GMP acompanha a história da VT de Mogi Mirim a partir de pequeno acervo mantido por servidor
A pasta sobre a mesa do assistente da diretora de Secretaria Sílvio José Batista guarda o convite para a inauguração do "Fórum Trabalhista Juiz Francisco Garcia Monreal Junior" em Mogi Mirim. Em brochura, no tamanho 20 x 14 cm, o convite estampa na capa, a foto das novas instalações da Vara do Trabalho, localizadas na Rua Luiz Gonzaga Guerreiro, número 80. Já Junta de Conciliação e Julgamento, ainda sob jurisdição do TRT da 2ª Região, foi inaugurada em 21 de fevereiro de 1979, informa o documento. Na página 3 - das mais de 80 que integram a brochura, trazendo o detalhamento sobre os municípios atendidos, a planta do Fórum e as características do prédio -, o então "presidente do TRT da 15ª Região, juiz Pedro Benjamin Vieira, convida para a solenidade, a se realizar às 10 horas do dia 14 de outubro de 1988".
Acompanha o convite, dezenas de fotos antigas, documentos e o "livro de ouro", que registra doações da sociedade civil, visando à construção do prédio, que foi a primeira inauguração de sede própria sob a batuta do TRT da 15ª Região. Batista também foi testemunha ocular do movimento em prol da criação do Regional Trabalhista com sede em Campinas como novo braço da Justiça do Trabalho no interior de São Paulo, a partir do desmembramento do TRT-2, tendo inclusive presenciado a cerimônia de instalação em 5 de dezembro de 1986, na rua Dr. Quirino, no prédio que hoje abriga a sede administrativa do TRT.
Ao interagir com os servidores da Vara do Trabalho de Mogi Mirim, o Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP) pôde viajar no tempo, em um resgate histórico proporcionado pelo servidor, que atua na JT desde 1981, quando prestou concurso para o TRT-2 e passou em oitavo lugar para a função de técnico judiciário na especialidade de agente de segurança. Na VT de Mogi Mirim está como assistente do diretor de Secretaria desde 6 de junho de 1997.
Na passagem do GMP pela unidade, a psicóloga Juliana Barros de Oliveira e a assistente social Maria Angela Caparroz Arelano Cordeiro aplicaram questionários para verificação de indicadores de qualidade de vida e levantamento de fontes de estresse. A servidora Maria Auxiliadora Ortiz Winkel, assistente da Presidência do Regional, coletou demandas de aspectos estruturais e organizacionais, e os agentes Luís Cláudio da Silva e Jenner Eduardo dos Santos abordaram questões relacionadas à segurança da VT. Coordenado pelo juiz auxiliar da Presidência do Tribunal, Flávio Landi, o GMP busca intensificar os canais de comunicação entre a 1ª instância e as áreas administrativas do Tribunal, destacando também, por meio de reportagens, todas as unidades da 15ª.
Outras facetas
Além de um "guardador de memórias", Batista tem outras facetas. Uma delas é construir e pilotar aeromodelos. "Desde criança soltava pipas e era fissurado em montar maquetes de aviões e navios". Praticamente todo o domingo se reúne com um grupo de amigos e segue para a Fazenda Morro Grande em Conchal onde tem um aeroporto ideal para a prática do esporte. "Tenho seis aviões em casa. Compro as plantas e monto, a partir de compensados de madeira", revela. Batista também toca violão clássico, órgão e chorinho, mas a dedicação aos instrumentos musicais foi prejudicada depois de um acidente de carro. "Perdi a agilidade", finaliza.
Mais sobre Mogi Mirim
Além do município-sede, com mais de 91 mil habitantes (segundo estimativa de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), a VT atende também a população das cidades de Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Holambra. Em 2013 foram ajuizadas, na Justiça do Trabalho de Mogi Mirim, 1.939 novas ações e solucionadas 2.115, restando um saldo de 1.581 processos pendentes de solução em 31 de dezembro, na fase de conhecimento.
Mogi Mirim foi fundada por bandeirantes que seguiam para os estados de Minas Gerais e Goiás em busca de pedras preciosas. O nome vem do tupi e significa Pequeno Rio das Cobras. A elevação da freguesia à Vila se deu em 22 de outubro de 1769, sendo composta por um grande território, até a divisa de São Paulo e Minas Gerais. No passado, municípios como Franca, Rio Claro, Mogi Guaçu, Itapira, São João da Boa Vista, e Serra Negra pertenciam a Mogi Mirim.
Em 1886, os fazendeiros locais trouxeram imigrantes italianos, espanhóis e, posteriormente, sírio-libaneses e japoneses para trabalharem nas lavouras de café e algodão, que acabaram por influenciar na formação e crescimento do município. Segundo informações da prefeitura, a economia atualmente está baseada no tripé: indústria e suas diversas ramificações, agropecuária e comércio.
Por Ana Claudia de Siqueira
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