Por José Francisco Turco

Setenta estudantes do 1º ano de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas fizeram nesta quinta-feira (14/4) uma visita histórica ao TRT da 15ª Região. Foi a primeira vez, nos quase 25 anos de existência do Regional, que um grupo de alunos de Direito da tradicional instituição de ensino visitou a Corte. Os futuros bacharéis, acompanhados do professor Luís Guilherme Mazziero, foram inicialmente recebidos por servidores da Escola Judicial e dos Setores de Segurança e de Imprensa do Tribunal.

Em seguida foram conduzidos ao Plenário Ministro Coqueijo Costa, no 1º andar do edifício-sede do TRT, onde receberam as boas vindas do juiz auxiliar da Presidência do Regional, Edison dos Santos Pelegrini, e do secretário-geral da Presidência, Paulo Eduardo de Almeida, que disse sentir uma alegria especial, por ter se formado na PUC-Campinas. O secretário-geral traçou um histórico do TRT, lembrando que o Regional teve de mudar de sede em 2002 por conta de seu gigantismo.

O juiz Edison Pelegrini conversou com os estudantes no Plenário do TRT

O juiz Edison, por sua vez, ponderou com os visitantes que a fase pela qual eles estão passando gera muitas dúvidas, incluindo a escolha do caminho profissional, mas garantiu que essas dúvidas se dissiparão com o passar dos anos. Nessa linha, aproveitou para fazer uma “propaganda” das carreiras relacionadas à Justiça Trabalhista. “É um ramo do Direito que deve ser visto com atenção”, sentenciou o magistrado. Ele também lembrou que a 15ª oferece muitas vagas para estágio.

Na sequência, os acadêmicos encontraram-se com o representante dos magistrados de 2º grau no Conselho Consultivo e de Programas da Escola Judicial do TRT, desembargador Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordani, e com o desembargador Edmundo Fraga Lopes, da 3ª Câmara do Tribunal. O encontro aconteceu no Auditório 1 da Escola.

Os desembargadores Giordani (dir.) e Edmundo, na Escola Judicial

Giordani fez uma ferrenha defesa do Direito do Trabalho, tão enfática quanto as declarações de amor à bandeira do São Paulo Futebol Clube, que colocou sobre a mesa, ao abrir o bate-papo com os futuros bacharéis. “Por enquanto somos o segundo TRT do País em demanda, mas podem ter certeza de que somos o primeiro em simpatia”, decretou, apostando que a 15ª, em alguns anos, assumirá a liderança também no volume de processos. Edmundo, além de abordar a Justiça do Trabalho, discorreu sobre sua experiência de 25 anos como advogado. Para ele, é muito importante que se tenha em mente valores como a honestidade e a disposição para o estudo, seja qual for a carreira que os visitantes venham a seguir. “Nunca peguem uma causa ou um cargo ligado ao mundo jurídico apenas por dinheiro”, recomendou. O magistrado também cumprimentou a todos por estarem estudando numa instituição de ensino das mais conceituadas.

Presidente da Corte formou-se pela PUC em 1980

Os alunos terminaram a visita conhecendo as dependências do Centro de Memória

Já nas últimas etapas da visita, os alunos foram recebidos pelo presidente do Tribunal, desembargador Renato Buratto, que se disse especialmente feliz por receber estudantes da mesma instituição onde cursou Direito entre os anos de 1976 e 1980. Buratto, que também comemorou a primeira visita da instituição ao Tribunal, enfatizou que no primeiro ano do curso todos os alunos têm seus sonhos em relação às carreiras jurídicas. O magistrado, que também comentou sobre as oportunidades representadas pelas carreiras na área trabalhista, aconselhou os estudantes a participarem de outras visitas até terem condições de fazer uma escolha segura. Buratto manifestou ainda o desejo de que muitos do grupo estejam ligados à 15ª Região no futuro, atuando como juízes, advogados ou em algumas das outras atividades ligadas ao Regional.

As atividades foram concluídas com uma visita ao Centro de Memória, Arquivo e Cultura (CMAC) do TRT, na Sede Administrativa da Corte, também no Centro de Campinas.

Instituição é marcada por grande tradição nos meios educacionais e jurídicos

A PUC-Campinas – idealizada pelo então bispo da cidade, Dom Francisco de Campos Barreto, ainda na década de 1930 – materializou-se em 1955, quando a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras se tornou Universidade Católica de Campinas, reconhecida pelo Conselho Federal de Educação. O título de Pontifícia foi conquistado 17 anos depois, concedido pelo Papa Paulo VI.

Do curso de Direito, um dos mais tradicionais da PUC, saíram várias personalidades, incluindo desembargadores e juízes trabalhistas. A Universidade também formou muitos servidores da Justiça do Trabalho da 15ª.