“Ressignificar a vida” é tema da Semana do Servidor de 2021

“Ressignificar a vida” é tema da Semana do Servidor de 2021
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A presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desembargadora Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla, abriu oficialmente, na manhã desta segunda-feira, 25/10, a Semana do Servidor, edição 2021, realizada pela Secretaria de Gestão de Pessoas em parceria com a Secretaria de Saúde da 15ª, com apoio da Escola Judicial e da Coordenadoria de Comunicação Social, e patrocínio do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Sindiquinze) e do Instituto Jurídico de Incentivo ao Estudo do Direito Social (Injieds). Pelo segundo ano consecutivo, o evento, em comemoração ao Dia do Servidor Público (28/10), é realizado totalmente no formato telepresencial, com transmissão pelo Canal Ejud15, no Youtube.

A presidente fez uma saudação especial aos membros da Comissão Organizadora do evento, e também ao presidente do Sindiquinze, Ivan Bagini, a quem também agradeceu pela parceria na realização da Semana.  As marcas da pandemia deram o tom do discurso da presidente, que ressaltou as profundas alterações impostas principalmente no ambiente de trabalho, e que “transformaram definitivamente nossas vidas”. Ainda sobre esse cenário, a magistrada destacou que a programação de três dias (25,26 e 27/10) da Semana do Servidor deverá propor “reflexões sobre a saúde no meio ambiente do trabalho, impactado pela crise sanitária, aliado ao novo paradigma imposto pela Covid-19, que provocou um efeito acelerador, impulsionando a adoção de recursos tecnológicos em todas as esferas”. 

A presidente lembrou que nessa luta contra a pandemia “todos nós fomos convocados e nos tornamos guerreiros!” e agora, com a esperança de uma retomada em breve das atividades presenciais a partir do avanço do processo nacional de vacinação, a programação da Semana “nos convida a refletir sobre a ressignificação da vida pós-pandemia, com palestras de dois especialistas renomados: o psicólogo e consultor em Educação e Desenvolvimento Humano Rossandro Klinjey e o professor Geronimo Theml”, além de aulas de artes manuais com atividade terapêutica, técnicas de meditação, roda de conversa sobre autocompaixão na sociedade do cansaço, comandada pela servidora Viviana Xavier Geraldo Sardin e, no encerramento, com um número artístico da banda musical composta por servidores, que apresentará a live “Ressignificando a vida”.

Com uma nova realidade imposta pela pandemia, o importante, segundo salientou a presidente Ana Amarylis, é o fato de todos nós termos nos tornado “mais fortes e mais humanos, capazes de seguir firmes na missão de realizar sem deixar de tocar o coração das pessoas”.

“Ressignificando a vida”

O olhar inovador e até revolucionário do psicólogo Rossandro Klinjey desafiou cerca de 300 pessoas que assistiram à primeira palestra de abertura da Semana do Servidor da 15ª, edição de 2021, nesta segunda-feira, 25/10. Ao longo de pouco mais de uma hora de exposição, o palestrante conduziu com leveza e poesia, algumas vezes inspirado em Fernando Pessoa, outras declamando músicas como Quereres (Caetano Veloso), Meu mundo e nada mais (Guilherme Arantes) ou Tocando em frente (Almir Satter/Renato Teixeira), um dos temas mais desafiadores da humanidade: aprender com o sofrimento imposto pela vida.

“Não são os fatos tristes ou desafiadores que fazem o ser humano sofrer, mas sim sua interpretação sobre esses fatos”. Assim começou o psicólogo Rossandro a chamar o público a repensar sobre os últimos 19 meses de pandemia, marcados por separações, mortes, isolamento e medo, mas também por inovações, reinvenções, conquistas e descobertas. Em ambos os lados dessa experiência, de sombra e de luz, o ser humano foi “intimado” a renovar e reaprender, voltando-se para dentro de si mesmo, repensando seus valores e recalculando suas rotas. 

Após o primeiro luto trazido pelo novo vírus, a perda da rotina, as pessoas procuraram no aconchego protegido da própria casa um caminho de esperança para o fim da pandemia. Um mês, dois, três, e aos poucos a pandemia mostrou sua força, assombrando a humanidade que viu seus queridos irem embora, completamente indefesos. Aos poucos a realidade obrigou a todos reaprender habilidades e curar feridas nas asas para poder novamente voar. A velocidade desse aprendizado, porém, logo deixou claro que a pandemia marcou definitivamente o início de um novo século (o século XXI), impondo lições para se viver um “novo normal”, que deverá ser de transformação constante. “Pela primeira vez na história, não temos ideia de como serão os próximos cinco anos”, afirmou o expositor.

Essa força incrível de mudança não vai apagar os “vincos” produzidos pela dor que a pandemia proporcionou. Segundo Klinjey, mais que dor e sofrimento, é preciso focar na solução dos problemas, e se houve uma lição maior desses tempos, foi de “recalcular a rota” e aprender com as experiências vividas para se atingir a plenitude. “Pessoas plenas são resilientes”, mas isso requer um exercício de aproximação pessoal de cada um consigo mesmo, para se conhecer de fato, buscar respostas e superar a dor. Nesse exercício, nem sempre bem-sucedido, milhões de pessoas desistem, e prova disso são os números recentes de suicídio bem maiores que as causas de morte violenta, provocada por outra pessoa.

Se meus pensamentos podem me condenar ao sofrimento, é preciso então a faxina constante das ideias, é preciso desenvolver a “flexibilidade cognitiva” e ter “foco na solução e não no problema”. Essa também foi, segundo Klinjey, mais uma lição da pandemia, que nos deu novas regras de “limpeza e organização da casa”, e que também devem ser aplicadas na reforma da “casa íntima”, deixando de fora todo o lixo como as falsas crenças, as mentiras, as "fake news".

Apesar das afirmações desafiadoras, em nenhum momento de sua exposição Klinjey se mostrou pessimista. Sua visão, ao contrário, desperta uma sensação de que mudar é possível, e ressignificar a vida pode ser uma atitude alcançada por todos. Conforme ele mesmo afirmou, “somos fruto da cooperação humana”, basta aceitar o eterno convite da vida para ressignificar nossa história.

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Comunicação Social