Por Ademar Lopes Junior

Três exposições em uma. Diferentes técnicas e estilos marcam a última exposição de 2015 no Espaço Cultural do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região em Campinas. Na inauguração, os artistas plásticos Flavio Bassani, Gustavo Salvatore e Mario Morri, que assinam as 53 obras inéditas que compõem o acervo, receberam o público formado por desembargadores, juízes, servidores e convidados no fim da tarde da terça-feira, 10/11, no edifício-sede do Tribunal.

A juíza Marina de Siqueira Ferreira Zerbinatti, titular da 3ª Vara do Trabalho de Campinas e auxiliar da curadora do Espaço Cultural, desembargadora Maria Madalena de Oliveira, abriu o evento apresentando os três artistas. A magistrada lembrou que conhece as obras de Flavio Bassani desde os anos 80, quando sua mãe, Tereza Zerbinatti, era proprietária da Galeria Campinas. Vem daí, segundo afirmou a juíza, sua admiração pelas obras do artista.

A exposição de Bassani, "Contrastes Urbanos", reúne 12 obras (acrílico sobre tela) que retratam paisagens urbanas de São Paulo, registradas originalmente em fotos do próprio artista, e reflete a relação do artista com cenas cotidianas de seu dia a dia. "Os trabalhos apresentados são a retomada da minha pintura em tela, ‘frames' de registro das cenas urbanas do meu universo", afirmou.

As 22 xilogravuras que integram "Ensaio Abstrato 2", de Gustavo Salvatore, apresentam um lado mais emocional do artista. "A minha linha pode ser descrita como expressionista emocional e espontânea", complementou o artista, que destacou a importância da "linha" como uma das primeiras expressões criadas pela criança que começa a desenhar. Segundo ele, a linha "define forma, cria estrutura, divide um quadro, traça contorno, cria variação tonal e conduz o olhar de uma parte para outra e, principalmente, expressa sentimentos". Já o uruguaio Mario Morri, autor dos 19 desenhos que compõem da série denominada "...talvez sim, talvez não...", levanta o questionamento do que é ou não real. "Quem criou quem? A mão de Deus ou do homem? O trabalho começa e termina na dúvida", afirma o artista.

Em seu breve discurso, a curadora do Espaço Cultural do TRT-15, desembargadora Maria Madalena de Oliveira, ressaltou a experiência do pintor Vincent Van Gogh, registrada numa carta ao seu irmão mais novo e mecenas, Theo Van Gogh, sobre o desespero do artista diante de uma tela em branco, que "hipnotiza o pintor". Segundo a magistrada, os três artistas que assinam a exposição "enfrentaram a tela em branco e espalharam tinta e beleza para a alegria de todos nós".

O artista Flavio Bassani, porta-voz dos colegas Morri e Salvatore, agradeceu ao presidente do Tribunal, desembargador Lorival Ferreira dos Santos, à curadora Maria Madalena e aos servidores da Seção de Cerimonial, pelo apoio e oportunidade de expor num espaço que, segundo ele, deveria continuar sendo mantido para novos artistas.

O presidente Lorival deu as boas-vindas aos artistas e ressaltou a importância do Espaço Cultural para a divulgação da cultura e das artes.

Dentre os desembargadores que homenagearam os artistas, estavam o vice-presidente administrativo, Henrique Damiano, a vice-presidente judicial, Gisela Rodrigues Magalhães de Araujo e Moraes, o corregedor regional, Gerson Lacerda Pistori, o ouvidor do TRT-15 e presidente do Colégio de Ouvidores da Justiça do Trabalho (Coleouv), José Otávio de Souza Ferreira, o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra XV), juiz Luís Rodrigo Fernandes Braga, os desembargadores Flavio Allegretti de Campos Cooper, ex-presidente do Regional; José Pitas, Samuel Hugo Lima, Erodite Ribeiro dos Santos De Biasi e Ricardo Antonio de Plato. Participaram ainda do evento os juízes auxiliares da Vice-Presidência Administrativa e da Corregedoria Regional, respectivamente Mauro César Luna Rossi e Maria da Graça Bonança Barbosa, além de outros magistrados de 1º grau. Também esteve presente o ex-presidente do Regional, desembargador Eurico Cruz Neto, acompanhado de sua esposa, Cibele Prates de Macedo Cruz.