Em mediação pré-processual, FPF e atletas discutem retomada de treinos da Série A1

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“Um marco histórico para a Justiça do Trabalho e para o futebol, com muito diálogo social”. Foi assim que a desembargadora do TRT-15 Ana Paula Pellegrina Lockmann, coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), iniciou a audiência pré-processual de mediação, por ela presidida, na manhã desta quinta-feira, 11/6, por meio de videoconferência, e que reuniu, entre outros, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Guilherme Augusto Caputo Bastos, o secretário de Estado de Esportes, Aildo Rodrigues, o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Mauro Silva, os procuradores do Ministério Público do Trabalho Fábio Messias Vieira e Ronaldo José de Lira, o subprocurador-geral do Ministério Público Estadual, Arnaldo Hossepian Salles de Lima Junior, o médico Moisés Cohen, presidente do Comitê Médico da Federação Paulista de Futebol, além de representantes dos 16 clubes que integram a Série A1 do Campeonato de 2020 e dos cinco sindicatos paulistas relacionados ao esporte (Associação de Futebol, dos Atletas Profissionais, dos Treinadores Profissionais do Estado e da Região do ABC, e dos Árbitros de Futebol).
 
Estiveram reunidos em torno de um objetivo comum de aprovação de um protocolo rígido de conduta de todos os 16 clubes que integram o Campeonato Paulista da série A1 de 2020, tendo em vista a necessidade de retomada dos treinos individuais pelos jogadores, após uma fase inicial de testes do coronavírus de todos os envolvidos, principalmente os atletas e treinadores, junto ao Hospital Albert Einstein. A medida é uma tentativa de garantir aos jogadores um retorno, de forma consciente e responsável, aos treinos que, para eles, atletas de alto rendimento, são imprescindíveis para o seu desempenho profissional.
 
A necessidade dos treinos, segundo defenderam os interessados, deve-se principalmente como forma de garantir, após quase 90 dias de paralisação, uma retomada gradual das atividades, visando a continuidade do campeonato em momento futuro. E as razões são várias, segundo elencaram os representantes tanto dos atletas como dos clubes e demais interessados: preparo físico para evitar futuras lesões, garantia de salários, e, mais que tudo, uma maneira dialógica para viabilizar o futuro do futebol no estado de São Paulo.
 
O secretário de estado de Esportes Aildo Rodrigues ressaltou a necessidade de validação dos protocolos pelo Comitê de Saúde do Estado, que vem tratando das demandas do Covid-19, sendo necessário aguardar um estudo da USP, que será divulgado até o início da próxima semana para que seja deliberado acerca da autorização para o retorno do futebol.
 
Na opinião do ministro Caputo Bastos, que foi convidado pela desembargadora Ana Paula Lockmann a participar da audiência, o encontro para mediação representa uma “iniciativa inédita para o concerto de vontades para o fim comum”, surgindo, no entanto, um ingrediente adicional em razão da pandemia, sendo relevante a participação das instituições.
 
Havendo consenso foi deliberado o início das testagens de atletas e demais envolvidos a partir do dia 15 de junho,  por três dias. As demais deliberações por dependerem, em tese, de pronunciamento pelo Comitê do Covid do Estado de São Paulo, após estudo a ser apresentado pela USP e pelo comitê da área médica da Prefeitura de São Paulo ocorrerão em audiência telepresencial, já designada para o dia 16 de junho, às 10 horas. 
 
A desembargadora Ana Paula Lockmann reafirmou que apesar do consenso das partes, a pandemia trouxe novos e grandes desafios para todos que, de alguma forma, deverão reaprender a viver nesse “novo mundo”, no qual “teremos que nos reinventar, lembrando que daqui para a frente seremos mais “nós” do que “eu”, num mundo de “solidariedade e mais conscientização de todos pelo bem maior do esporte, do país e de todos”.
 

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