qualidades do colega elencadas pelo desembargador Lorival, Sotero se destacou "pelo seu caráter, sua integridade e sobretudo pelo conhecimento jurídico".

Nildemar da Silva Ramos

Começou a carreira em 1975, como inspetor do trabalho. Em 1979, passou a integrar a Magistratura do Trabalho da 9ª Região (PR), chegando a juiz presidente da JCJ de Cornélio Procópio. Em junho de 1986, foi aprovado em concurso público no TRT-2 (SP), momento em que optou por integrar o quadro do TRT da 15ª, quando de sua criação, no mesmo ano. Em 2001, foi promovido pelo critério de merecimento a juiz togado da Corte, onde exerceu o cargo de presidente da 5ª Turma (2002/2004 e 2008/2010). Ocupou o cargo de vice-corregedor no período de 2008 a 2010 e de vice-presidente administrativo de 2010 a 2012. Integrou várias comissões do Tribunal e participou de várias bancas examinadoras de concurso para a magistratura.

Dentre suas qualidades, o desembargador Lorival destacou o fato de o colega ser "uma pessoa afável, amiga, e que sempre compartilhou os problemas institucionais com seus pares".

Maria Cecília Fernandes Álvares Leite

Nomeada juíza substituta no TRT-2 (SP) em 1983, foi promovida a titular por merecimento em 1986, removendo-se, por opção, para o TRT-15 nesse mesmo ano. Foi titular da Vara do Trabalho de Taubaté, a partir de 1987, e da 2ª VT de Taubaté, a partir de 1994. Foi promovida a desembargadora, por merecimento, em 1995. Dirigiu a Escola Judicial no biênio 2003/2005. Ocupou o cargo de vice-presidente administrativo (2006/2008), e integrou a 6ª Câmara e a 3ª Seção de Dissídios Individuais.

O desembargador Lorival destacou a participação da colega Maria Cecília, especialmente nos movimentos pela democracia no final da década de 1960, quando estudava na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Ana Maria de Vasconcellos

O início da carreira da desembargadora Ana Maria Vasconcelos foi como servidora do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de onde veio para o TRT-2 (SP) para trabalhar como assessora de juiz. Participou também, nesse período, da implantação do TRT-15.

Aprovada no primeiro concurso para juiz do TRT-15, foi nomeada juíza substituta em 1988, e promovida a titular da Vara do Trabalho de Presidente Venceslau em 1990, removendo-se, a pedido, para a VT de Americana, no mesmo ano. Em 1994, foi removida para a 2ª VT de Americana, por ocasião da criação dessa unidade judiciária e, ainda em 1994, foi removida para a VT de Paulínia.

Pelo critério de antiguidade, foi promovida para o TRT-15 em 2002, onde integrou e presidiu a 3ª Turma, 5ª Câmara, tendo integrado também a Seção de Dissídios Coletivos.

O desembargador Lorival destacou, da colega, a vasta cultura e seus brilhantes votos, além de ser uma grande apreciadora da Música.

Suzana Monreal Ramos Nogueira

Em março de 1989 foi nomeada juíza substituta, após ter sido servidora do TRT-15. Em 1991 foi promovida pelo critério de merecimento a juíza titular da Vara do Trabalho de Ituverava, em 1991. Posteriormente, foi removida para as VTs de Itapetininga, 4ª de Campinas e de Amparo.

Em 2010, foi promovida, por antiguidade, a desembargadora do TRT-15, onde integrou a 9ª Câmara da 5ª Turma e, também, da 2ª Seção de Dissídios Individuais.

A desembargadora Suzana Monreal, filha do desembargador do TRT-15, Francisco Garcia Monreal Júnior (primeiro presidente eleito do Tribunal, em 1986), participou de bancas examinadoras de concursos públicos para a magistratura do trabalho. Compôs a banca do exame oral do último concurso da magistratura, onde teve destacada participação.

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