A Justiça do Trabalho não pára! Mesmo com a suspensão temporária de prazos e audiências no Fórum Trabalhista de Franca, no período de 22 a 30 de março de 2021, em razão do agravamento da pandemia, a unidade recebeu, na última quarta-feira à tarde, a visita virtual de 40 adolescentes e jovens das turmas 112, 113 e 114 do Programa de Aprendizagem Comercial e Profissional em Serviços Administrativos, Comerciais e Turismo do Senac de Franca. 
 
A iniciativa integra  as ações institucionais do Juizado Especial da Infância e Adolescência de Franca (JEIA), que têm como  objetivo proporcionar aos aprendizes a aproximação com as temáticas do mundo do trabalho, da justiça social e apresentar opções de carreiras profissionais. A atividade permitiu aos adolescentes e jovens, com idade entre 14 e 24 anos, a vivência de situações relativas ao mundo do trabalho abordadas em aulas durante o curso de aprendizagem no Senac, que visa promover a interação social e política do aprendiz, por meio do intercâmbio de experiências e da valorização de direitos, compreendendo a diversidade cultural como instrumento de mudança. 

Os professores do Senac, Juliano Silva, Márcia Cristina Geron e Tatiana Bonini, e o gerente da instituição, Felipe Soave, acompanharam a visita virtual dos adolescentes que foram recepcionados pela diretora do Fórum e coordenadora do JEIA, juíza Eliana dos Santos Alves Nogueira, bem como pela equipe de servidores da 2ª Vara do Trabalho do município, Leila Taveira (diretora de secretaria), Rodrigo Mendonça, Maria Helena Lopes, Donizete Ferreira, Aline Limonti, pelo estagiário de Direito, Paulo Victor Cincerre, e pela coordenadora do CEJUSC local Laura Cândida. 

A equipe do FT abordou alguns aspectos de suas funções no âmbito da Justiça do Trabalho local. Na sequência, a juíza Eliana Nogueira apresentou a estrutura do Poder Judiciário, da Justiça do Trabalho e sua importância em um mundo ainda permeado por acidentes de trabalho, trabalho escravo e infantil. Neste aspecto, frisou a atuação do JEIA como órgão especializado para julgamento das ações que envolvem trabalhadores em idade inferior a 18 anos e detalhou alguns dados da luta pela erradicação do Trabalho Infantil.

Os adolescentes vivenciaram uma experiência prática da Justiça do Trabalho a partir do envio antecipado de um processo sobre acidente de trabalho infantil em um lava-jato, que serviu para simulação de uma audiência de instrução completa. Eles puderam representar diversos papéis: juiz, parte, advogado, testemunha, procurador do trabalho e secretário de audiência. “Estas vivências possibilitaram o reconhecimento e valorização da Justiça do Trabalho, através da sensibilização sob o ponto de vista humanizado e de forma empática pelas experiências e sentimentos gerados diante do caso apresentado”, destacou a professora Tatiana Bonini.

A experiência foi gratificante para os aprendizes. A adolescente Bianca da Silva Ribeiro agradeceu pela oportunidade proporcionada ao fim do  ciclo de aprendizagem. “Estou feliz ao saber que hoje temos pessoas defendendo nosso direito como jovens e que no futuro cada vez mais seremos assegurados no mercado de trabalho, além de claro me ajudar na decisão de realmente seguir a área”, assinalou.

Para a juíza Eliana Nogueira a atividade com finalidade educativa  certamente proporcionará conhecimento para a vida pessoal e profissional dos adolescentes. “Foi impressionante acompanhar a atuação dos adolescentes durante a audiência simulada. Houve assimilação dos problemas trazidos pela situação simulada, empatia com a gravidade do caso narrado e efetiva sensibilidade dos adolescentes para tratamento do tema.   Uma verdadeira imersão no direito social. Ao final, foram convocados a trilhar, em suas futuras profissões, o caminho da ética, da empatia e do respeito ao próximo, a fim de atuarem diretamente na construção de um mundo mais justo e solidário”, sublinhou.