Seminário debate na Escola Judicial soluções para enfrentamento ao trabalho escravo

Seminário debate na Escola Judicial soluções para enfrentamento ao trabalho escravo
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A presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desembargadora Ana Paula Pellegrina Lockmann, participou nesta sexta-feira, 14/11, no auditório da Escola Judicial, da abertura do Seminário  “Além do discurso: realidades e soluções no enfrentamento ao trabalho escravo”. O evento, promovido pelo Comitê de Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante, e pela Ejud-15, reuniu magistrados, servidores, autoridades, professores e estudantes da Faculdade de Campinas (Facamp), e também foi transmitido pelo canal do YouTube da Ejud-15. O evento contou, entre outras autoridades, com a coordenadora do curso de Direito da Facamp, a desembargadora aposentada Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa.

Compuseram a Mesa Alta, ao lado da presidente, a vice-diretora da Ejud-15, desembargadora Eleonora Bordini Coca, e a coordenadora do comitê organizador do evento, desembargadora Adriene Sidnei de Moura David. A presidente Ana Paula Lockmann parabenizou a Escola Judicial pela “intensa jornada de trabalho realizada neste ano, não só pela quantidade, mas pela qualidade dos eventos”. Também parabenizou a desembargadora Adriene pelo “engajamento e compromisso” com que coordena o comitê.

“Falar de trabalho escravo no século XXI é reconhecer que a exploração humana persiste sob novas formas”, afirmou a presidente Ana Paula, ao iniciar sua fala, reconhecendo contudo que a Justiça do Trabalho, desde 2023, vem fortalecendo a atuação integrada por meio do Programa Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante, instituído pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).

"Dra, Ana Paula está na mesa alta, falando ao microfone"

A presidente ressaltou que “na 15ª, o compromisso do programa  do CSJT se concretiza no trabalho deste comitê, que vem promovendo diálogo interinstitucional, ações formativas, políticas públicas e visibilidade a práticas que rompem ciclos de vulnerabilidade e exclusão”. A magistrada também salientou o alto volume de ações trabalhistas registradas de junho de 2020 a novembro de 2025, somando 22.700 ações relacionadas ao tema no TRT 15. “Cada processo representa um alerta e reafirma o papel da JT na reconstrução da dignidade e na promoção da justiça social”, disse a presidente, que encerrou afirmando que “o seminário convida para reflexão e construção de soluções coletivas”.

"Dra. Eleonora está na mesa alta, falando ao microfone, com um notebook do seu lado direito"

A vice-diretora da Ejud-15, desembargadora Eleonora Coca, apresentou dados recentes do Ministério do Trabalho e Emprego, entre 2020 e 2025, sobre o resgate de 1.500 trabalhadores em situação de escravidão. A magistrada também falou da atual “lista suja” do MTE, que conta com 101 pessoas naturais e 58 pessoas jurídicas que exploraram esse tipo de trabalho, especialmente nas áreas de cultura agrícola, pecuária e serviços domésticos. De acordo com a desembargadora, a JT deve estar preparada para essa “demanda sensível e que exige urgência e um trabalho muito adequado do Poder Judiciário”, já que “não podemos ser fator de intensificação de um problema que já é muito grave”.
 

"Dra. Adriene está na mesa alta, falando ao microfone"

A desembargadora Adriene de Moura David agradeceu à presidente Ana Paula Lockmann pelo cuidado e atenção com que trata todos os comitês, comissões e pelo apoio ao comitê que ela coordena. Sobre o seminário, a magistrada afirmou esperar “que as reflexões sejam multiplicadas”, especialmente os questionamentos sobre “quais são os valores que estruturam uma sociedade que ainda tolera o trabalho escravo? qual o papel do poder público, o que podemos fazer por essas pessoas, qual o caminho da liberdade e do resgate da dignidade para essas pessoas?”

Os painéis

"Dra. Rosilene e Dr. Helio, na mesa alta"

Na sequência, o primeiro painel abordou o tema  “Trabalho escravo contemporâneo sob a perspectiva racial”. A mesa foi moderada pelo desembargador Hélio Grasselli, membro do Comitê de Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante do TRT-15, e contou com a exposição da juíza Rosilene Nascimento, do TRT-15.

"Jorge de Dr. Carlos Eduardo na mesa alta, sendo observados pelo público"

Em seguida, o segundo painel tratou sobre  “A realidade do sujeito vítima do trabalho escravo: quem lucra com a dignidade roubada no local de trabalho e o papel do Estado”. A moderação ficou a cargo do desembargador Carlos Eduardo Oliveira Dias, também integrante do comitê temático, e a apresentação foi conduzida por Jorge Ferreira dos Santos Filho, coordenador da ADERE.

"Dra. Maria José e Dr. Rodrigo estão na mesa alta, diante de microfones"

O terceiro painel trouxe o tema “No fluxo da liberdade”, sob a moderação do juiz Rodrigo Adélio Abrahão Linares, membro do Comitê de Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante do TRT-15. A exposição foi feita pela juíza Maria José Rigotti Borges, coordenadora do Subcomitê de Erradicação do Trabalho em Condição Análoga à Escravidão, Tráfico de Pessoas e Proteção ao Trabalho das Pessoas Imigrantes do TRT-10.

"Auditor Evandro e Dra. Maria da Graça na mesa alta diante de microfones"

Encerrando a programação, o quarto painel discutiu “O trabalho análogo ao de escravizado promovido pela delinquência patronal reiterada”. A mesa foi moderada pela desembargadora Maria da Graça Bonança Barbosa, integrante do Comitê de Combate ao Trabalho Escravo e ao Tráfico de Pessoas e de Proteção ao Trabalho do Migrante do TRT-15, e contou com a participação do auditor fiscal do trabalho Evandro Afonso de Mesquita, coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravizado no Estado de São Paulo.

"foto geral do público sentado nas cadeiras do auditório da Ejud15"

Assista na íntegra o seminário.

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Comunicação Social