Muita emoção, lágrimas, abraços e agradecimentos marcaram a abertura da exposição "Pinturas, desenhos e gravuras", do artista Claudio Barros, no final da tarde de quinta-feira, 19/3, no Espaço Cultural no primeiro andar do edifício-sede do TRT-15. A exposição foi o último trabalho cultural coordenado pela desembargadora Mariane Khayat, que é curadora do Espaço e se aposenta neste mês.

O primeiro a falar foi o presidente do Regional, desembargador Lorival Ferreira dos Santos, que buscou no passado, ainda quando atuava como juiz em Araçatuba, os primeiros contatos com a colega Mariane. Sensibilidade, delicadeza e dedicação marcavam a jovem juíza, segundo o presidente Lorival. O magistrado destacou a importância do trabalho da colega, desempenhado com excelência na atividade jurisdicional, e também no Espaço Cultural, onde se mostrou grande incentivadora das artes e responsável pela revitalização desse espaço. O presidente fez questão de lembrar à desembargadora que se prepara para se aposentar que ela "deixa no Tribunal amigos do peito, que terão imenso prazer em recebê-la". O presidente, ao encerrar sua fala, lembrou que "na vida estamos todos de passagem". Quanto à exposição, o presidente destacou que os traços do artista Claudio Barros "retratam de forma singular singelos temas figurativos do cotidiano e figuras que se aproximam do abstrato", e comentou que a mostra apresenta "a ambiguidade entre espaço e matéria".

O ouvidor do TRT-15, desembargador José Otávio de Souza Ferreira, a convite do presidente, também fez um breve discurso em homenagem à desembargadora Mariane. O ouvidor ressaltou a capacidade intelectual da colega, bem como "sua elegância no desempenho profissional". Dentre os principais feitos do legado da colega, o desembargador José Otávio destacou a consolidação do Espaço Cultural, e encerrou afirmando que "vida é energia", lembrando que "ficará muito dela e de sua energia em cada um de nós".

A desembargadora Maria Madalena de Oliveira, que deverá ocupar o cargo de curadora do Espaço Cultural, após a aposentadoria da colega Mariane Khayat, falou de improviso mas de coração aberto, emocionando os presentes com passagens de sua vida em que a colega Mariane teve expressiva importância. Ao final, ela desejou à colega, em nome de todos, que seja "absurda e escandalosamente feliz em sua nova fase da vida".

A desembargadora Mariane Khayat não conseguiu conter a emoção. No púlpito, folheando as páginas que havia preparado para o seu discurso, ela driblou as lágrimas que teimaram em cair, e elogiou muito a qualidade do artista que conseguiu agradar a todos, superando suas expectativas. Segundo ela, só ouviu elogios.

A magistrada aproveitou para agradecer à atual Administração do Tribunal, que manterá os trabalhos do Espaço Cultural, bem como estendeu aos presidentes anteriores, Flavio Allegretti de Campos Cooper e Renato Buratto, seu agradecimento pelo cargo de curadora. Ao ex-presidente Renato Buratto, a desembargadora fez um agradecimento especial, por ter sido ele o responsável pela revitalização do espaço, criado pelo então presidente desembargador Eurico Cruz Neto, depois de quase vinte anos desativado.

A juíza Marina de Siqueira Ferreira Zerbinatti, titular da 3ª VT de Campinas, que assiste a desembargadora Mariane Khayat nos trabalhos ligados ao Espaço Cultural, e que deverá continuar ajudando a desembargadora Maria Madalena, ofereceu um "mimo" à magistrada, mas preferiu não fazer discurso.

O artista Claudio Barros foi o último a usar o púlpito. Ele elogiou a Administração do Tribunal pela iniciativa de apoio à cultura e traçou um paralelo entre a Justiça e a Arte, afirmando que aquele momento era "um ponto de encontro de sua obra com o tribunal". Barros lembrou ainda que ao tribunal cabe promover o encontro das partes e, também fazer os acordos, tanto quanto a ele cabe buscar, como artista, "um ponto de harmonia entre as cores", responsável pela "relação espiritual com as pessoas". Para corroborar esse paralelo, o artista afirmou que um dos seus artistas mais inspiradores é Henri Matisse, que além de artes, estudou direito.

Por Ademar Lopes Junior