Corregedoria e gestores de sete fóruns se reúnem para alinhamento do projeto Especializa e Equaliza
A equipe da Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região reuniu pela primeira vez nesta quinta (27/4) e sexta-feira (28/4), na sede da Corte em Campinas, um grupo de 50 macrogestores, assessores e chefes de unidades de sete fóruns trabalhistas para alinhar as atividades do projeto Especializa e Equaliza. Pioneira no Brasil, a ação cria secretarias conjuntas, organizando as equipes de servidores por fases processuais - conhecimento, liquidação e execução -, não mais por varas do trabalho. O objetivo é que a especialização possibilite, por um lado, mais celeridade na solução dos conflitos trabalhistas e, por outro, redução do volume de serviço de cada servidor.
“Com esse projeto, não buscamos reconhecimento externo. O que queremos é que o aperfeiçoamento da gestão se transforme em melhor qualidade de vida para magistrados e servidores e, consequentemente, em uma prestação jurisdicional mais célere”, afirmou a corregedora do TRT-15, desembargadora Rita de Cássia Penkal Bernardino de Souza. A magistrada ressaltou que o projeto iniciado no segundo semestre do ano passado tem chamado a atenção de vários Tribunais e que os primeiros resultados serão apresentados nas próximas reuniões do Colégio de Presidentes e Corregedores dos TRTs (Coleprecor).
Dos sete fóruns que enviaram representantes à reunião, cinco já implantaram o Especializa e Equaliza: Bauru, Campinas, Jundiaí, São José do Rio Preto e Sorocaba. Piracicaba e São José dos Campos estão em processo para aderir ao projeto. No primeiro dia de trabalho, os debates privilegiaram aspectos comportamentais dos gestores. No segundo, o foco foi o alinhamento de questões técnicas, com a parametrização de rotinas e processos de trabalho.
Vice-corregedor do TRT-15, o desembargador Manoel Carlos Toledo Filho ressaltou o fato de as equipes de magistrados e servidores da Justiça do Trabalho no Brasil formarem a melhor Justiça especializada do mundo. “Asseguro isso com conhecimento de causa. Estudei e visitei diversos países. Fui a audiências, dialoguei com juízes. Ninguém faz tanto e tão bem como fazemos no Brasil”, disse. O desembargador também enfatizou o otimismo e orgulho em relação ao Especializa e Equaliza, que deve contribuir para o aprimoramento dos esforços das equipes.
De acordo com o relatório Justiça em Números, do CNJ, cada um dos aproximadamente 400 magistrados do TRT-15 solucionou, em média, 1.118 processos em 2021. Eles são auxiliados por aproximadamente 3.000 servidores. “Nos acostumamos a aceitar como normal essa grande quantidade de trabalho. Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Por isso, precisamos ter consciência da importante missão que desempenhamos. Temos problemas, coisas para melhorar. Mas não podemos permitir que falem mal do trabalho que fazemos com dedicação, competência e patriotismo”, complementou o desembargador Manoel Carlos.
Escuta especializada
Incumbida do acompanhamento dos serviços judiciais e administrativos das unidades de primeiro grau de jurisdição, a Corregedoria do TRT-15 têm se destacado nacionalmente por extrapolar sua missão institucional, indo além do trabalho fiscalizador. “O Especializa e Equaliza é mais uma dessas rupturas, da busca constante pela reinvenção. Como toda novidade, gera medo, sobretudo pelo fato de alterar equipes que atuavam quase como famílias. Mas não tenho dúvidas de que ele contribuirá para novas formas de solidariedade e para criação de novos laços”, disse o juiz auxiliar da Vice-Corregedoria, Wellington César Paterlini.
Já o secretário da Corregedoria, Vlademir Nei Suato, frisou a importância da coletividade na construção das soluções. “Não se trata de uma empresa de fora que, sem conhecer nossa realidade, diz o que precisa ser feito. Aqui construímos as ações por meio do trabalho em grupo, promovendo a escuta atenta e especializada de quem está lá na ponta, na vara do trabalho, que conhece tanto as necessidades do cidadão que busca os nossos serviços como também das equipes que o atendem”.
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