Desembargadora Ana Amarylis participa de seminário no Rio de Janeiro sobre assédio moral e adoecimento no trabalho

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A vice-presidente administrativa do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desembargadora Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla, coordenadora do Comitê Gestor Local de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores, participou nesta terça-feira (29/10) do "I Seminário Assédio Moral no Trabalho e Adoecimento no Judiciário Federal". O evento foi realizado pelo TRT da 1ª Região (RJ) em comemoração ao dia do servidor público (28 de outubro) e contou com o apoio do Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe/RJ).

Durante a abertura do seminário, o presidente do Comitê Gestor Local de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do tribunal fluminense, desembargador Eduardo Adamovich, ressaltou a importância do crescimento profissional em um ambiente de harmonia e respeito. "O respeito deve ir além de formalidades e denominações. Tem que envolver atitudes para que cada um possa expressar sua personalidade enquanto preserva a saúde psicológica", declarou.

Além da desembargadora Ana Amarylis, compuseram a mesa de abertura o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidente do Comitê Nacional de Atenção à Saúde, desembargador Valtércio Ronaldo de Oliveira; o vice-presidente do Sisejufe, Lucas Ferreira Costa; e o gestor da Coordenadoria de Saúde do TRT/RJ (CSAD), Ricardo Sidney Nascimento Silva.

Conteúdo das palestras

Durante o painel "Política de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário", o conselheiro do CNJ Valtércio Ronaldo de Oliveira relatou sua experiência vivida no início dos anos 80, quando sofreu assédio moral, o que lhe causou problemas de saúde. O magistrado ressaltou que, na época, não se falava no assunto e não tinha com quem reclamar. Destacou que o combate ao problema exige a união de servidores e magistrados, além do cuidado com a saúde psíquica. "Quando amamos o que fazemos, estamos proporcionando um benefício enorme para nossa saúde, principalmente a mental. Devemos cuidar das nossas relações interpessoais e ter qualidade de vida dentro e fora do tribunal", afirmou.

O juiz do trabalho auxiliar da Corregedoria do TRT/RJ, André Villela, durante o painel "O cumprimento de metas e o assédio moral no trabalho", evidenciou que as metas do CNJ não devem ser encaradas apenas como números ou como uma forma de competição entre os tribunais e varas para alcançarem selos e outros tipos de certificações. "As metas do CNJ representam uma metodologia de trabalho para melhoria diária do serviço prestado à sociedade, uma oportunidade de aperfeiçoamento", esclareceu.

No painel "Combate à violência laboral e ao assédio moral e sexual no TRT/RJ", a  médica do trabalho do TRT/RJ  Michelle Carreira Monteiro explicou que a violência nas instituições modernas não é física; é uma violência psíquica causada por um ambiente de trabalho competitivo e individualista. Além disso, a servidora evidenciou que o assédio moral não costuma ser praticado por doentes mentais ou pessoas com personalidades desviantes. "Os assediadores são pessoas comuns que se encontram em ambientes favoráveis a esse tipo de conduta. Se estivessem em condições naturais – onde o esgotamento e o stress não são considerados comuns – não agiriam dessa forma", argumentou.

Em seguida, o psicólogo do TRT/RJ, Túlio Coimbra, no painel "A violência nas relações de trabalho", abordou as transformações que ocorreram no mundo do trabalho nas últimas décadas (novas tecnologias e novas formas de organização do trabalho, entre outras), que impactaram nas relações interpessoais no ambiente de trabalho. "Novos valores, normas e padrões – dentro de um cenário competitivo e com metas – mudaram a maneira como tratamos uns aos outros", explicou. O assédio moral, de acordo com o especialista, é um sintoma de uma profunda transformação em nosso modo de vida que exige um grau sofisticado de reflexão e redefinição de hábitos e modo de relacionar.

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