Teatro que sediou Congresso é marcado pela preservação da história de São José do Rio Preto e de seus filhos ilustres

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A escolha em São José do Rio Preto do local para a realização do XVIII Congresso Brasileiro de Direito do Trabalho Rural não poderia ser mais apropriada. O Teatro Paulo Moura, instalado na antiga fábrica de óleo da Companhia Swift, chama a atenção de pronto para um cuidado todo especial que a cidade teve em preservar sua história e homenagear seus filhos diletos.

Construída em 1942, a fábrica da Companhia Swift foi programada para a fabricação de óleo de cozinha "A Dona" e "A Patroa". A iniciativa gerou oportunidade de emprego a muitos operários da região. O local era um conjunto composto por prédios de tijolinhos vermelhos à vista, destinados ao armazenamento e seleção de grãos (algodão, milho e amendoim), e também à extração do óleo em fornos de alta temperatura. As edificações seguiram o modelo das indústrias inglesas da época. Um grande reservatório de água também foi construído ao redor, para o abastecimento das caldeiras, escritórios, quadras esportivas e refeitório para os funcionários. A fábrica funcionou até 1970, quando se transformou em depósito e armazém. Em 1983, a Prefeitura adquiriu o prédio com o objetivo de torná-lo um espaço cultural e de lazer.

Filho da terra, orgulho para a cidade

Paulo Moura nasceu em São José do Rio Preto em 15 de julho de 1932 e faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de julho de 2010, vítima de um linfoma (câncer no sistema linfático). Foi um maestro, compositor, arranjador, saxofonista e clarinetista brasileiro de choro, samba e jazz, considerado um dos principais nomes da música instrumental do Brasil.

Paulo Moura fez muitas parcerias com a cantora Maysa, de 1969 a 1975, além de trilhas sonoras, como a do filme O Bom Burguês, dirigido por Oswaldo Caldeira. Em 2005 fez turnê nacional e internacional do espetáculo Homenagem a Tom Jobim, ao lado de Armandinho, Yamandú Costa e Marcos Suzano. Participou do documentário Brasileirinho, do finlandês Mika Kaurismaki que, em 2005, foi uma das atrações da mostra fórum do Festival de Berlim. Sua última apresentação foi no Copacabana Palace, em um evento da Sachal Records.

Em 2011, um ano após sua morte, foi lançada a biografia Paulo Moura - Um Solo Brasileiro, de Halina Grynberg, sua esposa por 26 anos, que escreveu o livro baseado em entrevistas que ela fez com Paulo Moura.

Em 2012 foi lançado o CD Paulo Moura & André Sachs - Fruto Maduro, pela gravadora Biscoito Fino, com dez músicas inéditas, um de seus últimos trabalhos autorais, resultado de uma parceria entre os dois músicos que começou em 2004 e duraria até os momentos finais do maestro. A última gravação registrada no disco foi feita em 25 de março de 2010, alguns meses antes do falecimento de Paulo. No dia 21 de junho de 2012 foi inaugurado o Teatro Paulo Moura, um dos maiores e mais bem equipados teatros do interior de São Paulo, em São José do Rio Preto, terra natal do músico. Em 2013, o CD Paulo Moura e André Sachs Fruto Maduro recebeu duas indicações para o 24º Prêmio da Música Brasileira (melhor álbum instrumental - André Sachs (produtor) e melhor solista - Paulo Moura).

Paulo Moura compôs inúmeras canções, muitas em parceria com Wagner Tiso, André Sachs, Maria Vasco, entre outros, reunidos em mais de 30 discos, lançados entre 1956 e 2006, e em álbuns de amigos como os músicos Eumir Deodato, Quarteto em CY, Victor Assis Brasil, Egberto Gismonti, Edu Lobo, Milton Nascimento, Johnny Alf, Azymuth, João Bosco, Marisa Monte, entre outros.

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