Iniciativa da 1ª VT de Taubaté vence Prêmio Cooperari

Iniciativa da 1ª VT de Taubaté vence Prêmio Cooperari
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Com 3.473 votos válidos, o Assistente Virtual da Justiça do Trabalho (AVJT), desenvolvido pelo servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região Sisenando Gomes Calixto de Sousa, lotado na 1ª Vara do Trabalho de Taubaté, e o plugin MaisPJe (pje-extension), de autoria do servidor Fernando de Medeiros Marcon, da Vara do Trabalho de Palhoça (TRT da 12ª Região/ SC), são os grandes vencedores do primeiro grau de jurisdição da 1ª edição do Prêmio Cooperari - Estratégias para evoluir, promovido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). As duas iniciativas, concebidas com a mesma funcionalidade, foram inscritas de forma conjunta.

O anúncio foi feito em cerimônia de premiação virtual, realizada na tarde desta sexta-feira, 3/9, com participação da presidente e do vice-presidente do CSJT e do Tribunal Superior do Trabalho, respectivamente, ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi e Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, do presidente do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor), Leonardo José Videres Trajano e da presidente do TRT da 15ª Região, desembargadora Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla, entre outras autoridades. Também acompanharam telepresencialmente o evento a desembargadora do TRT-15, Luciane Storel, coordenadora do Comitê Gestor da Estratégia da Justiça do Trabalho e a secretária-geral do CSJT, Carolina da Silva Ferreira.

O evento premiou com o Selo Prêmio Cooperari da Justiça do Trabalho duas iniciativas de cada instância (primeiro e segundo graus) que obtiveram o maior número de votos válidos em escrutínio aberto à sociedade e quase 10 mil registros eletrônicos. Ao todo, foram inscritas 57 iniciativas. O projeto “Ofício aos Maiores Litigantes para Credenciamento Prévio do §1º do art. 246 do CPC”, da VT de Lages (SC),  ficou em segundo lugar na categoria primeiro grau de jurisdição. No segundo grau,  foram premiados os TRTs da 4ª Região/ RS (em primeiro lugar) e o da 12ª Região/SC (em segundo lugar). “Trata-se de um momento ímpar da Justiça do Trabalho em que criamos o prêmio, com o intuito de estimular a inovação e a melhoria dos nossos serviços públicos com o principal propósito de entregar prestação jurisdicional com maior qualidade, em menor tempo e a um custo economicamente adequado. A instituição do prêmio só foi possível graças ao engajamento de todos os tribunais“, salientou a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi.

A presidente do TRT-15, desembargadora Ana Amarylis, parabenizou o CSJT e a ministra Cristina Peduzzi pela iniciativa do Prêmio Cooperari que “com base nos princípios da governança colaborativa e da gestão participativa, permite a efetiva contribuição dos usuários dos serviços judiciais na melhoria do sistema de justiça”. A magistrada explicou que o Assistente Virtual da Justiça do Trabalho (AVJT) é fruto da genialidade do servidor da 15ª Região Sisenando Calixto, de quem o tribunal muito se orgulha. “Os métodos utilizados por ele revelaram potencial de desenvolvimento e agregação de novas funcionalidades, consolidando o assistente virtual como uma ferramenta universal, aplicável em toda a Justiça do Trabalho”, reforçou a desembargadora Ana Amarylis, parabenizando também todos os vencedores do Cooperari.

Antes da apresentação da iniciativas vencedoras, foi realizado um debate sobre inovações no Judiciário com o juiz Caio Moisés, da Justiça Federal de São Paulo e com o chefe da Seção de Dados Estratégicos Gerenciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pesquisador Leonardo Ferreira de Oliveira, associado ao laboratório de inovação GovLab da New York University. 

