Boldrini inaugura Centro de Pesquisa contra o câncer infantil construído com verbas do caso Shell-Basf

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Em uma cerimônia muito prestigiada, o Centro Infantil Boldrini inaugurou na manhã de terça-feira, 27/11, em Campinas, o seu Centro de Pesquisa. O prédio do instituto conta com laboratórios, equipamentos de ponta e terá pessoal altamente qualificado para produzir e disseminar conhecimento nas áreas de epidemiologia e de biologia celular do câncer pediátrico. A obra foi viabilizada mediante recursos oriundos da indenização por danos morais coletivos relativos ao caso conhecido como Shell/Basf, numa atuação do Ministério Público do Trabalho em Campinas e da Justiça do Trabalho.

A anfitriã do evento, doutora Silvia Brandalise, e a atriz Maitê Proença, que é embaixadora do Boldrini, receberam as autoridades que compuseram a mesa de honra da solenidade: os desembargadores do TRT da 15ª Região Fernando da Silva Borges, presidente do Tribunal, e Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa, eleita diretora da Escola Judicial para o biênio 2018-2020, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, os procuradores do MPT em Campinas Maria Stela Guimarães de Martin, procuradora-chefe, Ronaldo José de Lira e Paulo Penteado Crestana, e o representante do prefeito de Campinas, o secretário municipal de Saúde, Carmino Antônio de Souza.

Um nome que se tornou sinônimo do bem

Em sua saudação de boas-vindas, a idealizadora do projeto, fundadora e presidente do Boldrini, doutora Silvia Brandalise, afirmou que a inauguração do Centro de Pesquisas é um marco histórico para Campinas, destacando a "avançada infraestrutura de pesquisa voltada para a área da saúde, com foco no câncer da criança e do adolescente". Ela disse também que a inauguração é um exemplo contra a impunidade no país, pois foi a atuação do MPT e da Justiça do Trabalho que "puniram o crime ambiental, cometido em Paulínia, pelas empresas Shell/Basf, contaminando centenas de pessoas com produtos potencialmente cancerígenos e teratogênicos" e determinaram que as indenizações "tivessem foco no ressarcimento à sociedade".

Em seu discurso, o presidente Fernando Borges rememorou brevemente o processo que deu causa à indenização, desde o ajuizamento da ação pelo MPT, a sentença, o acórdão no TRT-15 que confirmou a decisão e o acordo realizado no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Ele explicou que "nesse acordo, além de todas as indenizações asseguradas por danos materiais às famílias dos que faleceram e da garantia de atendimento médico e hospitalar durante toda a vida para aqueles que foram contaminados, também foi estabelecida uma indenização por dano social no valor de R$ 200 milhões".

"Infelizmente estamos aqui em decorrência de um fato triste: a contaminação criminosa do solo em Paulínia, que ceifou mais de 60 vidas e atingiu centenas de trabalhadores e familiares, e que até hoje provoca consequências", destacou o desembargador Fernando Borges. Contudo, ele anotou que a indenização reparatória tem sido empenhada em significativos projetos relacionados à saúde da população, e concluiu dizendo que "estamos plantando lindos jardins naquele solo contaminado, e uma das responsáveis é a doutora Silvia Brandalise. Parabéns!".

"Muito obrigado por vocês existirem"

Um dos momentos mais bonitos da cerimônia foi a participação e o depoimento de algumas crianças que são pacientes do Boldrini: Maria Júlia Azevedo Bonates Corrêa (Maju), Ana Laura Costa Silva e Leonardo Mendes Tanno (Léo). Maju agradeceu a "tia Silvia (Brandalise)" pela forma como ela "acolhe a todos nós quando chegamos para iniciar o tratamento", afirmando que a doutora os recebe "como se fôssemos da família dela". Léo emocionou os presentes ao se dirigir à doutora Silvia: "muito obrigado por você e todos os médicos do Boldrini existirem".

Ao final da cerimônia, as crianças entregaram às autoridades flores e uma recordação em agradecimento ao apoio para a concretização do Centro de Pesquisa.

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Comunicação Social