Professor Antonio Carlos Aguiar palestra na Ejud-15 sobre transformações contemporâneas no mundo do trabalho e sindical
Pesquisador do Grupo de Estudos Trabalhistas da Universidade de São Paulo e um dos principais especialistas brasileiros em questões sindicais, o advogado Antonio Carlos Aguiar foi à Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região na manhã desta quinta-feira (18/5) dialogar com magistrados, servidores e advogados sobre novas formas de trabalho e arquétipos sindicais. “As coisas já não são como antigamente. O mundo linear, da linha de produção do século XX já não existe mais. Os profissionais que não perceberem isso já estão mortos”, destacou.
Com público interagindo presencial e virtualmente com o palestrante, via canal da Ejud-15 no Youtube, o advogado foi recebido pelo presidente do TRT-15, desembargador Samuel Hugo Lima, pelo diretor da Escola Judicial, desembargador Carlos Alberto Bosco, e pelo vice-diretor da Ejud-15, desembargador Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo. Diretor da Escola Judicial do TRT da 2ª Região, o desembargador Alvaro Alves Nôga também participou da abertura e do encerramento do evento.
"Nosso grande desafio é aplicar a CLT no mundo moderno. Se antigamente o trabalho era esquematizado, hierarquizado e visível, passamos agora para novas formas intangíveis de trabalho”, destacou o presidente do TRT-15. Para ele, para que o juiz siga prestando a jurisdição e encontrando as melhores soluções no mundo contemporâneo, é preciso estar sempre em atualização. “Ninguém melhor que o professor Antonio Carlos Aguiar para tratar deste mundo do direito em constante transformação”, destacou.
Mudança de mindset
A necessidade de profissionais e sindicatos se atualizarem para um mundo que o palestrante chamou de exponencial e não linear foi uma das principais tônicas da palestra. “A figura do advogado trabalhista ou, outra ainda mais estreita, do advogado do reclamante ou do reclamado é uma restrição que não cabe no mundo atual. O profissional do Direito contemporâneo tem que mudar seu mindset. É preciso ter capacidade de pensamento lógico e disruptivo e desenvolver uma visão complexa das coisas”.
Um dos exemplos dados pelo professor foi a utilização de cadeia de dados para prevenir litígios. “Os profissionais e sindicatos têm que unir nexos, trabalharem de maneira não linear para não congestionar a Justiça. Quando o recurso ao judiciário for inevitável, a petição inicial tem que ser feita com visão ampla, já dialogando com um possível recurso extraordinário ao STF. ”, destacou.
Uma das alternativas apresentadas pelo professor para fortalecimento dos sindicatos foi a atuação como catalisador de coletivos sociais. “A renovação do setor passa pela construção de alternativas que extrapolem os limites definidos pela unicidade, pela categoria profissional ou econômica”, destacou.
Formação constante
Diretor da Ejud-15, o desembargador Carlos Alberto Bosco destacou a importância do atual ciclo de palestras oferecido pela Ejud-15 para manter a formação constante de magistrados, servidores, advogados e público geral. “Estou muito contente que hoje temos conosco, além do público tradicional que acompanha presencialmente e das dezenas de pessoas no Youtube, um trabalhador terceirizado do Tribunal. Essa é a missão da Escola Judicial, divulgar amplamente conhecimentos que contribuam para uma prestação jurisdicional efetiva”, concluiu.
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