Co.Labora 15 promove palestra sobre ChatGPT e premia ganhadora de concurso

Co.Labora 15 promove palestra sobre ChatGPT e premia ganhadora de concurso
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O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desembargador Samuel Hugo Lima, participou na manhã desta segunda-feira, 21/8, da primeira cerimônia do Laboratório de Inovação do TRT-15, o Co.Labora 15, que foi marcada pela entrega oficial do prêmio do concurso pela escolha do nome da unidade à servidora Ana Carolina Hernandes de Amorim, e pela palestra da pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) , Klena Sarges, intitulada “ChatGPT – Possibilidades e limites técnicos e éticos para o uso da inteligência artificial no serviço público”, que abriu o ciclo “Diálogos Inovadores”, promovido pelo Co.Labora 15.

O presidente Samuel afirmou em seu discurso que o Co.Labora 15 simboliza o compromisso do tribunal “com a excelência e o progresso contínuo”, e nesse sentido, a discussão sobre a inteligência artificial “marca um passo importante em direção a uma abordagem mais moderna e eficaz da administração pública, alinhada com as demandas da era digital em que vivemos”. O magistrado salientou que “a inovação tecnológica deve estar a serviço do bem-estar da sociedade” e que para isso, é dever do TRT-15 “explorar as possibilidades que a inteligência artificial generativa proporciona para aprimorar os serviços que prestamos, tornando-os mais eficientes, acessíveis e orientados para as necessidades das pessoas”. 

A juíza Milena Casácio Ferreira Beraldo, diretora regional da circunscrição de Campinas da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra XV), representando o presidente Sérgio Polastro Ribeiro, ressaltou a sensibilidade da Administração do TRT-15 na criação do seu laboratório, e destacou a escolha do nome prestigiando a inovação e a colaboração como pilares do engajamento de magistrados e servidores para o enfrentamento dos desafios, e proposição de ideias e soluções. A magistrada desejou grande êxito nos trabalhos do laboratório, que com sua atuação deverá tornar a prestação jurisdicional cada vez mais eficiente.

O presidente do TRT-15 e a juíza Milena Beraldo entregaram à arquiteta Anna Carolina Hernandes de Amorim, servidora da 15ª, o prêmio pela criação do nome “Co.Labora 15”, escolhido em votação entre magistrados, servidores e estagiários. A premiação, um aparelho de telefone celular Samsung Galaxy S22, 128GB, 5G wi-fi, tela 6.1”, dual chip, 8GB RAM, foi oferecida pela Amatra XV, patrocinadora do concurso.

A servidora Ana Carolina de Amorim agradeceu à Presidência do TRT-15 e à Amatra XV pela premiação recebida, e afirmou que o nome sugerido afirmou que o nome sugerido não foi uma simples inspiração, mas fruto de muito trabalho de pesquisa. “O nome Co.Labora 15 remete ao espírito de colaboração que norteia o laboratório, além de relacionar o Labora 15 com o nosso TRT".

IA, antes de tudo, uma escolha ética

A pesquisadora da Fiocruz, Klena Sarges, apresentou as linhas gerais do uso cada vez mais popularizado da inteligência artificial como ferramenta de trabalho, no campo acadêmico e no serviço público, mas também cada vez mais constante na vida das pessoas. Atenta aos inúmeros benefícios que a IA pode oferecer para empresas e órgãos públicos, a pesquisadora, que atua no campo da Saúde Pública e é especialista em Tendências e Inovações, ressaltou de imediato os princípios pelos quais a Administração deve pautar suas ações no uso da IA de forma confiável, e que envolve crescimento inclusivo, desenvolvimento sustentável e bem-estar, além de valores centrados no ser humano e justiça, transparência, segurança e proteção de dados, entre outros.

A pesquisadora também elencou os prós e os contras do uso da inteligência artificial, especialmente quanto à ferramenta Chat-GPT, os possíveis dilemas éticos (no campo acadêmico) como plágio e questões de autoria e fraude, e toda uma gama de possibilidades de uso, como, por exemplo, elaboração de textos, geração de conteúdos, aconselhamento financeiro, planejamento de viagens, respostas gerais e curiosidades. Nesse sentido, a palestrante também ressaltou a possibilidade de identificação de textos produzidos com ajuda da IA, com padrões linguísticos repetitivos, conteúdos sem sentido e verificação de plágio.

Ao final, a pesquisadora Klena Sarges concluiu que o uso da IA pode e deve ser estimulado pelas instituições públicas como forma de agilizar o atendimento ao cidadão e facilitar a vida. Especificamente na Justiça, o uso da IA pode contribuir principalmente na elaboração de modelos de documentos, transcrição de áudios e até para estrutura de artigos, mas deve ser evitado para questões específicas como cálculos de indenização, como consulta jurídica ou para busca de jurisprudência. 

Com relação aos questionamentos sobre a aplicação da IA em substituição ao ser humano, a pesquisadora afirmou não acreditar nessa possibilidade, até porque os algoritmos requerem uma intervenção humana, apesar de poderem acumular conhecimento, a IA não se elabora sozinha. Repetindo uma frase da escritora Martha Gabriel, a palestrante encerrou sua exposição afirmando que “robôs humanoides ameaçam apenas humanos robotizados”.

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Comunicação Social