Sessão administrativa do Pleno do Tribunal marca despedida do desembargador Eurico Cruz Neto
Magistrado dedicou quase 50 anos de sua vida ao Judiciário Trabalhista
Por José Francisco Turco
A sessão administrativa do Pleno do TRT realizada nesta quinta-feira (16/12) marcou o último ato como magistrado do desembargador Eurico Cruz Neto. Ao abrir a sessão, que aconteceu na véspera da aposentadoria de Eurico, o presidente do Tribunal, desembargador Renato Buratto, registrou a “presença sempre bem-vinda do magistrado”. Primeiro colega do homenageado a se manifestar, o desembargador José Pitas realçou a personalidade unânime no Tribunal, representada pelo magistrado que se despede. Destacou a amizade que o ex-presidente sempre ofereceu a todos, sem exceção, e fez ainda um resumo da carreira de Eurico. Já o vice-presidente judicial da Corte, desembargador Lorival Ferreira dos Santos, se disse impressionado por constatar como um dirigente de Tribunal termina a carreira com tantos amigos e compartilha essa amizade com todos. “Você é uma pessoa que faz a diferença na Justiça do Trabalho”, exclamou Lorival, dirigindo-se ao homenageado.
O corregedor regional, desembargador Luiz Antonio Lazarim, que havia participado no dia anterior de reunião do Colégio de Presidentes e Corregedores de TRTs, em Brasília, informou que “lá todos perguntam de Eurico”. Para Lazarim, o ex-presidente continuará fazendo parte do Tribunal.
Por sua vez, o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho na 15ª Região, Alex Duboc Garbellini, disse que aderia “fortemente” à unanimidade em relação ao desembargador, a quem qualificou de pessoa muito agradável, que sempre tratou a todos com simpatia. Alex recordou o tempo em que, ainda como servidor do TRT da 15ª, era um dos vários ouvintes dos acordes que o magistrado produzia ao violão. Desejou que Eurico mantenha o bom ânimo e o bom humor sempre.
Já o desembargador José Pedro de Camargo Rodrigues de Souza homenageou Eurico lendo o texto “Saudades”. Nele, o poeta Fernando Pessoa confidencia que “poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”. Em seguida, o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª (Amatra XV), juiz Flávio Landi, subiu ao púlpito para “transmitir a gratidão de toda a Magistratura Trabalhista pela fidalguia e cordialidade de Eurico no trato com todos”. Landi ressaltou que a unanimidade citada por vários magistrados com relação ao desembargador “está ligada à sua competência”. O presidente da Amatra XV foi seguido pelo desembargador Manoel Carlos Toledo Filho, que fez um breve comentário sobre a importância de Eurico, em sua própria carreira. “Ele é um dos responsáveis por eu estar aqui hoje.”
Antes de pedir que a sessão fosse interrompida por dois minutos, para que todos pudessem dar o seu abraço em Eurico, o desembargador Renato Buratto realçou que a figura de Eurico ficou marcada pela tolerância, carinho e temperança. Reforçou ainda a maneira cortês e amistosa com a qual Eurico sempre o atendeu, quando ainda advogava.
“Tribunal constituído de gente da melhor qualidade”
Ao fazer seu agradecimento, Eurico lembrou de todos os presidentes da Corte com quem conviveu – os que o antecederam e aqueles que se seguiram a ele –, além de outros desembargadores, citando as características marcantes de cada um. “Só dei continuidade ao trabalho de outros”, disse o homenageado. Ele creditou a amizade que mantém e sempre manteve com todos ao fato de o Tribunal ser “constituído de gente da melhor qualidade”. Ao enfatizar ainda o trabalho de magistrados, servidores e colaboradores, Eurico reforçou o fato de que foi muito bem acolhido na 15ª Região e ressaltou que, mesmo com “o extraordinário crescimento da Corte”, que trouxe também a existência de diferentes correntes, “ainda se preserva aqui a harmonia”.
Eurico Cruz Neto ingressou em 1962, as 21 anos, no TRT da 1ª Região (RJ), como técnico judiciário. Bacharelou-se em Direito pela PUC do Rio de Janeiro em 1971 e, dois anos depois, ingressou no MPT, como substituto de procurador do trabalho adjunto. Foram 14 anos de carreira no Ministério Público, período no qual alcançou o cargo de procurador do trabalho de 1ª categoria. No Tribunal, além da Presidência, foi vice-presidente no biênio 1994-1996 e exerceu vários outros cargos de relevância.
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