Evento cultural marca passagem da exposição Um Mundo Sem Trabalho Infantil pelo Fórum de Ribeirão Preto

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Mostra itinerante fica em cartaz até 8 de novembro no município

O Juizado Especial da Infância e da Adolescência (Jeia) de Ribeirão Preto, coordenado pela juíza Márcia Cristina Sampaio Mendes, preparou um evento especial nesta quarta-feira, dia 16/10, para marcar a passagem da exposição itinerante "Um mundo sem trabalho infantil" pelo Fórum Trabalhista. Em meio às fortes imagens que compõem a mostra e retratam as piores formas de exploração ilegal da mão de obra de crianças e adolescentes, meninos e meninas do grupo de capoeira Isègun e da Organização Não Governamental Ciranda Viva demonstraram que a arte e a educação podem fazer a diferença no combate a essa chaga social.

Ao promover a abertura do evento, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desembargadora Gisela Rodrigues Magalhães de Araujo e Moraes, lembrou dos números alarmantes registrados pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) em 2015, quando mais de 2,7 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhavam precocemente no Brasil. "Não podemos fechar os olhos para o prejuízo provocado pela exploração do trabalho na infância. O desenvolvimento físico e mental, a alimentação, a educação, o esporte e o lazer, a profissionalização no tempo certo e a cultura são aspectos do universo infantil que devem ser zelados por nós, poder público, pelas famílias e por toda a coletividade, garantindo aos nossos jovens a oportunidade de uma vida digna sob todos os ângulos", asseverou.

A juíza Márcia Mendes, também titular da 5ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, demonstrou grande satisfação com o número de pessoas presentes que foram arregimentadas em torno da bandeira do combate ao trabalho infantil e se colocou como porta-voz das crianças vulneráveis. "O Jeia de Ribeirão Preto vai se empenhar na luta para que elas tenham condições de estudar. Quando a criança e o adolescente têm o que se chama de contraturno, com períodos distintos de estudo e de atividades culturais, o desenvolvimento é comprovadamente melhor. Ao contrário do mito que ainda persiste na sociedade, o trabalho infantil aproxima as crianças do crime e das drogas", afirmou a magistrada.

A programação cultural teve início com a apresentação do projeto beneficente "SOMlidariedade", da juíza Amanda Barbosa, que coordena o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas da Justiça do Trabalho (Cejusc) de Ribeirão Preto. O projeto reúne músicos amadores, cantores e compositores, em prol da arrecadação de recursos para entidades beneficentes, por meio de suas músicas autorais, reunidas em CDs periodicamente gravados. Acompanhada pelo violonista Douglas Amâncio, a magistrada cantou duas de suas composições.

Sob o comando do berimbau de Paulo Cabide e da arte-educadora Rosana Silva, crianças assistidas pelo Centro Cultural Isègun apresentaram uma roda de capoeira. Na sequência, o espaço deu lugar a poesias com temática do trabalho infantil que foram declamadas pela juíza do trabalho Rosilene Nascimento e por Letícia Capede Isac, de apenas oito anos. Posteriormente, a atriz Cris Campioni interpretou o trecho do livro "O Quarto de Despejo", de autoria da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, que narra a vida cotidiana das comunidades pobres de São Paulo. Crianças e adolescentes da ONG Ciranda Viva encerraram as atividades com a apresentação de acrobacias circenses.

O evento foi prestigiado pela vereadora Gláucia Berenice, pelo presidente da subseção de Ribeirão Preto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luiz Vicente Ribeiro Correa, pelo procurador Ricardo Zacarias, por diversos juízes que compõem a circunscrição de Ribeirão Preto, entre outras autoridades e representantes de instituições sociais, além de servidores do FT.

A Mostra

A mostra "Um mundo sem trabalho infantil" é composta por 20 painéis, com destaque para o maior deles, de 10 m X 1,8 m, que traça uma "linha do tempo" sobre o trabalho infantil no País. Depois de permanecer no Fórum até esta quinta-feira, segue para o Centro Universitário Estácio de Sá, podendo ser conferida ainda no final do mês no Senac de Ribeirão Preto (Rua Capitão Salomão, 2133 - Jardim Mosteiro). A iniciativa é do TRT-15 como parte das atividades do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho. A exposição, que já foi exibida em cidades como Brasília, Curitiba, Presidente Prudente, Bauru, São José do Rio Preto, Campinas e Aparecida, tem o objetivo de conscientizar a sociedade de que é preciso, com urgência, exigir o respeito aos direitos desses jovens, conforme estabelece a legislação brasileira, sobretudo a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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Comunicação Social