Coube à coordenadora do Comitê Gestor da Estratégia da Justiça do Trabalho, a desembargadora do TRT-15 Luciane Storel, promover o encerramento da cerimônia de premiação. “Momentos como esse, de compartilhamento de conhecimentos, devem ser comemorados”. Citando o filósofo Pierre Lévy, a magistrada alertou para a necessidade da inteligência coletiva. “A horizontalidade, como diz Lévy, possibilita a circulação de ideias e cria uma noção de comunidade, de troca de informações, contribuindo para o afinamento das democracias”. Por fim, a desembargadora parabenizou todos os participantes do Cooperari, enfatizando que o Judiciário Trabalhista está no caminho certo em promover tal iniciativa para incentivar a inovação.

AVJT otimiza e automatiza centenas de tarefas
 
Abrir, dimensionar e posicionar janela, digitar, selecionar, copiar, colar. Cada processo tramitado exige de dezenas a centenas de toques e movimentos manuais. O AVJT executa em frações de segundo todos esses movimentos repetitivos.  O programa é uma extensão de navegador que oferece painéis com centenas de funcionalidades que facilitam o acesso aos sistemas e permitem ativar otimizações e automatizações para tarefas comuns.  

Acometido de uma neuropatia que compromete o movimento de suas mãos, Sisenando, que é formado em Ciências Jurídicas pela Universidade de Taubaté (Unitau) e amante de tecnologia, recorreu a seus conhecimentos em linguagem de programação para desenvolver o assistente virtual  como um recurso pessoal de acessibilidade, visando facilitar a execução de tarefas nos principais sistemas utilizados  como o processo judicial eletrônico, a elaboração de  pesquisas e consultas, comunicações e formulários.

Como integrante da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, passou a interagir com outras pessoas com deficiência e a compartilhar o programa. “A tramitação efetiva de processos envolve a utilização de vários sistemas (PJe, Depósitos Judiciais, SISBAJUD, RENAJUD, etc.), de origens e institucionalidades diversas. Cada um desses sistemas é carente, em maior ou menor grau, de opções de acessibilidade minimamente efetivas para pessoas com deficiências em geral.  Assim, com o intuito inicial de concentrar algumas modificações específicas, compartilhei o programa com outros servidores com deficiências”, explica Sisenando.

O programa está sendo aprimorado com base nas sugestões, rotinas e necessidades diversas dos servidores, beneficiando também pessoas sem deficiências de todos os TRTs. O AVJT possui atualmente mais de 500 funcionalidades e mais de 1000 usuários diários em todo o país. “Os utilizadores experimentam ganhos de produtividade e eficiência em escalas nunca antes atingidas. Com uma capacitação de apenas uma hora, o dobro da produtividade média pode ser atingida sem maiores esforços. Em determinados contextos, é possível até mesmo decuplicar a capacidade produtiva. A prática também pode ser replicada para as demais áreas da Justiça e ganhos semelhantes de produtividade poderão ser observados”, assinala o desenvolvedor do programa.

Segundo o juiz titular da 1ª VT de Taubaté e auxiliar da Vice-Presidência Judicial, Guilherme Guimarães Feliciano, o AVJT tem uma qualidade única, que reúne, a rigor, tudo o que se espera de tecnologia e inovação aplicáveis ao sistema de Justiça. “O AVJT substitui centenas de toques e os esforços de memorização por um único acionamento, que permite a realização das tarefas por um robô virtual, automatizando aquilo que não exige atividade cognitiva. O projeto faz convergir os dois principais vetores que deverão dimensionar o Poder Judiciário do Século XXI, que são efetividade na prestação de bons serviços públicos e preservação da condição de saúde física e psíquica do servidor. Este é o grande ganho que esse projeto pode trazer para a Justiça do Trabalho”, avalia.

O Assistente Virtual da Justiça do Trabalho é uma extensão para o navegador Mozilla Firefox, e pode ser instalado, sem custo, neste endereço

Há também um canal do Youtube com vídeos instrucionais sobre como instalar e utilizar suas principais funcionalidades.

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Comunicação Social