Em pauta de audiências da Vice-Presidência Judicial, mais de 70% dos processos chegam a acordo, num total de R$ 1,1 milhão
Por Luiz Manoel Guimarães
Em 11 processos, oito acordos, com R$ 1.126.886,32 pagos aos trabalhadores. A Vice-Presidência Judicial (VPJ) do TRT da 15ª Região comemora o resultado das audiências de conciliação desta terça-feira, 19 de maio. Os trabalhos foram presididos pela desembargadora Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla e tiveram a participação da juíza auxiliar da VPJ, Andrea Guelfi Cunha.
No entanto, mais do que os 72,7% de êxito ou a elevada quantia resultante da soma dos acordos, a vice-presidente judicial da Corte, desembargadora Gisela Rodrigues Magalhães de Araujo e Moraes, chamou a atenção para o fato de que o rol de ações foi constituído por feitos cuja inclusão em pauta para a tentativa de conciliação foi pedida pelas próprias partes, por meio do formulário disponível no portal do TRT na internet. "Esse mecanismo foi implantado no site do Tribunal como parte do Projeto Conciliar, iniciativa do Judiciário brasileiro que visa estimular a cultura do acordo em todo o País, e o resultado da pauta de ontem é uma prova inquestionável do sucesso da medida", comentou Gisela, na manhã desta quarta, 20. O formulário pode ser acessado no endereço http://portal.trt15.jus.br/projeto-conciliar.
Para a magistrada, a Justiça do Trabalho da 15ª vive um momento particularmente positivo quando o assunto é conciliação. "O Projeto Conciliar recebeu um novo incremento na 15ª, com iniciativas como a inauguração do Centro Integrado de Conciliação (CIC) tanto na 1ª quanto na 2ª instância. Aqui no 2º grau de jurisdição temos posto em pauta tanto processos selecionados pela própria VPJ quanto aqueles apresentados pelas empresas com quem estamos nos reunindo", enfatizou a vice-presidente judicial, referindo-se ao projeto que almeja solucionar por acordo ações em que são parte grandes grupos empresariais com unidades instaladas na 15ª Região. Em apenas três meses, a VPJ já se reuniu com gigantes como Unilever, CPFL, Bosch, Casas Bahia, Pirelli e Caixa Econômica Federal. "Rapidamente as empresas estão percebendo que o Tribunal não é um obstáculo, mas sim um parceiro nesse objetivo de resolver da forma mais positiva as ações trabalhistas", argumentou Gisela. "Prova disso é que algumas companhias já estão nos procurando antes mesmo de receber o convite para a reunião."
Mais duas engajadas
Ainda na manhã desta quarta-feira, foi a vez de a fabricante de autopeças Mahle Metal Leve S.A. discutir com a desembargadora Gisela e a juíza Andrea a respeito da participação no projeto de conciliação da VPJ. A empresa foi representada pelo diretor do Departamento Jurídico, José Henrique Camassari, e pelas advogadas Fabiana Gomes de Oliveira e Renata Souza Firmino. De origem alemã, o grupo tem unidades em Mogi Guaçu, Indaiatuba, Jundiaí e Limeira, entre outras cidades, e está entre as maiores empresas da indústrias automotiva mundial.
À tarde, a reunião foi com o grupo JBS, líder mundial em processamento de carne bovina, ovina e de aves. Representaram a companhia os advogados Renata Quartim Barbosa, Lucio Batista Martins, Henrique Ferreira dos Santos e Gustavo Barbaroto Paro. Com mais de 200 mil empregados em 340 unidades de produção, o grupo atua nas áreas de alimentos, couro, biodiesel, colágeno, embalagens metálicas e produtos de limpeza. Líder em exportação de proteína animal no mundo, com vendas para mais de 150 países, a JBS se tornou este ano a maior empresa privada de capital aberto não financeira do Brasil, desbancando a Vale, que encabeçava esse ranking havia dez anos.
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