Por Ademar Lopes Junior

A fim de aprimorar a formação humanística dos magistrados, servidores e estagiários, visando a prestação de um serviço público de qualidade, a Escola Judicial do TRT-15 inaugurou, nesta quinta-feira, 6/2, com o filme "Segunda-feira ao Sol", do diretor espanhol Fernando Léon de Aranoa, uma atividade cultural inédita: o Cine Pipoca. O evento contou com um público de aproximadamente 25 pessoas, dentre as quais a desembargadora Maria Madalena de Oliveira e o juiz auxiliar da Vice-Presidência Administrativa, Ricardo Regis Laraia.

A diretora da Escola Judicial em exercício, desembargadora Tereza Aparecida Asta Gemignani, que também esteve presente ao evento, afirmou que "os filmes foram escolhidos pelo tema e qualidade da produção, buscando refletir sobre as questões sociais relacionadas ao mundo do trabalho". Tereza Asta destacou ainda que a exibição do filme é encerrada com "um debate, com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos participantes, ajudando-os a pensar o dia a dia na realidade do trabalho em nosso Regional".

O juiz Carlos Eduardo Oliveira Dias, titular da 1ª Vara do Trabalho de Campinas, foi o responsável pela indicação do filme que inaugurou a atividade cultural da Escola e, também, pela condução do debate, ao final da exibição. O magistrado, ao abrir o evento, chamou a atenção dos presentes para a iniciativa cultural que se apresenta para servidores e magistrados, especialmente pela grande oportunidade de se assistirem a filmes que tenham, como tema, a realidade dos trabalhadores.

No caso de "Segunda-feira ao sol", um filme de 2002, o juiz Carlos Eduardo destacou as dificuldades de trabalhadores que sofrem as consequências do desemprego depois do fechamento do estaleiro onde trabalhavam. De acordo com o magistrado, de 2002 até os dias de hoje, a realidade dos trabalhadores da Espanha, retratada pelo filme, "só piorou".

As histórias e as impressões

O filme, de quase duas horas de duração, é uma comédia dramática que retrata um grupo de amigos, numa pequena cidade industrial da Espanha, na região da Galícia. Todos são ex-operários metalúrgicos da indústria naval, e se reúnem num pequeno bar, onde "afogam suas mágoas" e compartilham frustrações e esperanças.

Ao final da exibição, magistrados e servidores puderam expor e trocar impressões sobre os personagens e, também, traçar alguns pontos comuns com a realidade dos trabalhadores brasileiros.

Dentre os principais pontos percebidos, destacam-se a rebeldia, o conformismo e a humilhação vividos pelos personagens que, cada um a seu modo, procuram manter a própria dignidade. Outro ponto marcante foi a imagem sugerida por um dos personagens, a dos irmãos siameses, como uma metáfora de necessidade de apoio mútuo numa sociedade de desiguais, na qual, "se um cai, o outro também cai".