Saúde, Vida e Trabalho na Justiça 4.0 é tema do encontro anual de magistradas e magistrados do TRT-15

Saúde, Vida e Trabalho na Justiça 4.0 é tema do encontro anual de magistradas e magistrados do TRT-15
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Na manhã de quinta-feira (10/11), a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla, abriu o Encontro Anual de Magistradas e Magistrados do TRT-15, realizado em formato híbrido na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em Campinas, com transmissão simultânea, por meio da plataforma Zoom. O encontro se estendeu até sexta-feira (11/11).

Promovido pela Escola Judicial do TRT-15, o evento reuniu juízes e desembargadores, além de profissionais da área de saúde, para debater sobre o tema Saúde, Vida e Trabalho na Justiça 4.0. Compuseram a mesa de abertura, além da presidente do Tribuna, o diretor e o vice-diretor da Escola Judicial do TRT-15, desembargadores João Batista Martins César e Ricardo Regis Laraia, os desembargadores eleitos para a Administração do Tribunal no biênio 2022-2024, Samuel Hugo Lima (Presidência), José Otávio de Souza Ferreira (Vice-Presidência Administrativa), João Alberto Alves Machado, (Vice-Presidência Judicial) e Rita de Cássia Penkal Bernardino de Souza (Corregedoria), o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra XV), juiz Sérgio Polastro, e o Coordenador do Curso de Direito da Universidade Mackenzie, Leopoldo Rocha Soares.

A presidente do Tribunal mencionou a dificuldade em conciliar saúde e qualidade de vida com a cobrança por bons resultados, em especial, na Semana Nacional de Conciliação, promovida pelo CNJ no mesmo período do encontro. Diante dessa realidade, a escolha do tema Saúde, Vida e Trabalho na Justiça 4.0 se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, da Organizações das Nações Unidas, especialmente aqueles que versam sobre saúde e bem-estar (Número 3) e sobre paz, justiça e instituições eficazes (Número 16).

O que há de humano no tecnológico

Ao destacar que “existe vida além do trabalho”, a presidente do TRT-15 ressaltou que “um bom magistrado, um bom servidor ou um bom advogado não é aquele que cumpre jornadas extensas de trabalho, prejudicando a saúde”, sendo necessário “buscar o equilíbrio entre vida familiar e atividade laboral”. Para isso, foram convidados especialistas para falar sobre o tema e “revelar o que há de humano no tecnológico”.

O desembargador Samuel Hugo Lima  mencionou o momento de transição vivido pela Justiça, com o advento das novas tecnologias e o desafio de adequar o trabalho a essa realidade, mantendo a qualidade de vida. Afirmando a satisfação em ser juiz, o presidente eleito do tribunal enfatizou que “existe vida além da magistratura, existe música, existe poesia, é possível ser um excelente juiz e cuidar da vida pessoal”.

O diretor da Ejud-15, desembargador João Batista Martins César, revelou a preocupação da Escola Judicial com os temas qualidade de vida e inclusão, que, para ele, caminham juntos. “Venho de uma geração que a gente se matava de trabalhar, mas esse não é o caminho. É necessário encontrar o meio termo, um caminho que preserve a qualidade de vida dos magistrados e a boa prestação da tutela jurisdicional”, destacou.

O desembargador Ricardo Regis Laraia salientou que as questões levantadas no encontro realizado em 2019, último realizado na modalidade presencial, foram levadas à Presidência com os avanços alcançados. Ressaltou ainda que são necessárias mudanças para a melhoria da qualidade de vida dos magistrados, e, por isso, a importância do debate para possibilitar a alteração de padrões culturais da instituição. 

Conferência de abertura

“As pessoas importam, não importam os números. Mas o que fazemos aqui como seres humanos? Vamos viver ou sobreviver?” Com essa reflexão, a psicóloga e doutora em medicina preventiva Lis Andrea Pereira Soboll discorreu sobre as “quatro questões básicas da existência” (sentimentos de vida, relacionamento, responsabilidade e liberdade de escolha e relação com a finitude), falou sobre as “ditaduras da felicidade e da aceleração”, que aumentam a sensação de cobrança interna e externa e tratou ainda do medo da incompetência, um dos principais fatores de sofrimento no trabalho. Para a psicóloga, “necessitamos de reforma da nossa sociedade e das formas de vida e de trabalho”, que é possível por meio de uma escolha consciente dos valores que realmente importam e das atividades que causam ressonância e conexão.

Ainda no período da manhã de quinta-feira, os magistrados e magistradas assistiram à palestra “Perspectivas institucionais sobre Gestão de Pessoas, Prevenção e Enfrentamento ao Assédio”, ministrada pela desembargadora Luciane Storer e pela juíza Ana Cláudia Torres Vianna, que detalharam iniciativas adotadas pelo TRT-15 para a disseminação de informações e coibição da prática no ambiente interno.


 
No período da tarde, a programação do evento contou com Laboratório de Ideias, conduzido pelos juízes Adhemar Prisco da Cunha Neto e Ana Cláudia Torres Vianna; apresentação da nova Administração, com palavras dos desembargadores eleitos para os cargos de presidente, Samuel Hugo Lima; vice-presidente administrativo, José Otávio de Souza Ferreira; vice-presidente judicial, João Alberto Alves Machado; corregedora, Rita de Cássia Penkal Bernardino de Souza; e o vice-corregedor Manoel Carlos Toledo Filho. 

Houve também a palestra “Condições de trabalho e saúde entre magistrados”, ministrada pelo fisioterapeuta do TRT-15, Fauzi El Kadri Filho.

Na manhã de sexta-feira (11/11), foram apresentadas as palestras “O que há de humano no tecnológico”, ministrada pela servidora do Supremo Tribunal Federal Christiane Oliveira Peter da Silva, e “Metaverso”, conduzida pelo advogado especialista em tecnologia Ronaldo Lemos. A psicóloga Carla Furtado apresentou a conferência de encerramento, com o tema “Para florescer em tempos complexos”.

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Comunicação Social