Presidente do TRT recebe documento histórico que passa a compor acervo do Centro de Memória, Arquivo e Cultura do Regional

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Por Roberto Machini

Em solenidade no Gabinete da Presidência nesta quinta-feira, 13/7, o presidente do TRT da 15ª Região, desembargador Fernando da Silva Borges, o vice-presidente judicial e presidente da Comissão de Preservação da Memória da Justiça do Trabalho da 15ª Região, desembargador Edmundo Fraga Lopes, e os desembargadores Eduardo Benedito de Oliveira Zanella e Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani, que compõem a Comissão, receberam das mãos de José Cristovão Cursino o original do "Contracto de locação de serviços", firmado em 30 de setembro de 1927 por seu pai, José Antonio Cursino, e o proprietário de uma gráfica na cidade de São José dos Campos. Prestigiaram a solenidade de doação também o desembargador José Otávio de Souza Ferreira e o juiz auxiliar da Vice-Presidência Judicial, Renato Henry Sant'Anna, além do secretário-geral da Presidência do TRT, Evandro Luiz Michelon, e do assessor econômico do Tribunal, Roberto Koga.

O documento histórico passa a compor o acervo permanente do Centro de Memória, Arquivo e Cultura do TRT-15 (CMAC), e já é o mais antigo do memorial. Consta da redação do contrato que "José Antonio Cursino contracta seus serviços de typographo com o Snr. Sylvio Guizão e trabalhará em seu estabelecimento typographico situado a Rua 15 de Novembro desta cidade e compromete-se a prestal-os durante as horas que lhes forem determinadas, com dedicação" pelo pagamento mensal de "cento e cincoenta mil réis" e "praso de um anno".

Novas instalações do CMAC

O presidente Fernando da Silva Borges destacou inicialmente as novas instalações do CMAC que, após uma positiva reestruturação, passará a ocupar o 4ª andar do edifício-sede judicial. O magistrado afirmou ainda  que a doação do documento histórico irá enriquecer ainda mais o acervo do Centro de Memória. Em nome do Tribunal, o presidente agradeceu calorosamente ao doador do documento histórico, José Cristovão Cursino, pelo desprendimento em entregar documento familiar de tamanha importância.

O presidente Fernando Borges afirmou que o documento doado "representa o início daquela relação de trabalho anterior à Consolidação das Leis do Trabalho" . Ele renovou os agradecimentos pela doação e afirmou que o documento será muito bem cuidado e preservado pelos profissionais do CMAC.

O desembargador Edmundo Fraga Lopes enfatizou o prazer e a honra de ser o presidente da Comissão de Preservação da Memória da Justiça do Trabalho da 15ª Região, atribuição conferida ao vice-presidente judicial, e registrou que a experiência "tem sido muito rica". O magistrado também aproveitou a oportunidade para dizer que o CMAC do TRT 15 é ímpar na Justiça do Trabalho, e destacou que "com as novas instalações ficaremos muito bem instalados aqui no 4ª andar". O desembargador agradeceu ao assessor econômico do TRT, Roberto Koga, por meio de quem foram realizados os contatos para a doação, bem como a José Antonio Cursino, e estendeu os cumprimentos ao seu filho, João Victor Cursino, pela disposição da família em fazer a doação.

Em nome da Comissão de Preservação da Memória da Justiça do Trabalho da Corte, o desembargador Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani destacou o valor do documento doado ao CMAC e teceu algumas considerações acerca do momento histórico em que foi produzido, dizendo que, ainda que existissem diferenças sociais à época, "naquele momento ainda não vivíamos numa sociedade de massas, havia uma atenção maior entre quem empregava e quem era empregado pelo contato diário, mas que hoje em dia na sociedade de massas, ou disforme, uma situação como essa é muito mais grave, porque não se sabe quem é quem e a pessoa vai estar exatamente nesta situação sem olhar o rosto do outro". O desembargador também citou o filósofo Emmanuel Levinas, para dizer que "o sentimento em relação ao outro começa quando enxergamos esse outro", mas lamentou que "hoje em dia não se enxerga mais o outro".

José Cristovão Cursino falou de sua enorme satisfação em doar o documento ao acervo de memória do TRT-15, e relatou sua luta pela preservação da memória para resgatar a história das pessoas, das famílias e das cidades. Disse que cresceu ouvindo que no Brasil não se valoriza a história, mas que "só um povo com memória pode avançar em seu processo de desenvolvimento".

Ao final da solenidade os presentes assinaram o termo de doação e as servidoras do CMAC, Thaís Martins Lepesteur e Thaís Helena Santos Camargo Simões, acondicionaram o documento em um invólucro especial para garantir a sua preservação.

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Comunicação Social