GMP em Bariri: participação coletiva marca a gestão da secretaria do Posto Avançado da cidade

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Em tupi-guarani, bariry significa "águas barulhentas". O termo viria, na versão historicamente mais aceita, de duas cachoeiras localizadas em ilhas do Rio Tietê, uma pequena, ou "Bariry-Mirim", e outra grande, a "Bariry-Guaçu". Hoje com cerca de 34 mil habitantes, Bariri é atendida por um posto avançado (PA) da Justiça do Trabalho, instalado na Avenida General Osório, 543, no Centro da cidade. A jurisdição se completa com a vizinha Itaju, totalizando mais de 37 mil pessoas beneficiadas.

A unidade recebeu o Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP), criado pelo presidente do TRT da 15ª Região, desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, para ser um canal direto de comunicação entre o 1º grau e a Presidência da Corte. Coordenado pelo juiz Flávio Landi, o GMP desenvolve atividades que incluem uma reflexão conjunta acerca da qualidade de vida pessoal e profissional. Os servidores de cada unidade visitada são convidados a responder um questionário com temas como relações interpessoais no trabalho e sintomas e fontes de estresse. Posteriormente, eles recebem um feedback com as conclusões das especialistas do Grupo no tema, a psicóloga Juliana Barros de Oliveira e a assistente social Maria Angela Caparroz Arelano Cordeiro.

O GMP também registra demandas de caráter estrutural ou administrativo, por intermédio da servidora Maria Auxiliadora Ortiz Winkel, assistente da Presidência do Regional. Já os problemas relativos à área de segurança são analisados pelos agentes Luís Cláudio da Silva e Jenner Eduardo dos Santos, que também integram a equipe. Outra missão do Grupo é traçar um perfil dos servidores da 15ª. A proposta é mostrar quem são e como vivem esses profissionais, ou pelo menos uma parte deles, que, espalhados por cerca de 110 cidades paulistas, são mais de quatro mil, somando os do próprio quadro do Regional com os cedidos por outros órgãos públicos.

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Anualmente, esse pequeno "exército" se junta aos magistrados da 15ª no confronto com aproximadamente 300 mil processos novos. Faz parte desse time a coordenadora do Posto de Bariri, Andrea Demetrio, nascida e criada na cidade, onde sempre morou, inclusive. No último dia 25 de outubro, a servidora completou nove anos de carreira na JT da 15ª, trajetória que começou na 1ª VT de Bauru, num curto período de treinamento. Já em 21 de novembro de 2005 ela estava na 2ª VT de Lençóis Paulista, de onde só saiu em 1º de setembro de 2010, quando assumiu a coordenação do PA de sua cidade natal.

Formada em direito pela Instituição Toledo de Ensino de Bauru (1994), Andrea advogou por mais de cinco anos, nas áreas trabalhista e cível, antes de ingressar no serviço público. "A advocacia não me chamava a atenção. Adoro o trabalho administrativo. Eu me realizo trabalhando numa secretaria de uma unidade da Justiça do Trabalho, gerando relatórios, gerindo pessoas, prestando atendimento ao público", resume ela, com um sorriso que teima em não lhe deixar o rosto. "É muito gratificante atender bem as pessoas, inclusive as menos informadas, que vêm nos pedir um esclarecimento, uma informação."

Sobre seu papel de liderança no Posto, Andrea tem na empatia uma aliada fundamental. "Procuro lembrar sempre que os colegas que coordeno são gente como eu, com problemas e momentos desfavoráveis, da mesma forma que qualquer outra pessoa. Então, é preciso saber respeitar os limites de cada um", preconiza. "Numa frase? ‘Respeito àquele que trabalha comigo'."

A participação do grupo na gestão da unidade também é estimulada, garante a servidora. "Tento mostrar a eles que todos têm a sua parcela de importância na prestação jurisdicional. Pelo menos uma vez por mês, fazemos uma reunião de trabalho, para que cada um tenha a oportunidade de se manifestar, de dar sua contribuição, inclusive na forma de gerir o Posto. O que eu programo para o serviço não necessariamente é o melhor. Se alguém da equipe tiver uma sugestão, nós podemos pô-la em prática, caso o grupo entenda que deva ser assim."

O aprendizado no PA é diário, afirma a coordenadora. "Tem sido uma constante escola", sublinha ela, que, ainda assim, não se privou de aliar a teoria à prática. Neste mês de outubro, Andrea começou uma pós-graduação em Gestão de Pessoas, em Jaú. Serão 400 horas-aula em 12 meses.

Alto-astral "confessa" – "venho trabalhar cantando" –, nossa entrevistada lembra com alegria inclusive dos quase cinco anos em que trabalhou em Lençóis Paulista, a mais de 70 quilômetros de casa, distância que percorria, ida e volta, todos os dias. "Eu adorava trabalhar lá", enfatiza Andrea, que era assistente de cálculos na unidade. A coordenadora manifesta especial gratidão ao diretor da secretaria da 2ª VT de Lençóis, José Adolfo César Castro. "Com todo o respeito ao meu diretor atual, o Jorge [Jorge Alberto Castilho Razera, diretor da secretaria da VT de Pederneiras, à qual o Posto é vinculado], o José Adolfo é a minha inspiração profissional, uma referência que me orienta até hoje, sempre que necessário. É um exemplo de profissionalismo, competência, humildade e bondade."

Mas, como ninguém é de ferro, Andrea acrescenta alguns cuidados à sua personalidade já naturalmente "up". "Procuro resolver as coisas a pé e ainda faço caminhada pelo menos cinco vezes por semana. São quatro quilômetros por vez, e também sempre uma chance de conhecer pessoas, papear." (Com informações da Prefeitura de Bariri, do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal – Cepam – e do IBGE)

Fotos e texto: Luiz Manoel Guimarães

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Comunicação Social