Em reunião no Vaticano com a participação do papa Francisco, magistrada do TRT-15 e juízes das Américas debatem justiça e direitos sociais

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A juíza do Tribunal Região do Trabalho da 15ª Região Ananda Tostes Isoni foi ao Vaticano, nos dias 3 e 4 de junho, para debater os temas direitos sociais, meio ambiente e justiça social com juízes das três Américas (Sul, Central e Norte). Realizado na sede da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, o congresso pan-americano contou com a participação do papa Francisco, que encerrou o evento. Na mesma viagem, a magistrada também proferiu a palestra "Os desafios da OIT e o futuro do trabalho", em seminário promovido pelo programa de doutorado em Direito do Trabalho da Universidade de Roma La Sapienza.

"O objetivo da conferência foi reunir juízes de todas as Américas que têm um papel ativo na aplicação e desenvolvimento dos direitos sociais, econômicos e culturais, com o fim de compartilhar experiências, êxitos, melhores práticas e projetos", destaca a juíza do trabalho Ananda Tostes. Além da magistrada do TRT-15, a delegação brasileira no Vaticano também contou com a participação, entre outros, do ministro do Superior Tribunal de Justiça Herman Benjamin.

 

Durante a reunião, o papa Francisco reconheceu o difícil trabalho realizado pelos magistrados na defesa dos direitos e da justiça social, pedindo aos participantes do congresso que deem atenção especial às pessoas mais vulneráveis. "A injustiça social naturalizada e, portanto, invisível, que apenas lembramos ou reconhecemos quando alguns fazem barulho nas ruas e são rapidamente rotulados como perigosos ou irritantes, acaba silenciando uma história de adiamentos e esquecimento", destacou o pontífice.

O papa recordou ainda que os setores populares não são um problema, mas parte ativa das comunidades e nações, e têm todo o direito de participar da busca e construção de soluções inclusivas.

Declaração de Roma

Ao final do congresso, foi criado o Comitê Permanente Pan-americano de Juízes pelos Direitos Sociais e firmada a Declaração de Roma. No documento, os magistrados ressaltam o "pronunciado processo global de dualização social que implica injustiça estrutural e violência". Eles também fazem um apelo a todos os juízes das Américas para que assumam a coordenação dos esforços, desenhem estratégias e renovem diariamente o compromisso com a dignidade humana, a paz global e a realização dos direitos humanos em todas as dimensões.

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