Em palestra na sede do TRT, médico alerta para os riscos das doenças cardiovasculares nas mulheres
Por José Francisco Turco
Com uma palestra sobre os riscos das doenças cardiovasculares no sexo feminino, foi realizado nesta quinta-feira (17/3), o primeiro de dois eventos promovidos pela Diretoria de Saúde do TRT relacionados às comemorações do Dia Internacional da Mulher. O palestrante foi o médico Marcos Pereira Tavares Dorea, servidor da Diretoria de Saúde do próprio Regional, na qual atua há cerca de um ano e meio. Entre os presentes ao encontro, realizado no auditório do 1ª andar da sede do Tribunal, em Campinas, estavam a desembargadora Thelma Helena Monteiro de Toledo Vieira, da 1ª Câmara da Corte, a diretora de Saúde do TRT, Heloísa Helena Mazon Zakia, e o médico Luís Brandão Carreri, também servidor do Regional.
Nesta segunda-feira (21), será proferida a outra palestra, no mesmo local, a partir das 17 horas. O tema, fotoenvelhecimento, será abordado pelo médico Leonardo Araújo, mais um profissional do quadro do TRT.
Incidência crescente
Ao iniciar sua exposição, Dorea, que já foi professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Faculdade de Medicina de Teresópolis, alertou para a incidência cada vez maior de doenças cardiovasculares nas mulheres. O médico ressaltou que aspectos, principalmente históricos e sociológicos, estão contribuindo para esse aumento, como, por exemplo, dois acontecimentos marcantes da década de 1960, a chegada da pílula anticoncepcional e o início da maior inserção feminina no mercado de trabalho. Dorea ressaltou que os novos tempos trouxeram às mulheres hábitos saudáveis, mas também não saudáveis, como o fumo. “Tudo isso sem que fossem eliminadas as tarefas de casa.”
Dorea informou que as doenças cardiovasculares representam atualmente a mais importante causa de morte em ambos os sexos. “Entre os 45 e os 64 anos, a mortalidade por doenças cardiovasculares é maior nos homens. Após os 65 anos a taxa é maior nas mulheres”, detalhou. Ele lembrou estudos segundo os quais as mulheres mais jovens têm maior proteção cardiovascular do que os homens, especialmente por causa dos hormônios.
A lista destacada pelo médico dos principais fatores de risco cardiovascular traz hipertensão arterial, diabetes, aumento do colesterol e dos triglicerídios, obesidade, tabagismo, sedentarismo, menopausa e climatério, dieta inadequada, estresse e histórico familiar. Esse último, destacou o palestrante, “é o único em que não podemos mexer por mudança de hábitos”.
O médico evidenciou que o cigarro é inimigo do vaso sanguíneo, pois afeta especialmente a parte das veias que tem contato direto com o sangue. No quesito alimentação, recomendou que seja dada preferência às frutas, por exemplo. Ele assinalou que, a partir da menopausa, verifica-se um aumento dos fatores de risco, pela insuficiência na produção de hormônios, diminuindo a proteção ao coração. Associou ainda os distúrbios da tireóide com o aumento desses riscos.
Antes de encerrar sua participação, Dorea esclareceu dúvidas de praticamente todas as magistradas e servidoras presentes. Ao encerrar os trabalhos, a médica Heloísa Zakia parabenizou a todas, não apenas pelo Dia Internacional da Mulher, mas pelo “ser mulher”.
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