Escola Judicial promove curso de gestão para servidores
Por Roberto Machini
A Escola Judicial do TRT-15 (Ejud) está promovendo nesta segunda e terça-feira, 11 e 12/9, a segunda edição do curso "Planejamento em jogo: aprimorando a interatividade na gestão", voltado para os servidores do Tribunal no exercício de função ou cargo de natureza gerencial. As atividades são conduzidas pelos docentes Marcello Árias e José Ricardo Grilo, que são consultores da empresa Uno&Verso e utilizam recursos lúdicos para representar e problematizar as relações humanas no trabalho e na vida pessoal.
Na abertura dos trabalhos, a assessora da Ejud, Lara de Paula Jorge, disse que as atividades do curso foram elaboradas tendo por base o levantamento da Gestão por Competências de 2016 do TRT e apontamentos de necessidades específicas feitos por gestores da área administrativa do Tribunal. Lara antecipou que a programação aborda o tema comunicação, com foco em resultado, comprometimento, liderança e flexibilidade. Ela destacou ainda que o curso deve ser "um momento de parada para reflexão sobre as práticas de gestão" e desejou que as atividades sejam efetivas e auxiliem tanto no aperfeiçoamento profissional como no pessoal dos servidores.
Identificando as competências e deficiências pessoais através dos jogos
Com formação nas áreas de Psicobiologia, Filosofia e Educação Física, o professor Marcello Árias se diz crítico em relação a consultorias que "chegam para ensinar". Por esse motivo, antes de ele e seu parceiro elaborarem o curso para o TRT, estiveram quatro vezes na Ejud e passaram um dia na 1ª Vara do Trabalho de Campinas, para vivenciar uma parcela das dificuldades e desafios enfrentados pelos servidores.
Marcelo disse que os jogos propostos são uma "caricatura" da realidade e "nem de longe" significam os problemas e desafios encontrados na vida, mas que tais atividades servem para que avaliemos nosso comportamento. Para ele, as competências e deficiências pessoais se tornam perceptíveis nos jogos e permitem projetar como se manifestarão em nossas relações sociais.
Educador há mais de 20 anos, José Ricardo Grilo, ou simplesmente Zé, como prefere ser chamado, é criador de uma pós-graduação em Educação Lúdica. O consultor, que é um dos criadores do jogo Du-marã (uma plataforma de diálogo em formato de jogo de tabuleiro), disse que um dos principais desafios nas relações é o da comunicação.
A importância das atividades lúdicas para o educador é que "ninguém se esconde quando está jogando". Segundo ele, os jogos mostram como nossas competências são utilizadas e como "potencializar os seres humanos que compõem a organização". Zé acrescentou também que tais atividades permitem saber como lidamos com situações que saem de nosso controle e que os jogos nos ajudam ainda a olhar e elaborar acerca dos desafios do cotidiano.
Ao encerrar sua fala inicial, o professor contou aos servidores a estória de uma disputa entre dois lenhadores. O primeiro e mais velho era tido como o maior lenhador de um povoado e era reverenciado pelos habitantes do local. O segundo, mais jovem, desafiou o mais velho para uma competição, com a pretensão de tomar o posto de maior lenhador. Durante o trabalho, o lenhador mais velho fez algumas pausas, enquanto o lenhador mais novo, no auge de sua força física, não parou em nenhum momento. Contudo, ao final da disputa, verificou-se que o lenhador mais velho tinha conseguido cortar mais lenha. Inconformado, o jovem questionou o resultado, tendo o lenhador mais experiente dito que, durante as paradas, aproveitava para afiar seu machado, daí resultando sua maior produtividade. Assim, o educador convidou os presentes a darem uma parada no trabalho para também afiarem suas ferramentas.
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