Neurologista Cícero Galli Coimbra profere palestra no TRT-15
Por Ademar Lopes Junior
Cerca de 250 pessoas assistiram na manhã de sexta-feira, 27/9, à palestra "O aumento da expectativa de vida é a real causa da crise da Previdência?", ministrada pelo médico da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Cícero Galli Coimbra. O evento, promovido pela Escola Judicial do TRT-15, reuniu desembargadores, juízes, servidores, estagiários, além de outros convidados e profissionais da área da Saúde no auditório Ministro Coqueijo Costa, no edifício-sede da Corte. Prestigiou o evento o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, que compôs a Mesa Alta ao lado do palestrante e do presidente de mesa, desembargador Eduardo Benedito de Oliveira Zanella.
Abertura musical
A servidora da 9ª Vara do Trabalho de Campinas Joyce Braga e o músico convidado Fábio Cavalcante abriram o evento com um número musical de voz e violão, interpretando "Primeiros erros" (Kiko Zambianchi) e "Epitáfio" (Titãs/Sérgio de Britto Álvares Affonso e Eric Silver).
A diretora da Ejud, desembargadora Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa, ressaltou o papel da Escola Judicial como formadora de profissionais comprometidos com a pacificação social pela solução de conflitos de forma ética, e definiu a "alteridade", um dos pilares principais dos projetos pedagógicos da Ejud, como a empatia e o respeito às diferenças, qualidades esperadas de juízes e servidores.
Doenças da modernidade
Em quase duas horas de exposição, o neurologista Cícero Galli Coimbra apresentou gráficos e índices de crescimento das principais doenças da atualidade, como depressão, diabetes, hipertensão e autismo, além das autoimunes, como a esclerose múltipla, que afetam cada vez mais crianças e jovens no mundo todo.
Nessa primeira parte da palestra, os números também ilustraram o mercado de medicamentos imunológicos, com previsão de crescimento de US $ 65,1 bilhões em 2016 para US $ 113 bilhões em 2023, a uma taxa composta de crescimento anual de 8,2%. Além desses números, somente o mercado de transplantes de órgãos deve atingir 51 bilhões de dólares em 2025. Nesse cenário, o palestrante deixou no ar uma dúvida. Será que esse mercado farmacêutico não seria o responsável pelos gastos cada vez maiores com remédios promovidos pelos governos, no mundo todo, por meio de formadores de opinião disfarçados de financiadores dessas empresas? O questionamento justifica o subtítulo da palestra, "Os gastos com saúde e previdência podem de fato levar a economia de um país à insolvência?", uma crítica à atuação médica moderna que, segundo o palestrante, deveria "salvar vidas e não ser a terceira causa de mortes receitando remédios".
Na segunda parte da palestra, o especialista apresentou algumas possíveis soluções para o tratamento e cura das principais doenças da atualidade. O neurologista defendeu, entre outros, que a carência de vitamina D e do magnésio podem estar associados ao crescimento do número de hipertensos, com seus vários desdobramentos, como o diabetes, insuficiência cardíaca e renal, cegueira, disfunção sexual, entre outros. Segundo Coimbra, "em 2016, a prevalência mundial de hipertensão ultrapassou 1,3 bilhão de pessoas afetadas", e somente em 2018, entre adultos com 25 anos, os casos chegaram a 40%.
A mesma carência de vitamina D, associada ao uso do ácido fólico (vitamina B9 modificada), pode estar na raiz do crescimento vertiginoso de autistas no mundo todo, que passou de 1 para cada 2.500 crianças, em meados da década de 1980, para 1 autista para cada 40 crianças normais, em 2018. Segundo o palestrante, mais de 20.200 publicações científicas comprovam essa teoria.
Propostas
O palestrante defendeu medidas simples para o combate a essas e outras doenças, como por exemplo a correção da deficiência de vitamina D mediante a administração de doses realistas de vitamina D (10.000 UI por dia para adultos, com especial atenção para as gestantes, com pelo menos 50 kg de peso e 200 UI por kg de peso para crianças). Para se corrigir a deficiência de magnésio, o neurologista defendeu o uso de 100 mg de magnésio elementar 4 vezes ao dia. Paralelamente a isso, foi recomendado também o banho de sol diário, utilizado no passado para a cura de tuberculose e das doenças correlatas, como o Mal de Pott (corcunda em consequência do acunhamento da vértebra).
Encerramento
A atividade foi encerrada com uma emocionante apresentação da banda de cadetes da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), de Campinas, com a interpretação de Halleluja, de Leonard Cohen.
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